17.6.09

Para ser Ilustrador Parte 4 – técnicas e materiais

Continuando o assunto que eu já havia iniciado um tempo atrás, vamos hoje tratar das técnicas e materiais que um ilustrador precisa conhecer para sua formação.

Os passos que seguimos até agora permite que qualquer um que já o tenha percorrido possa trabalhar como cartunista, desenhista de história em quadrinhos, chargista, caricaturista, permite que uma pessoas desenpenhe tod e qualquer trabalho voltado para o desenho, criar personagens, desenhar roupas, cenários, mas ainda falta a segunda metade da formação plena, que é o domínio de cores.

Para que o iniciante (já não tão inicante) chegue ao domínio das cores é preciso, antes ter um conhecimento teórico das cores, sabendo sobre como funcionam as cores, como enxergamos as cores, algumas formas que as cores manifestam a iluminação de um ambiente, humidade, distância, e clima de uma cena.

Depois dessa introdução, passaremos então ao estudo dos materiais de pintura.

De acordo com a minha concepção, a ordem lógica de apredizado deve ser a seguinte:

1- Lápis de grafite - os materiais de atrito devem ser estudados antes das tintas por serem mais fáceis de se manipular e iniciando especialmente nos lápis pelo fato de ser um instrumento já conhecido e bastante utilizado no aprendizado regular. Nessa fase deve se aprender a conhecer as diferentes graduações dos lápis, desde os números H até os B e testar a utilização desses lápis para marcar as sombras e texturas. Também o estudante deve aprender a utilizar esse lápis em superfícies diversas como papéis layout, pardo, vegetal, canson, vergê e fabriano.
2- Carvão – passando para o carvão, o aluno se vê obrigado a realizar um desenho mais solto e em escala maior, conseguindo um traço mais rápido e uma maior agilidade no traço. Seguem igualmente a experiência em superfícies como papel layout, pardo, vegetal, canson, vergê e fabriano.
3- Lápis de cor – essa é a primeira experiência com cores, ainda com o lápis, que é o material mais próximo da formação básica. Nessa etapa, o aluno deve aprender a combinar as cores, controlar o peso do delas na arte, e também a trabalhar as texturas com cores. Nessa fase é importante o aluno ter conhecimento a técnica de achuras, voltando a trabalhar achuras apenas no preto e depois utilizando nas cores. É importante informar que o lápis de cor que nós nos referimos é o aquarelado, que é mais sensível, igualmente trabalhando nos papéis layout, pardo, vegetal, canson, vergê e fabriano.
4- Lápis dermatográfico – é um lápis com grafite mais mole, que requer maior controle do peso da mão e que, por ser um lápis de ponta grossa precisa ser muito bem treinado. Esse lápis permite ao aluno desenvolver um trabalho com maior beleza plástica, principalmente aliado às texturas dos papéis, que devem ser treinados na mesma ordem dos casos anteriores.
5- Pastel oleoso – segue a mesma tendência do lápis dermatográfico, sugerindo ser uma ordem bastante lógica ser estudado na sequência. Nesse ponto o aluno já consegue ter uma boa experi6encia sobre a mistura das cores e os efeitos que essa mistura oferece. Seguindo a mesma ordem dos papéis utilizados anteriormente, acrescentamos também a utilização de papel cartão para o pastel oleoso.
6- Pastel seco – essa é a última etapa antes de entrar no estudo das tintas. O pastel seco já possui muitas propriedades que se assemelham muito às tintas, e deve ser estudado a mistura das cores até se conseguir um bom domínio do material. Sguindo a mesma linha dos trabalhos anteriores, com o pastel seco deve se trabalhar os mesmos papéis já sugeridos, inclusive o papel cartão.
7- Guache – é considerado uma tinta não nobre, mas de caracterísica opaca que tem sua forma de trabalhar bastante semelhante a do pastel seco, podendo ser trabalhado em papel pardo, paraná, cartão, canson, fabriano e schoeller.
8- Óleo – é a evolução natural entre os materiais. Oferece uma gama enorme de combinações de resultados com cores, pincéis utilizados, níveis de solubilidade da tinta e superfícies, que além das já citadas pode, ser trabalhado também em madeira, compensado e tela.
9- Aquarela – é uma tinta que foge bem às caracterísiticas das tintas anteriores, por ser um material transparente que deve ser trabalhado em camadas para ser dar o volume na arte. Com a aquarela o estudante precisa também ter um controle maior sobre a mistura de água no pigmento e as diferenças de efeito que se tem trabalhando sobre superfícies lisas e húmidas. As superfícies indicadas para se trabalhar com essa tinta são os papéis paraná, vergé, canson, fabriano, schoeller e waterford.
10- Ecoline – é apenas uma variação da aquarela que já vem diluída e por isso mesmo deve ser estudada na sequência para se ter domínio de suas características, principalmente no que diz respeito a sua diluição. As superfícies a ser trabalhadas são exatamente as mesmas utilizadas para auarela.
11- Acrílica – dentre as tintas transparentes, a acrílica é a mais nobre e deve ser estudada na sequência, pois tem carcterísticas bastante complexas, que faz com que um trabalho possa ter caracterísitcas inclusive de trabalhos feitos à óleo. Além das superfícies já citadas a tinta acrílica também pode ser trabalhada em tela.
12- Nankin – embora o nankim seja considerado uma tinta básica, eu coloco ao final pois tem inúmeras possibilidades de se trabalhar com ele, primeiro trabalhando com pincel, aonde o aluno deve aprender a controlar a pressão do pincel sobre a superfície, a velocidade dos traços e as diferenças entre se trabalhar com nankin mais seco e também diluído em água. Depois o aluno deve aprander a trabalhar com as penas, inicialmente a pena mosquito, para em seguida trabalhar com as penas caligráficas. Essa experiência dará ao aluno o controle da velocidade do traço, o peso da mão e o domínio do traço propriamente dito. Na fase das penas o aluno poderá utilizar os princípios já aprendidos de achuras nos seus desenhos. As superfícies indicadas para esse tipo de trabalho são papel layout, canson, schoeller e couché.
13- Caneta hidrográfica – a essa altura o alunbo já deve ter um domínio suficiente para trabalhar com a maioria dos mateirias tradicionais das técnicas não virtuais de pintura, por isso deve aprender a partir deste ponto a trabalhar com canetinhas de ponta chanfrada, que permitem trabalhar tanto como um lápis ou pena, como também como um pincel. Esse estudo deve ser feito nas mesmas superfícies que se trabalha com o nankin.
14 – Aerógrafo – é um instrumento bastante diferente dos já trabalhados até aqui, pois o aerrógrafo é uma espécie de pistola de tinta que permite trabalhar brilhos e sombras com muita suavidade, testando diferentes efeitos com utilização de máscaras, diferentes pressões do compressor de ar e os diferentes efeitos que as tintas guache, ecoline e acrílica podem oferecer.
15- Técnicas mistas - à partir daí o aluno tem plenas condições de trabalhar com técnicas mistas, primeiro trabalhando com lápis aquarela diluído em água e também em terebentina, depois misturando aquarela com lápis, aquarela com caneta hidrogáfica, aquarela com guache, aquarela com aerógrafo e guache, aquarela com aerógrafo guache e caneta. guache com pastel oleoso, acrílica com pastel oleoso, aquarela com acrílica no aerógrafo e guache mais lápis de cor e outras misturas técnicas a ser testados pelo aluno.
16- Gravuras - para quem pensa que já fez tudo o que poderia ter feito, eu sugiro que para ter completo domínio das técnicas e materiais tradicionais, o aluno deve então trabalhar com gravuras, pelo menos xilografia e água forte, aonde o aluno terá algumas noções sobre as técnicas de impressão e poderá utilizar seus conhecimentos de desenho, inclusive o de achuras largamente para essas técnicas.

Depois desses desesseis passos, um aluno pode se considerar um ilustrador com uma tremenda bagangem e cultura artística, que somente o seu próprio esforço e sorte daqui para frente irá determinar o seu sucesso profissional.

Atualmente no Brasil bem menos da metade de tosos os ilustradores que estão no mercado tem conhecimento de todas essa técnicas, fundamentos e materiais. Ao completar essa gama de estudos você estará, certamente a frente da grande maioria de seus concorrentes no mercado.

Existem outras coisas que precisam ser aprendidas,não tenha dúvidas, o processo não acaba por aqui; no entanto é nesse ponto que você está entregue ao seu esforço e talento.

O caminho para te tornar um ilustrador completo, daqui para frente é bem menos íngreme, e a dificuldade daqui para frente só vai existir se você pensar em ser um dono de estúdio.

E com objetivo de orientar você que lê minhas palavras, é que no próximo post eu irei listar as coisas que você ainda vai precisar aprender para ser um ilustrador completo.

Um comentário:

  1. Muito Legal o blog, pra quem tem 18 anos e quer se tornar ilustrador é o paraíso.

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