28.6.05

Sobre Aborto

Agora pela manhã, eu estava dando uma fuçada no Orkut.
De repente eu vi uma comunidade que se chama "O aborto NÃO deveria ser considerado crime".
Essa comunidade é uma coisa estranha, são pessoas com característica quase fanática defendendo a criminalização contra pessoas com características igualmente quase fanática defendendo a legalização do aborto.

Eu, sinceramente acho isso, um absurdo. Pessoas discutindo friamente se alguém pode viver ou não! Sendo que quem geralmente discute se essa pessoa deve viver ou não é a própira mãe da suposta pessoa.
E para o meu espanto o time dos defensores do aborto é formado por mulheres! As mulhers querem ter o direito de abortarem. Por inúmeros motivos, porque não querem criar uma criança e nem abandonar, preferem matar seus futuros filhos ao invés de evitar fazê-los.

Pior ainda, algumas mulheres preferem matar seur futuros filhos simplesmente por que não querem passar por uma experiência que estrague seu corpo! Isso é doente, nojento! Às vezes você se depara com gente que mata o outro por dinheiro, por poder, mas matar o próprio filho só pra continuar "gostosa" é muita violência por pouco motivo.
No intuito de fazer com que algumas pessoas possam fazer um exame de consciência eu postei nessa comunidade a mensagem que eu reproduzo abaixo:

Como alguém pode saber com certeza quando uma vida se inicia?
Qual é o real motivo de se lagalizar o aborto?
Só pra preservar um corpo bonito?
Só pra não ter que ser obrigado a casar com quem não ama?
Só pra não ser obrigado a criar uma criança indesejada?

Pensem um pouco gente! Uma relação sexual precisa antes de mais nada ser feita com responsabilidade, e, de preferência, com amor.Aliás deveria ser um complemento do amor. Tudo bem, se de repente alguém agiu no impulso, então se previna. Existem muitos métodos anticomcepcionais que server para isso, pílula, camisinha...
Se mesmo com tudo isso, vocês ainda querem abortar, tudo bem. Vão em frente! Lembrem-se que isso pode significar assasssinato. Uma mãe assassinando o seu próprio filho!

E por quê? Porque não quer estragar o corpo? Por que não quer criar uma criança? Pensem bem. Isso é monstruoso!
Vocês afirmam que enquanto o feto não tiver cérebro, não está vivo e pode ser abortado, ou então que se houver má formação no feto, ele deveria ser abortado.
Então me respondam:

-Você acredita que uma pessoa com paralisia cerebral deveria ser assassinada?

-Você acredita que uma pessoa com algum tipo de deficiência mental deveria ser assassinada?

- Ou qualquer pessoa com qualquer tipo de deficiência, física ou mental deveria ser assassinada?

- Você acha que as crianças de rua deveriam ser assassinadas?

- Você acha que uma violência, como um estupro, é motivo mais do que suficiente para se matar uma criança que está pra nascer, sendo que esta mesma criança não tem culpa e nem responsabilidade, muito menos tem como se defender?

- Se você já tem filho, imagine a possibilidade de você mesmo assassiná-lo.

Ao meu ponto de vista, o recurso de abortar uma criança é algo que pra ser feito precisa muito de seriedade e de responsabilidade. Ninguém será capaz de impedir um aborto de quem está disposto à praticá-lo.
Mas entre a opção de vida mesmo com problemas e uma morte pra se resolver (nem que seja só aparentemente) os problemas, eu ainda opto pela primeira.

27.6.05

Mais algumas observações a respeito de ilustradores e seu mercado

O texto que vocês poderão ler abaixo é um resumo (e olha que enorme) das observações que eu já a muito tempo andei fazendo quanto aos problemas relativos ao mercado de ilustração e o procedimento dos ilustradores. Foi postada no Ilustrasite no dia quinze de junho.


1) O mercado de ilustração tem um gargalo horroroso, praticamente só existem dois tipos de clientes: Agências e Editoras. Tudo bem também existem produtoras de vídeo, de animação de web, indústrias, mas o que eu percebo que quando a gente chega pra uma pessoa comum, ninguém sabe o que é ilustração. Pode parecer besteira, mas a ilustração sofre um gargalo imenso por falta de demanda. Exite mercado para história em quadrinho no Brasil? Não. É só meia dúzia. Existe mercado para animação no Brasil? Não. Eu estou falando em termos de consumidor final, povão, gente comum.

Se você tem uma banda, toca gutarra, baixo, bateria, ou se você for ator, mímico, humorista, qualquer um por aí vai saber o que você faz. Pode até achar meio estranho o que você faz, mas sabe. Quando você chega pra alguém, que te pergunta a sua profissão e você responde, geralmente o que você houve é um sonoro: O quê é isso? Lustrador? Ahh, ilustrador.... E ilustrador faz o quê? Nossa! Eu não sabia que isso era profissão! Legal né, desenhar... Vejam que nós não somos conhecidos e a nossa profissão é ignorado por todos. Todo mundo pensa que esse tipo de coisa quem faz é Americano!


2) Por outro lado eu vejo que a ilustração de uma forma geral é extremamente bem vinda em qualquer meio; entre intelectuais é vista como algo diferente, uma coisa que acrescenta; entre o povo é algo que todos conseguem entender e gostar. Então porque o povo não consome mais ilustração? Porque os ilustradores não se mostram pro povo! É verdade! Todo mundo quer mostrar seu trabalho em agência de propaganda pra pegar um filé bem suculento.

O cara vê o seu desenho mas não vê necessidade de utilizá-lo. A gente precisa gerar a necessidade de ilustração. A gente precisa se mostrar pras pessoas. O grande lance do IlustraBrasil é justamente o de poder oferecer pra qualquer pessoal que puser os pés no Senac da Rua Scipião uma pequena amostra do que é ilustração. A gente precisa de mais eventos assim, a gente precisa expor mais o nosso trabalho, em galerias ou museus (a minha parte pra isso eu ando fazendo), a gente também precisa expor em locais populares, em estações de metrô, escolas (já pensou a criançada numa escola babando pelos desenho de mestres como o Benício?), a gente precisa fazer eventos públicos, mostras com alguns de nós pintando desenhando. Já pensou, o que esse tipo de coisa não pode gerar? Muita gente vai começar a procurar por ilustração. Saber o que é ilustração. Nosso trabalho pode servir pra aproximar o público e conseqüentemente vai agregar muito mais valor ao noso trabalho profissional.


3) Um ilustrador é um empresário que trabalha com imagens, fazendo com que elas sirvam para resolver os problemas dos clientes. Não é só problema pequeno, é também problema grande. Qualquer tipo de problema. Pra cada problema, um custo diferente. Probleminha custa menos do que problemão, que custa menos do que problemasso! Tudo significa dinheiro, você se predispõe a resolver o problema do seu cliente e ele resolve o seu, que é grana! O cliente quer conversar tete à tete com você? Ok! Vai pra conta! O cliente quer que você ilustre lá mesmo? Ok, dindin no borso!

O cliente quer um trabalho pra amanhã? Belê, me paga o que eu peço que você vai ter o seu trabalho amanhã! Mas é assim, tudo vale grana! cada um sabe o quanto vale ir até o cliente, cada um sabe o quanto vale trabalhar no cliente, cada um sabe quanto vale varar a noite trabalhando. Ao invés de dizer não, diga sim, cobre por isso (cobre um valor que pague pelo descanso que depois você vai precisar), e se o cliente achar caro ou não faz, ou vai resolver o problema com mais prazo eu com um método de trabalho mais barato. O mais importante é que o cliente saiba que pode contar com você, que você dá conta do recado e se o cliente não quiser pagar, azar o dele! Sempre tem cliente com consciência!


4) Eu acho que existe uma relação íntima entre qualidade, prazo, e preço. Independente da utilização do seu trabalho. A gente tem que saber que um trabalho vai custar tanto se feito naquele estilo e com aquele prazo. Se o prazo diminuiu, então o preço aumenta, ou muda o estilo pra algo mais fácil de ser feito. Aumentou o prazo? Então a gente pode aprimorar mais o estilo do trabalho. Isso vai deixar o cliente muito satisfeito. Cliente satisfeito volta a te passar trabalho. O dinheiro é pouco? Então você vai precisar me dar um prazo bom, porque eu não vou poder ficar fazendo só esse trabalho e dispensar clientes que pagam bem...


5) Esse é meu estilo pronto e acabou! Esse é um erro que, pelo que eu já andei vendo por aí mata muitas das prováveis oportunidades de trabalhos com ilustração. Você imaginem um cliente que queira achar algum ilustrador pra estudar algum tipo de desenho meio diferente, uma coisa que o cara ainda não viu por aí, mas meio parecido com alguma coisa meio assim ou assado, aí o cliente vê que o seu trabalho é um pouco parecido com o que ele quer e te pede pra fazer alguns testes, sendo que ele vai utilizar aquele tipo de trabalho pra uma campanha enorme!

Se você falar que seu estilo é aquele e pronto, você é burro! Deixou de ter trabalho e dinheiro pra trocar o seu carrinho, fazer aquela reforma na casa, viajar ou juntar pro herdeiro que está por vir. Em contrapartida, aquele seu cliente vai pensar "Eu nunca mais vou cogitar fazer um trabalho com ilustração! Eles fcam tentando me empurrar um estilo que eu não quero! Bando de picareta" ...E olha que eu já vi isso acontecer.


6) Você, que tem seu estilo. é muderno, Tá na moda. Aí vem um cliente e te pede pra fazer uma ilustra que foge na sua linha de trabalho, em nada se parece com o que você faz. Aí você pra não perder o cliente diz pro cara: Esse estilo é muito antigo, faz um estilo mais muderno como o meu... Ou pior: Esse tipo de trabalho ninguém mais faz! Todo mundo que ilustrava assim já bateu as botas... Sinceramente!

Você não tem vergonha na cara??? Não percebe que se você faz isso, outro ilustrador que tenha outro estilo e que tem um cliente que queira fazer um trabalho que se encaixe exatamente com o tipo de trabalho que você faz, pode fazer com ele a mesma coisa que você fez com seu cliente? Resultado: não houve trabalho, nem pra você e nem pra ninguém! Se você não souber quem faz o tipo de ilustração que o seu cliente quer é melhor ser sincero e dizer que existe quem faça esse tipo de trabalho, só que você não conhece quem faça.


7) É preciso ter consciência no coletivo, antes de lutar para ter o meu espaço, todos precisamos lutar para termos o NOSSO espaço. Se o mercado for maior, poderá abrigar a todos, Já se continuar sendo essa coisinha em que todos se acotovelam fica quase impossível não haver rivalidades, e é justamente esse tipo de coisa que cada um de nós precisa observar.


9) Existem algumas considerações que devemos ter com relação aos clientes: nosso cliente não é nosso inimigo, se a gente começar a entender qualquer cliente como um inimigo em potencial, vale mais abrir mão do cliente. Devemos tratar nossos clientes como parceiros, sempre! Fornecedor e cliente precisam perceber que fazem parte de um cadeia produtiva, que essa cadeia precisa ter elos fortes, uma corrente com elos fortes não se rompe facilmente.

Se nossos clientes ainda não são cientes disso, cabe a nós mostrarmos esse ponto de vista. É importante haver sinergia entre cliente/fornecedor, se nós estivermos dispostos a atendê-los nas suas necessidade, eles começarão a ter disposição em te pagar o que você pede. Caso contrário, abra mão do cliente.


10)Seu preço é o seu preço, e você tem consciência do quanto vale o seu trabalho. É muito importante valorizar o trabalho pelo dinheiro e junto do trabalho colocar atenção e compromisso com o cliente. Ninguém precisar entrar em guerra com cliente que não quer pagar pelo valor justo. Nossa luta deve ser pautada pela qualidade e pelo equilíbrio de todos. Devemos nos cercar de garantias para que não sejamos enganados e explorados e devemos oferecer aos clientes essas mesmas garantias.



No final de tudo, me parece que essas notas podem ajudar alguma coisa. Se alguma coisa que eu escrevi acima afender alguém, peço desculpas antecipadamente. Minha intenção é de construir e ajudar, se não consegui fazer nem uma coisa e nem outra, é porque ainda me falta competência pra ser mais útil.
[]'s
Flavio Roberto Mota

25.6.05

Refexao

Nós vivemos uma época difícil.

Se bem que eu, sinceramente não acredito que houve algum outro momento na história de humanidade que pudesse ser melhor...
Acontece que hoje nós nos incomodamos mais com o problemas. Então nós de certa forma evoluímos. Se bem que isso não basta!
Pra quê vai servir eu evoluir a ponto de me sentir incomodado com os problemas do mundo, se eu estou cagando e andando pra todos eles? Se eu não me mecho pra modificar as coisas tais quais elas são?
A maioria de nós acha uma série de coisas erradas e fica brigando para que alguém faça alguma coisa, para que alguém conserte algo. Assim num dá! Aonde esse mundo vai parar?

Acontece que somos exatamente nós, que nos incomodamos com os problemas à nossa volta quem temos a obrigação de lutar para que todas as coisas que nos ecomodam mudem. O ser humano ainda não evoluiu o suficinete para ter vontade a ponto de tomar a iniciativa de lutar por um mundo melhor. Se a gente parar pra pensar, nós chegamos à conclusão de que o tanto que todos evoluímos, no fundo é quase nada.

Ainda é insuficiente pra mudar alguma coisa no mundo em que vivemos. Você já parou pra pensar por quê o mundo é tão imperfeito e injusto? Já procurou descubrir por quê existe tanto sofrimento mundo?

Eu já fiz isso. E cheguei à uma conclusão triste: o mundo é assim tão ruim porque nós fazemos o mundo ser ruim! A gente, ness de ficar somente olhando para o nosso rabo, ignorando todos à nossa volta, pensando somente no nosso único e exclusivo bem estar criamos um mundo aonde todos agem assim, ninguém dá nada pra ninguém. Aliás ninguém se importa com ninguém.

Quantas vezes você se preocupa com outra pessao que não seja seu parente ou Amigo? Você se preocupa com alguém que não seja você mesmo?
Se nós não nos esforçarmos pra deixar o nosso egoísmo um pouco de lado, talvez o mundo nunca mude. e quem vai mudar o mundo seremos nós, modificando a nós mesmos!
Enquanto somente tivermos olhos para os nossos problemas, os nossos contratempos, os nossos direitos, os nossos negócios, o nosso conforto, a nossa felicidade, existirão pessoas sofrendo por algum tipo de motivo, que aliás será criação nossa!

Até mesmo as doenças são, no fundo, criações nossas. Sào, na verdade, o esforço que o nosso corpo tem de estirpar pelo físico aquilo de ruim que semeamos no nosso íntimo. Só que nem sempre o nosso corpo é mais forta que as nossas imperfeições.

Pode parecer que esse texto seja somente um grande sermão. Na verdade não era pra ser! Eu gostaria de, na realidade, pedir ra cada um (eu me incluo nessa!) que faça um exame de consciência. Comece a perceber o que tem dentro de si que contribui para que esse mundo seja essa merda toda! Não precisa dizer nada pra ninguém, não precisa se culpar! Ninguém está em condições de apontar o dedo pra ninguém!

Só que eu gostaria que cada um de nós, depois de ver nosso erros, problemas e vícios; procurassemos nos esforçar para, sempre que percebermos que estamos repetindo esses erros, possamos deixar de cometê-los. No começo a gente nem vai conseguir fazer nada diferente, só vai perceber que fez merda depois que a merda estiver feita, mas, aos poucos, iremos perceber que estamos pra fazer alguma besteira e poderemos evitar os nossos erros. Aí, um dia, eu tenho certeza que todos nós não iremos mais pisar na bola.

Não custa nada tentar!

Sinceramente!

Fazendo uma análise séria, eu cheguei à conclusão que eu não vim pra esse mundo de férias.

Eu não vim pra cá pra ficar participando de festinhas e nem de baladas. Eu vim pra trabalhar.
Portanto, se vocês quiserem curtir uma balada, podem aproveitar à vontade, só me deixem trabalhar em paz...

22.6.05

Causo....

A um bom tempo atrás, uma agência havia me pedido pra fazer algumas manchas, mas queria ver meu desenho antes, e me ver desenhando antes.
Eu estranhei, pra quê tanta frescura?

Pois bem, quando cheguei na Agência eu compreendi o porquê.O Diretor de Criação me explicou que ele precisava ter ilustrado umas mulheres, bem ao estilo mulherão, só que estava encontrando um problema. Os "ilustradores" estava fazendo mulherões sim, bem gostosas, com peitão, bundão e cinturinha. Só que o problema era que aquilo mais parecia desenho de quadrinho americano, em nada se assemelha com mulher "de verdade", segundo a opinião do próprio cliente.

Pelo que eu vi, quem fez goza de uma certa notoriedade, porque todos na Agência estava acreditando piamente que ilustração como as que eles precisavam, ninguém mais fazia atualmente, era coisa de ilustrador que já morreu, coisa velha. Ou pelo menos alguém "evangelizou" a cabeça deles pra pensarem dessa forma. Já no traço eles perceberam que eu fazia exatamente o que eles queriam, um desenho com aparência de algo natural, real. Eu somente exliquei que esse tipo de trabalho de mancha, não é coisa de quadrinhos, está mais próximo de Impressionismo do que de HQ. Aí um Diretor de Arte me falou:
- Mas me disseram que esse tipo de coisa não se fazia mais....

Eu não sei quem falou isso, mas certamente esse tipo de informação passou na mão de algum "ilustrador", que não sabe fazer mancha, mas, que pra não perder a boquinha foi capaz de enfiar pela goela abaixo do cliente qualquer desculpa.
Olha a responsabilidade gente! Cada vez que um espertinho faz isso, ao invés de conquistar mais espaço no mercado, fecha portas não só para si, mas para todos os outros. Resumindo, é o velho espertão acabando com a sua profissão!

Se algum cliente te pede um tipo de trabalho que vc não faz, é muuuuuuuito melhor passar pra quem faz do que querer convencer que aquilo ninguém mais faz, estilo é estilo pronto e acabou, não adianta querer melar o entusiasmo do cliente. Isso faz com que o cliente perca o "tesão " de trabalhar com ilustração. Porque na cabeça do cara, ilutração só da dor de cabeça e não atende à minha necessidade, só dá uma adaptada, uma acochambrada, mas isso um Image Bank da vida também faz, e com muito mais praticidade.

Outra coisa, em Agência, fama conta, se um Zé mané com nome fizer um cacareco qualquer, tá pra lá de bom, se um Zé Mané desconhecido pintar o teto da capela sistina, coitadinho, pode até ser bem intencionado, mas não tá antenado na moda, sei lá, mil coisas...

13.6.05

...e nos EUA...

A revista americana Time denunciou em uma reportagem que o Governo Americano torturava os presos por suspeita de participação ao atentado de 11 de Setembro , acordando-os à força com água fria e músicas da cantora Christina Aguilera.
Olha, água fria é ruim mas até passa, agora, Christina Aguilera é coisa pra Anistia Internacional! Ninguém merece!

9.6.05

Mais uma analise profissional...

Tem gente que acha que pra se dar bem no mercado é preciso, antes de mais nada e acima de tudo ser um tremendo vendedor. Acreditando que somente tendo lábia, esperteza, marcando território e COMPRANDO o seu cliente você vai fazer com que você não precise fazer trabalhos à dez reau a baciada.
Eu já não concordo exatamente com essa idéia.

Eu me considero um péssimo vendedor, embora seja extrovertido. Vai de malícia, muitas vezes, o fato do carinha vender qualquer porcaria. Isso não só relacionado à ilustração, tem gente que percebe o que uma pessoa precisa e vende pelo preço que quiser. Tem gente que tem uma lábia incrível, é capaz de fazer com que um cliente acabe acreditando que precisa de uma coisa que não precisa. Uma vez eu vi um ilustrador que com sua lábia estava conseguindo convencer um editor a fazer uma revista para poder vender suas ilustras, só porque o seu estilo não se encaixava com a linha editorial da revista que o cara editava.

Também tem o lance do cara fazer um meio de campo bom, participando de festinha e oba-oba adoidado, dando presentinho, mandando email toda hora, ligando sempre pra querer saber se o cliente tá bem e por aí vai. Acontece que pra fazer isso é preciso ter uma boa dose de cara de pau, mesmo porque pode ser que essa tática dê resultado contrário ao esperado.

Se você quiser agir assim, vai precisar saber COMO agir assim, não basta simplesmente sair ligando pra contato, mandando espelhinho e cercando os caras. Se você não tiver simancol vai acabar passando por mala sem alça e adeus contato...
E aqueles que pagam bola, oferecem bola; um gorda porcentagem do valor a ser cobrado pelo trabalho para que consiga manter e conquistar o cliente? Esse conseguem geralmente fechar contratos maravilhosos, cobrar beeem. Dizem que argumentam e fazem com que o cliente se conscientize da sua argumentação. Tudo mentira! A única argumentação que vale é a da grana fácil e farta! Quem pega um cliente só porque o suborna, corre o risco de jamais pegar algum trabalho no dia que não puder pagar bola. Já quem não faz isso, pega um trabalho no mérito, único e verdadeiro. Esse é o verdadeiro profissional, esse é o cara que ensina o mercado a ter valor, e é esse o cara que eu espero um dia ser.

Pra mim, garantido mesmo é fazer um trabalho bom, negociar de maneira responsável, cumprir prazos, trabalhar com qualidade, procurar compreender as necessidades do cliente, não discutir, demonstrar profissionalismo, colocar limitas e regras, argumentando o porquê delas existirem; demonstrar que você quer é resolver o problema do cliente e não vender sua ilustração nem o seu estilo a qualquer custo, não fazer rolo com o cliente, entregar as artefinais com asseio, emitir nota fiscal própria com depósito em conta corrente no nome da empresa, demonstrando seriedade, praticidade e profissionalismo.

Se mesmo assim, o cliente preferir o sobrinho que faz um desenhinho no guardanapo de papel assoado, que só faz cacareco rabiscado de qualquer jeito sem nenhum profissionalismo, mas que cobra déz reau, então eles se merecem. Ninguém precisa perder tempo querendo reter cliente ruim.

2.6.05

Meu modo de criar

Depois de muito refletir à respeito do método de criação e execução de um trabalho, eu cheguei à uma conclusão.
Quando um trabalho é idealizado na mente do artista, ele simplesmente simplesmente capta a idéia, só que eu não sei de onde. Basta ver a qualidade e elevação da idéia, do trabalho e dá pra se ter uma idéia deonde ele vem. A idéia vem em sua cabeça já acabada, da forma como deve ser feita. Se você ainda tiver dificuldades de concentração, não poderá visualizar 100% como a obra deve ser feita, se você treinar sua concentração, poderá captar cada vez mais como o trabalho deve ser.

Daí por diante, basta você desenhar e finalizar o trabalho de acordo com o que foi idealizado na sua mente. Esse processo pode ser mais ou menos lento ou rápido conforme você tiver condições técnicas de finalizar o trabalho. Quando o trabalho está exatamente da maneira em que foi idealizado, o trabalho está terminado. Se você não tiver noção, vai passar do ponto e poderá estragar o trabalho, assim como se você ainda não chegou no ponto idealizado, o trabalho ainda não terminou. É simples. Ninguém vai saber se você terminou o trabalho ou não, só você, porque você é quem o idealizou. O que costumeiramente acontece é que a maioria das pessoas já tem idéias pré-concebidas de como um trabalho aparenta estar finalizado ou não. O mais curioso é que mesmo quando um trabalho é encomendado existe esse tipo de coisa. É como se o seu cliente houvesse captado a idéia de um lugar, e quando ele te passa a idéia, você entrasse em sintonia com essa "fonte" de onde a idéia se originou e pudesse transmití-la com fidelidade ao seu cliente.

Em alguns trabalhos esse processo poderá ser mais fácil do que em outros, mas sempre é de maneira próxima ao que eu descrevi, pelo menos pra mim. Aliás, é justamente por causa desse lance que eu percebo do ilustrador precisar saber se concentrar na idéia a ser feita que eu acredito que um ilustrador também deveria aprender a meditar.
A gente acaba se transformando numa espécie de antena que capata os mais variados pontos do Universo, essses pontgos podem ser bons ou ruins, com essa nossa "antena" nós podemos trasmitir idéias que construam ou que destruam. Por isso é também acredito que é muito importante haver responsabilidade com cada coisa que sai de nosso lápis, tudo o que fizermos é uma semente plantada, e se der maus fruto, seremos nós mesmos que o colheremos.