12.5.09

Para ser Ilustrador Parte 1 – análise de mercado

À Partir de hoje eu vou postar uma série de matérias que tem como objetivo orientar as pessoas que procuram a carreira de ilustrador para ser sua fonte de trabalho e de lucro. As pessoas que tem interesse em saber como alguém pode chegar a ser um ilustrador profissional e não faz idéia de onde começar e nem o que fazer terão nesses textos a orientação necessária, desde o ponto zero até visões mais aprofundadas do mercado uma vez tendo uma formação sólida e uma abordagem consistente no mercado.

A primeira coisa que eu irei tratar, é uma análise de como é o mercado atualmente para quem trabalha com ilustração.

Temos duas grandes vertentes (segmentos) de mercado no Brasil, o editorial e o mercado de propaganda.

Como esses dois mercados estão atualmente?

O mercado editorial é aquele que pode te trazer um incentivo, desde que você seja uma pessoa com facilidade ou afinidade em realizar trabalhos similares a trabalhos manuais, artesanais. O mercado editorial tem uma grande demanda por mão de obra de ilustração e valoriza ilustradores que tenham estilos bastante diferenciados e alternativos.

Os ilustradores que possuem estilos aonde misturam materiais fazendo figuras engraçadinhas, coloridas e variadas tem um bom caminho a se percorrer no mercado editorial de livros didáticos e paradidáticos.

Já os ilustradores com um traço mais adulto e ainda alternativo, conseguem ter um bom espaço nas editorias de revistas e periódicos.

O problema desse mercado é o aumento exponencial de mão obra oferecendo trabalho de ilustração, nos últimos quinze anos o número de novos ilustradores se oferecendo para trabalhar em agências superou e muito a quantidade de oferta de trabalho em ilustração. O mercado está bastante saturado, a ponto de atualmente os ilustradores terem pouco, ou nenhuma condição de negociar valores, uma vez que as editoras sempre encontram ilustradores ociosos que aceitam trabalhar pelo valro e pelas condições que a editora quer oferecer.

Isso fez com que nos últimso vinte anos os valores pagos para ilustraodres do mercado editorial tenha caído e ainda cai a níveis muito baixos e os editores conseguem negociar contratos aonde o ilustrador perde totalmente os seus direitos como autor pelo trabalho realizado. A tendência atualmente ainda é de piorar mais o mercado, pois o número de novos ilustradores que tem interesse único e exclusivo nesse mercado continua sendo grande começa a ser comum fornecedores que tem uma ceta estabilidade com seus cliente perderem os mesmo, ainda que trabalhe com eles a anos e saiba exatamente qual o tipo de trabalho mais indicado para o seu cliente, pelo simples fato de aparecerem concorrentes oferecendo trabalhos cada vez mais baixo e exigindo menos os seus direitos de autor.

O mercado de propaganda já é um pouco diferente, pois para se encaixar nele é preferível que o ilustrador tenha um conhecimento de técnica e uma variedade maior de estilos. Também exige trabalhos com aparência menos artesanal e maior acabamento em detalhes.

O mercado de propaganda é dividido entre agência de propaganda, promoção e design, sendo que a primeira é a que abarca mais variedade de trabalhos e estilos e costuma ter um patamar mais elevado de remuneração, e permite que o ilustrador trabalhe realizando tanto arte finais quanto layouts e storyboards. As agências de promoção costumam ter uma quantidade reduzida de trabalho de arte final, mas tem maior demanda de layouts para realizar. Já as agências e escritórios de design praticamente não possuem demanda para layout, mas tem maior demanda em arte final, em especial arte final hiper realista, pois essas empresas costumam desenvolver rótulos e embalagem de produtos.

A quantidade de ilustradores oferecendo trabalhos para esse mercado, assim como no mercado editorial, cresceu e vem crescendo mais do que a demanda de trabalho por ilustração, embora em menor intensidade, uma vez que esse mercado é mais exigente e seletivo, pois as empresas que contratam serivços para esse mercado, pela quantidade de dinheiro envolvido e pela necessidade de retorno não costumam fazer experiências com ilustradores novatos, preferindo ilustradores mais experientes a um novato com valores mais baixos. No entanto, nos últimso vinte anos, os valores pagos nesse mercado também vem caindo consideravelmente, pricipalmente o valor dos layouts e storyboards, que são so produtos com maior oferta de mão de obra.

Essas duas grandes áreas do mercado de ilustração deve atualmente, sem sombra de dúvidas abocanhar mais de 90% de todo o mercado existente e é realizado mais de 90% de todo trabalho por estúdios de ilustração e ilustradores free lancer.

Existem outros segmentos, como o de charges, caricaturas e tiras para jornais, que é um mercado tradicional, embora mal explorado no país inteiro. É um segmento que tem maior demanda, pois cada redação de jornal existente no país tem capacidade potencial para absorver mão de obra de pelo menos um ilustrador que trabalhe nesse segmento. O problema maior desse segmento em especial é que os profissonais dessa área não são numerosos, não tendo condições de se organizarem visando um reconhecimento eremuneração maior e isso faz com que os valores pagos para esse tipo de produto sejam bastante baixos.

Principalmente entre os profissionais que desenham charges e caricaturas a mão de obra costuma ser contratada como funcionário.

Também existe o segmento de caricaturas e retratos para eventos e festas. É um segmento considerado novo, bastante inexplorado, que pode dar algum avanço dependendo do comportamento dos profissionais desse mercado, mas que goza de pouco prestígio e reconhecimento, e também baixos valores do produto, além de absrover quase que toda mão de obra como free lancer.

No entanto, se bem explorado, pode vir a ser um mercado mais promissor.

Também existe o segmento de quadrinhos, que no Brasil é quase zero em termos de demanda, por não haver mercado consumidor interno. No entanto, existe uma boa capacidade de um ilustrador com trabalho nessa linguagem conseguir entrar no mercado exterior, americano, para ser mais exato.

No entanto devemos orientar as pessoas que desde que o mercado americano se abriu para a mão de obra brasileira, os valores pagos caíram e da mesma forma que acontece no segmento editorial e de propaganda, devido a imensa oferta de mão de obra.

Outra característica desse segmento é que ele é feito exclusivamente por ilustradores free lancer.

Embora internamente o mercado seja inexistente, pode haver uma luz no final do túnel, com uma lei aprovada garantindo uma reserva de mercado de 5% do material de quadrinhso vendido no Brasil ser obrigatoriamente produzido no Brasil e por brasileiros. No entanto o panorama segue o mesmo sem maiores definições.

Também temos o segmento de animação, que é um segmento com bastante expanção nos últimos anos no Brasil, com estúdios de animação tendo uma certa folga para crescimento e um aumento gradativo na demanda por animação. Como existe uma exigência maior de domínio de desenho e de conceitos de animação e cinema para esse mercado, não existe uma foreta tão grande de mão de obra nesse segmento, embora a quantidade de ilustradores com aptidão para essa área venha crescendo.

Existe assim como nos quadrinhos, um projeto de lei aprovado criando uma reserva de mercado de 5% do material exibido nas televisões do Brasil tendo que ser produzido nacionalmente, isso nos faz crer que nos próximos anos teremos uma boa vitalidade desse segmento, que poderá a seu turno, alavancar outros segmentos de quebra.

Os profissionais dessa área podem ser tanto free lancer como funcionários contratados.

Outra área que existe é o de ilustração científica, que é ainda bastante reduzido em número de profissionais e demanda de mercado. Esse segmento costuma ser desempenhado por ilustradore com formação em medicina.

Também existe o mercado institucional, dividido entre institucional governamental e institucional privado, que é muito pouco explorado e que pode oferecer muitas chances de crescimento.

Esse mercado costuma remunerar relativamente bem, embora não tenha muita demanda. No entanto tem um número muito reduzido de profissionais nessa área, fazendo com que a concorrência seja pequena e o grau de aprimoramento técnico dos profissionais que se especializaram nessa área costuma ser muito baixo, devido à falta de concorrência para esse segmento.

A falta de concorrência no entanto pode ser um grande problema pois, com a não necessidade de aprimoramento técnico dos trabalhos realizados nessa área, a eficácia tem estacionado, até mesmo diminuído, fazendo com que exista a necessidade de realizar o mesmo trabalho com valores mais baixos, uma vez que não vemos um aumento no impacto dos trabalhos realizados para essa área.

Esse mercado é o que apresenta maior possibilidade de crescimento entre todos os demais. No entanto a criação de novos segmentos depende da criatividade, iniciativa dos ilustradores e o bom senso que deve haver não só para que existam segmentos capazes de absorver o excesso de mão de obra existente atualmente no mercado, mas para evitar e exitnção de certos segmentos ou até mesmo da nossa profissão.

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