Pergunta: Você acha possível, por exemplo, ilustradores trabalharem de alguma maneira para indústrias de base?
Resposta - Claro. Tudo o que uma indústria precisa é de informação, desde escrita até desenhada, para poder transmitir essas informações para frente e para que possa acumular informações.
Precisa se comunicar com seus clientes, seus fornecedores e com a comunidade. Precisa se comunicar com seus sócios, investidores, etc.
Tudo isso que eu listei eu vejo como pontenciais para se utilizar ilustração, agora, cabe a cada um de nós trabalharmos nessas peculiaridades para que nelas possa existir trabalho de ilustração.
29.12.10
23.12.10
Função Social do Ilustrador
Pergunta: Qual a função social de um ilustrador?
Resposta - Deveria ter. Praticamente não tem. Mas nunca se preocupou em ter. É uma grnde falha. mas como os ilustradores não tem o hábito de pensarem em conjunto nunca puderam excercitar a possibilidade de assumirem um papel, uma função social.
Só que existem papéis que os ilustradores, institucionalmente poderiam desempenhar.
Mas para isso é preciso gastar "tutano" e se esforçar.
Quem sabe um dia tenhamos condições para desempenhar uma função social definida?
Eu sei que atualmente a preocupação maior de quase todos nós é em ter mercado, conseguir se manter no mercado, mas um tema como esse é qualitativo e pode, a partir do momento em que nós possamos definir uma ou mais funções sociais aliadas a nossa profissão, dar uma novo impulso profissional.
Resposta - Deveria ter. Praticamente não tem. Mas nunca se preocupou em ter. É uma grnde falha. mas como os ilustradores não tem o hábito de pensarem em conjunto nunca puderam excercitar a possibilidade de assumirem um papel, uma função social.
Só que existem papéis que os ilustradores, institucionalmente poderiam desempenhar.
Mas para isso é preciso gastar "tutano" e se esforçar.
Quem sabe um dia tenhamos condições para desempenhar uma função social definida?
Eu sei que atualmente a preocupação maior de quase todos nós é em ter mercado, conseguir se manter no mercado, mas um tema como esse é qualitativo e pode, a partir do momento em que nós possamos definir uma ou mais funções sociais aliadas a nossa profissão, dar uma novo impulso profissional.
17.12.10
Concursos Abusivos
Pergunta: O que você acha desse pessoal que topa concursos e contratos abusivos?
Resposta - Acho que eles agem como se fossem suicídas. Só que com isso eles acabam arrastando quase que o mercado inteiro pro suicídio. E isso é ruim.
Não posso aceitar esse comportamento, porque ele é absurdo e porque esse comportamento deixa graves sequelas no nosso mercado.
Tem muita gente que finge não ver as sequelas deixadas por esse comportamento, mas isso não faz com que a aceitação de toda norma abusiva profissionalmente não seja um grande veneno para todos nós que vivemos de ilustração.
Muitas pessoa hoje em dia encontram dificuldades para conseguir trabalho, estágio, emprego justamente por consequência desse tipo de atitude, mas jamais conseguiu perceber isso.
É como o boyzinho maconheiro que acha que a violência está demais. Quer que a polícia, a sociedade faça alguma coisa para protegê-lo da violência, da criminalidade, mas não percebe que ao comprar o seu cigarrinho do capeta, ele está incentivando e capitalizando o crime organizado que depois vai atentar contra o bem estar dele mesmo.
Qual seria o motivo de tanta gente mesmo sabendo que as regras de um concurso é abusiva ainda assim ache vantajoso participar desses concursos?
Eu imagino que isso seja um dos sintomas do excesso de mão de obra na nossa profissão atualmente. Muita gente precisa trabalhar, gostaria de conseguir uma oportunidade no mercado e não consegue.
Então o que fazer?
Muita gente sabe que no começo não dá para pensar em dinheiro, aí entre não ganhar bem e não ganhar dinheiro nenhum é um pulo.
Sem contar que muita gente não tem uma consciência global de seus atos. Uma vez que uma empresa consegue trabalhos a custo zero, esse custo nunca mais irá voltar a fazer parte da planilha daquela empresa.
Pessoas que participam de concurso aonde cedem todo o material que enviou ao concurso está trabalhando de graça no final das contas.
Um concurso tem apenas um vencedor, apenas um trabalho será reconhecido, no entanto, todos os trabalhos serão cedidos. Isso é um absurdo sem tamanho. Você irá concorrer com centenas de outras pessoas numa probabilidade minúscula de sucesso e a única certeza que terá é que o material que você irá concorrer não será mais propriedade sua?
Que vantagem Maria leva?
Isso é uma lógica matemática, não existe qualquer comprovação de que um concurso assim seja vantajoso para alguém.
E mesmo se você for o vencedor, vai ganhar exataemtne oquê? Se você perdeu o direito sobre o seu trabalho? Vai ganhar dinheiro, prêmio e mais alguma outra coisa?
Vai ganhar prestígio? Fama?
Será?
Até aonde sabemos não existe no Brasil até hoje um único concurso em que o vencedor possa se considerar com o burro na sombra após vencê-lo. Não existe qualquer garantia de sucesso profissional.
Só existem riscos.
Sem contar que se cria uma cultura de participação em concursos abusivos e, em algum tempo aquilo que até então era considerado absurdo acaba sendo considerado banalidade, acaba rolando uma tremenda distorção de valores, e o trabalho em si acaba deixando de ter a importância que tinha, as pessoas vão deixando de dar a mesma atenção para o material que irá concorrer, o nível e quantidade de participação vai acabar caindo, e no final das contas o mais provavel de acontecer é que o concurso deixe de existir.
O que a princípio seria mais um meio de divulgação e valorização profissional pode virar pó. Perde que topa e perder que realiza o concurso.
Se esforçar para que os concursos sejam mais justos também é, por isso memso uma forma de ser lutar para que esses mesmos concursos perpetuem e ganhem importância.
Resposta - Acho que eles agem como se fossem suicídas. Só que com isso eles acabam arrastando quase que o mercado inteiro pro suicídio. E isso é ruim.
Não posso aceitar esse comportamento, porque ele é absurdo e porque esse comportamento deixa graves sequelas no nosso mercado.
Tem muita gente que finge não ver as sequelas deixadas por esse comportamento, mas isso não faz com que a aceitação de toda norma abusiva profissionalmente não seja um grande veneno para todos nós que vivemos de ilustração.
Muitas pessoa hoje em dia encontram dificuldades para conseguir trabalho, estágio, emprego justamente por consequência desse tipo de atitude, mas jamais conseguiu perceber isso.
É como o boyzinho maconheiro que acha que a violência está demais. Quer que a polícia, a sociedade faça alguma coisa para protegê-lo da violência, da criminalidade, mas não percebe que ao comprar o seu cigarrinho do capeta, ele está incentivando e capitalizando o crime organizado que depois vai atentar contra o bem estar dele mesmo.
Qual seria o motivo de tanta gente mesmo sabendo que as regras de um concurso é abusiva ainda assim ache vantajoso participar desses concursos?
Eu imagino que isso seja um dos sintomas do excesso de mão de obra na nossa profissão atualmente. Muita gente precisa trabalhar, gostaria de conseguir uma oportunidade no mercado e não consegue.
Então o que fazer?
Muita gente sabe que no começo não dá para pensar em dinheiro, aí entre não ganhar bem e não ganhar dinheiro nenhum é um pulo.
Sem contar que muita gente não tem uma consciência global de seus atos. Uma vez que uma empresa consegue trabalhos a custo zero, esse custo nunca mais irá voltar a fazer parte da planilha daquela empresa.
Pessoas que participam de concurso aonde cedem todo o material que enviou ao concurso está trabalhando de graça no final das contas.
Um concurso tem apenas um vencedor, apenas um trabalho será reconhecido, no entanto, todos os trabalhos serão cedidos. Isso é um absurdo sem tamanho. Você irá concorrer com centenas de outras pessoas numa probabilidade minúscula de sucesso e a única certeza que terá é que o material que você irá concorrer não será mais propriedade sua?
Que vantagem Maria leva?
Isso é uma lógica matemática, não existe qualquer comprovação de que um concurso assim seja vantajoso para alguém.
E mesmo se você for o vencedor, vai ganhar exataemtne oquê? Se você perdeu o direito sobre o seu trabalho? Vai ganhar dinheiro, prêmio e mais alguma outra coisa?
Vai ganhar prestígio? Fama?
Será?
Até aonde sabemos não existe no Brasil até hoje um único concurso em que o vencedor possa se considerar com o burro na sombra após vencê-lo. Não existe qualquer garantia de sucesso profissional.
Só existem riscos.
Sem contar que se cria uma cultura de participação em concursos abusivos e, em algum tempo aquilo que até então era considerado absurdo acaba sendo considerado banalidade, acaba rolando uma tremenda distorção de valores, e o trabalho em si acaba deixando de ter a importância que tinha, as pessoas vão deixando de dar a mesma atenção para o material que irá concorrer, o nível e quantidade de participação vai acabar caindo, e no final das contas o mais provavel de acontecer é que o concurso deixe de existir.
O que a princípio seria mais um meio de divulgação e valorização profissional pode virar pó. Perde que topa e perder que realiza o concurso.
Se esforçar para que os concursos sejam mais justos também é, por isso memso uma forma de ser lutar para que esses mesmos concursos perpetuem e ganhem importância.
13.12.10
Influências
Pergunta: Quais os artistas que mais te influenciaram?
Resposta - Essa é tão boa que pode ser que eu não cosiga responder completamente.
Eu, quando criança me influenciei, por incrível que pareça com figuras cômicas. É verdade. Meu primeiros ídolos foram Jerry Lewis, Charlie Chaplin, Ronald Golias, Renato Aragão, Torresmo e Pururuca...
Quando eu cresci e comecei a me interessar por desenho eu me apaixonei pelos desenhos da Disney. Os desenhos animados do Pato Donald, os longa metragens com histórias como A Branca de Neve e os Sete Anões, Bernardo e Bianca, Fantasia, Cinderela, A Bela Adormecida, Você já foi a Bahia? 101 Dálmatas, Mogli e por aí vai. Junto disso eu me interessei pelas aventuras dos quadrinhos da Disney, principalmente os de autoria de Carl Barks.
Depois, mudei e muito a minha vida, influenciadíssimo pelos Beatles. As duas bandas de rock que mais me influenciaram na minha vida foram eles e o Queem. me influenciaram tanto que eu sei ser impossível separar a forma como eu trabalho, vivo e me comporto hoje sem ver em tudo isso influencia dessas duas bandas.
Mais jovem, eu tive a oportunidade de conhecer o trabalho de pintores, a história da arte, pintores com Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Monet, Picasso, Modigliani, Manet, Renoir, da Vinci, Rafael, Miquelangelo, Boticcelli, Goya.
Depois eu conheci os quadrinhistas, Frank Miller, Bill Sienkiewicz, Moebius, Manara, Crepax, Serpieri, Bilal, Uderzo...
Somente quando eu comecei a trabalhar na área eu tive contato com o trabalho de ilustradores, aí eu conheci o trabalho de Normann Rockwell que me influenciou muito e até agora foi o ilustrador que maior influência teve sobre mim.
Acho que é basicamente isso.
Resposta - Essa é tão boa que pode ser que eu não cosiga responder completamente.
Eu, quando criança me influenciei, por incrível que pareça com figuras cômicas. É verdade. Meu primeiros ídolos foram Jerry Lewis, Charlie Chaplin, Ronald Golias, Renato Aragão, Torresmo e Pururuca...
Quando eu cresci e comecei a me interessar por desenho eu me apaixonei pelos desenhos da Disney. Os desenhos animados do Pato Donald, os longa metragens com histórias como A Branca de Neve e os Sete Anões, Bernardo e Bianca, Fantasia, Cinderela, A Bela Adormecida, Você já foi a Bahia? 101 Dálmatas, Mogli e por aí vai. Junto disso eu me interessei pelas aventuras dos quadrinhos da Disney, principalmente os de autoria de Carl Barks.
Depois, mudei e muito a minha vida, influenciadíssimo pelos Beatles. As duas bandas de rock que mais me influenciaram na minha vida foram eles e o Queem. me influenciaram tanto que eu sei ser impossível separar a forma como eu trabalho, vivo e me comporto hoje sem ver em tudo isso influencia dessas duas bandas.
Mais jovem, eu tive a oportunidade de conhecer o trabalho de pintores, a história da arte, pintores com Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Monet, Picasso, Modigliani, Manet, Renoir, da Vinci, Rafael, Miquelangelo, Boticcelli, Goya.
Depois eu conheci os quadrinhistas, Frank Miller, Bill Sienkiewicz, Moebius, Manara, Crepax, Serpieri, Bilal, Uderzo...
Somente quando eu comecei a trabalhar na área eu tive contato com o trabalho de ilustradores, aí eu conheci o trabalho de Normann Rockwell que me influenciou muito e até agora foi o ilustrador que maior influência teve sobre mim.
Acho que é basicamente isso.
7.12.10
HQ
Pergunta: Você curte o estilo de desenho das histórias em quadrinhos?
Resposta - Curto. Agora, é preciso saber que tipo de história em quadrinhos você tem em mente.
Se for o famosíssimo estilo "Marvel" eu to fora.
Mas existem muitas escolas de desenhos riquíssimos que vão de Will Eisner a Moebius, Katsuhiro Otomo a Peyo.
É preciso conhecer coisas que ultrapassam os limites daquilo que é dsitribuído de forma maciça. Existem quadrinhos que fazem jus ao termo "nona arte".
Conhecer esses quadrinhos enriquece a gente e faz com que a gente reflita essa abertura de visão até mesmo no nosso trabalho.
Resposta - Curto. Agora, é preciso saber que tipo de história em quadrinhos você tem em mente.
Se for o famosíssimo estilo "Marvel" eu to fora.
Mas existem muitas escolas de desenhos riquíssimos que vão de Will Eisner a Moebius, Katsuhiro Otomo a Peyo.
É preciso conhecer coisas que ultrapassam os limites daquilo que é dsitribuído de forma maciça. Existem quadrinhos que fazem jus ao termo "nona arte".
Conhecer esses quadrinhos enriquece a gente e faz com que a gente reflita essa abertura de visão até mesmo no nosso trabalho.
1.12.10
Necessidade de Objetividade
Pergunta: O que você acha da maioria dos ilustradores que estão no mercado?
Resposta - Que pergunta...
Eu acho que a maioria está querendo achar um caminho, mas tem muita gente que não sabe qual é o caminho.
Eu vejo muito ilustrador novo, aspirantes a ilustrador que estão afim de fazer tudo certo. os ilustradores mais velhos, infelizmente já viciaram nos problemas do mercado e costumam a falar para os novatos fazer isso ou aquilo, mas muita coisa que eles falam não surtem um efeito muito positivo, porque o nosso mercado é do jeito que é de tanto os ilustradores que aí estão fazerem as coisa que eles fazem.
É ingenuidade achar que o mercado é ruim, que os clientes são inescrupulosos, que existe muita gente se aproveitando e iludindo ilustrador.
O ilustrador é que é ingênuo, permite que os clientes abusem deles, quando querem dar um fim aos abusos são grossos e perdem a razão.
Aí ficam muitos meses sem pegar trabalho e acabam topando qualquer parada no desespero.
Gente com vinte, trinta anos de mercado ainda faz isso.
A vinte anos sabe que o mercado sempre foi assim e ainda não se adaptou.
Os ilustradores precisam ser mais ousados, eu não quero dizer mais cara de pau, mas ser mais ousado, criativo, participativo no trabalho, precisa gosta de desenhar e ser devidamente comunicativo.
Precisa ser um cara mais lógico, um cara com bom senso, menos afobado.
Tem ilustrador com mais de 50 anos de idade que fica nervoso quando aparece um cliente... cliente não é um bicho de sete cabeças, é apenas um cara que acha que o seu trabalho pode ajudá-lo a ganhar dinheiro, e tem muito ilustrador que ainda acha que um cliente irá contratá-lo porque o conceito de arte, bla bla blá, bla bla blá...
Precisamos ser mais objetivos.
Seria muito bom se a gente visse por exemplo, congresso de ilustradores, nos moldes dos congressos de cardiologistas, congresso de arquitetos, congresso de vendedores, de dentistas, corretores de seguro.
Enventos aonde as pessoas pudessem participar, mostrar cases de sucesso, apresentar pesquisas, propostas comerciais, realizar campanhas objetivando certas mudanças de comportamento de mercado, propor mudanças e reformas em falahas na atuação profissional, estabelecer metas globais, etc.
Profissionais de outras áreas quando sentem necessidade de melhora na sua área se organiza e manté o foco com disciplina.
Entre ilustradores, junta-se meia dúzia para um happy hour regado a muita cerveja ou se encontra uma vez por mês para comer bisteca... Percebem a diferença?
Eu não quero aqui criticar o que as pessoas fazem, mas não dá para acreditar que aquilo que é feito é suficiente.
Precisaríamos de eventos entre profisisonais, eventos entre profissionais e clientes, entre profisisonais e fornecedores e assim por diante.
Se a gente conseguisse organizar a Abipro de maneira efetiva, quem sabe a gente não possa um dia promover esse tipo de coisa?
Mas é preciso acabar com picuínhas que ainda são fortes. Já foi maior a desunião, mas é preciso ainda mais união, mais boa vontade e mais interesse no bem coletivo.
E mais foco.
Resposta - Que pergunta...
Eu acho que a maioria está querendo achar um caminho, mas tem muita gente que não sabe qual é o caminho.
Eu vejo muito ilustrador novo, aspirantes a ilustrador que estão afim de fazer tudo certo. os ilustradores mais velhos, infelizmente já viciaram nos problemas do mercado e costumam a falar para os novatos fazer isso ou aquilo, mas muita coisa que eles falam não surtem um efeito muito positivo, porque o nosso mercado é do jeito que é de tanto os ilustradores que aí estão fazerem as coisa que eles fazem.
É ingenuidade achar que o mercado é ruim, que os clientes são inescrupulosos, que existe muita gente se aproveitando e iludindo ilustrador.
O ilustrador é que é ingênuo, permite que os clientes abusem deles, quando querem dar um fim aos abusos são grossos e perdem a razão.
Aí ficam muitos meses sem pegar trabalho e acabam topando qualquer parada no desespero.
Gente com vinte, trinta anos de mercado ainda faz isso.
A vinte anos sabe que o mercado sempre foi assim e ainda não se adaptou.
Os ilustradores precisam ser mais ousados, eu não quero dizer mais cara de pau, mas ser mais ousado, criativo, participativo no trabalho, precisa gosta de desenhar e ser devidamente comunicativo.
Precisa ser um cara mais lógico, um cara com bom senso, menos afobado.
Tem ilustrador com mais de 50 anos de idade que fica nervoso quando aparece um cliente... cliente não é um bicho de sete cabeças, é apenas um cara que acha que o seu trabalho pode ajudá-lo a ganhar dinheiro, e tem muito ilustrador que ainda acha que um cliente irá contratá-lo porque o conceito de arte, bla bla blá, bla bla blá...
Precisamos ser mais objetivos.
Seria muito bom se a gente visse por exemplo, congresso de ilustradores, nos moldes dos congressos de cardiologistas, congresso de arquitetos, congresso de vendedores, de dentistas, corretores de seguro.
Enventos aonde as pessoas pudessem participar, mostrar cases de sucesso, apresentar pesquisas, propostas comerciais, realizar campanhas objetivando certas mudanças de comportamento de mercado, propor mudanças e reformas em falahas na atuação profissional, estabelecer metas globais, etc.
Profissionais de outras áreas quando sentem necessidade de melhora na sua área se organiza e manté o foco com disciplina.
Entre ilustradores, junta-se meia dúzia para um happy hour regado a muita cerveja ou se encontra uma vez por mês para comer bisteca... Percebem a diferença?
Eu não quero aqui criticar o que as pessoas fazem, mas não dá para acreditar que aquilo que é feito é suficiente.
Precisaríamos de eventos entre profisisonais, eventos entre profissionais e clientes, entre profisisonais e fornecedores e assim por diante.
Se a gente conseguisse organizar a Abipro de maneira efetiva, quem sabe a gente não possa um dia promover esse tipo de coisa?
Mas é preciso acabar com picuínhas que ainda são fortes. Já foi maior a desunião, mas é preciso ainda mais união, mais boa vontade e mais interesse no bem coletivo.
E mais foco.
26.11.10
Existe Luz?
Pergunta: Sou do interior de MG e me sinto sozinho na cidade, pois aki ninguém entende nada e não valorizam a ilustração. Além das dificuldades em melhorar minha habilidade (cursos), tenho de enfrentar o fato de achar um mercado decente. Existe luz no fim do túnel?
Resposta - Existe. Pode não ser uma luz que você chegue até ela facinho. Hoje em dia a internet pode te proporcionar acesso a muitos bons livros para te ensinar técnicas e estilos, com livros de fora do Brasil, inclusive.
Utilize esse recurso a seu favor.
Mas não fique perdendo tempo pendurado na internet.
Quando você estiver treinando desenho, procure fazer isso com lápis pápel caneta, tinta, pincel que sejam REAIS.
Somente treine desenhar com o computador, com tablet e programas depois que você experiência no papel suficiente para conseguir fazer a maioria das coisas que você imagina.
Treine desenho e pintura repetidamente até cansar.
Depois, mesmo se você morar num lugar que ao seu ver é aonde o Judas perdeu as botas, preste atencão no que a sua região tem de especialidade.
É uma região de pecuária? Então tem muito frigorífico. É de agricultura? Então, provavelmente tem cooperativa, agronegócio. É uma região com indústria têxtil? Com indústria química? Indústria automotiva? É uma região com muito turismo?
Compreenda que todas essas características podem ser oportunidade de trabalho. Tudo bem que podem não ser clientes que estejam acostumados com desenho, mas são clientes. Aposto para você que é muito mais fácil se disciplinar para que os clientes da sua região aos poucos conheçam a utilidade da ilustração no seu negócio do que você se arriscar para vir até São Paulo, passar fome, frio, correr o risco de ser assaltado, sem conhecer ninguém, sem ter o que comer, sem emprego, com uma pastinha debaixo do braço e conseguir vencer na vida.
O mercado brasileiro de ilustração precisa ter mais regiões capazes de absorver o nosso tipo de trabalho, para que um dia possa permitir que todos nós e que também os próximos ilustradores encontre demanda de trabalho. Cabe a todos nós nos esforçar para fazer com que segmentos que até hoje não pensam em ilustração possam perceber que a utilização de ilustração pode ser um grande aliado para os seus negócios, e cabe a nós, antes de tudo, exercitarmos nossa percepeção para compreender aonde e como uma ilustração pode ser bem empregada além de revistas, livros e propagandas.
A verdade é que no Brasil a população ainda não é tão acostumada com ilustração. Existem milhares de pessoas que podem ter acesso a ilustração, conviver e gostar de ilustração.
Precisamos sair de nossos nichos e mostrar o nosso trabalho para as pessoas que estejam a nossa volta. A maioria das pessoas que convivem no nosso dia- a-dia, como porteiros, padeiros, motoristas, vendedores, etc. não convivem com ilustração, e quando convivem é muito pouco e de origem estrangeira.
Se cada um de nós fizes o seu papel rasoavelmente podemos num futuro próximo aumentar a demanada de mercado para o trabalho que nós realizamos. Mesmo hoje já existem segmentos de mercado com demanda reprimida de ilustração e nós sequer damos bola.
Resposta - Existe. Pode não ser uma luz que você chegue até ela facinho. Hoje em dia a internet pode te proporcionar acesso a muitos bons livros para te ensinar técnicas e estilos, com livros de fora do Brasil, inclusive.
Utilize esse recurso a seu favor.
Mas não fique perdendo tempo pendurado na internet.
Quando você estiver treinando desenho, procure fazer isso com lápis pápel caneta, tinta, pincel que sejam REAIS.
Somente treine desenhar com o computador, com tablet e programas depois que você experiência no papel suficiente para conseguir fazer a maioria das coisas que você imagina.
Treine desenho e pintura repetidamente até cansar.
Depois, mesmo se você morar num lugar que ao seu ver é aonde o Judas perdeu as botas, preste atencão no que a sua região tem de especialidade.
É uma região de pecuária? Então tem muito frigorífico. É de agricultura? Então, provavelmente tem cooperativa, agronegócio. É uma região com indústria têxtil? Com indústria química? Indústria automotiva? É uma região com muito turismo?
Compreenda que todas essas características podem ser oportunidade de trabalho. Tudo bem que podem não ser clientes que estejam acostumados com desenho, mas são clientes. Aposto para você que é muito mais fácil se disciplinar para que os clientes da sua região aos poucos conheçam a utilidade da ilustração no seu negócio do que você se arriscar para vir até São Paulo, passar fome, frio, correr o risco de ser assaltado, sem conhecer ninguém, sem ter o que comer, sem emprego, com uma pastinha debaixo do braço e conseguir vencer na vida.
O mercado brasileiro de ilustração precisa ter mais regiões capazes de absorver o nosso tipo de trabalho, para que um dia possa permitir que todos nós e que também os próximos ilustradores encontre demanda de trabalho. Cabe a todos nós nos esforçar para fazer com que segmentos que até hoje não pensam em ilustração possam perceber que a utilização de ilustração pode ser um grande aliado para os seus negócios, e cabe a nós, antes de tudo, exercitarmos nossa percepeção para compreender aonde e como uma ilustração pode ser bem empregada além de revistas, livros e propagandas.
A verdade é que no Brasil a população ainda não é tão acostumada com ilustração. Existem milhares de pessoas que podem ter acesso a ilustração, conviver e gostar de ilustração.
Precisamos sair de nossos nichos e mostrar o nosso trabalho para as pessoas que estejam a nossa volta. A maioria das pessoas que convivem no nosso dia- a-dia, como porteiros, padeiros, motoristas, vendedores, etc. não convivem com ilustração, e quando convivem é muito pouco e de origem estrangeira.
Se cada um de nós fizes o seu papel rasoavelmente podemos num futuro próximo aumentar a demanada de mercado para o trabalho que nós realizamos. Mesmo hoje já existem segmentos de mercado com demanda reprimida de ilustração e nós sequer damos bola.
23.11.10
Conseguindo clientes
Pergunta: Como fazer para que um cliente me contrate?
Resposta - Boa. Melhore a qualidade de seu trabalho.
Melhora a qualidade de seu atendimento aos clientes. Melhores o seu portfolio.
Melhore o seu conceito como profissional. Melhore a sua estrutura profissional e tente de novo.
Se mesmo assim, ainda nenhum cliente te contratar, então repita todo o procedimento.
Faça isso novamente sempre, até que, uma hora, você vai conseguir.
Ah... e não adianta procurar outra receita de sucesso, só essa funciona.
Resposta - Boa. Melhore a qualidade de seu trabalho.
Melhora a qualidade de seu atendimento aos clientes. Melhores o seu portfolio.
Melhore o seu conceito como profissional. Melhore a sua estrutura profissional e tente de novo.
Se mesmo assim, ainda nenhum cliente te contratar, então repita todo o procedimento.
Faça isso novamente sempre, até que, uma hora, você vai conseguir.
Ah... e não adianta procurar outra receita de sucesso, só essa funciona.
18.11.10
o Pop é Pop!
Pergunta: O que você acha da cultura pop?
Resposta - Eu acho que é a manifestação do interesse da média das pessoas que vivem em sociedade hoje em dia. Pode não ser a cultura mais vibrante que já existiu, mas se isso acontece é porque nós não nos interessamos por coisas mais interessantes. No entanto a cultura pop é viva e todos nós estamos inseridos nela, cabe a cada um de nós desenvolver a cultura pop para os temas que achamos ser mais úteis/saudáveis.
É preciso entender que tudo aquilo que hoje é considerado clássico, erudito, já foi popular um dia.
A cultura é sempre popular, fruto da realidade das pessoas, do dia a dia delas.
São depois classificadas para que nós possamos compreender a qual é poca estão ligadas e quais era a forma de pensar daquela sociedade e daqueles artistas, o que buscavam e em que acreditavam.
O romantismo já foi pop, o renascimento já foi pop, o realismo já foi pop, o cubismo já foi pop, assim como aquilo que hoje é considerado pop fatalmente será um dia classificado de maneira distinta e futuramente existirá outros padrões em vigor para a cultura pop.
Resposta - Eu acho que é a manifestação do interesse da média das pessoas que vivem em sociedade hoje em dia. Pode não ser a cultura mais vibrante que já existiu, mas se isso acontece é porque nós não nos interessamos por coisas mais interessantes. No entanto a cultura pop é viva e todos nós estamos inseridos nela, cabe a cada um de nós desenvolver a cultura pop para os temas que achamos ser mais úteis/saudáveis.
É preciso entender que tudo aquilo que hoje é considerado clássico, erudito, já foi popular um dia.
A cultura é sempre popular, fruto da realidade das pessoas, do dia a dia delas.
São depois classificadas para que nós possamos compreender a qual é poca estão ligadas e quais era a forma de pensar daquela sociedade e daqueles artistas, o que buscavam e em que acreditavam.
O romantismo já foi pop, o renascimento já foi pop, o realismo já foi pop, o cubismo já foi pop, assim como aquilo que hoje é considerado pop fatalmente será um dia classificado de maneira distinta e futuramente existirá outros padrões em vigor para a cultura pop.
16.11.10
Pra quem quer seguir como ilustrador
Pergunta: Quais dicas você dá para quem está tendo a ideia agora de seguir carreira com ilustração?
Resposta - Estude, estude muito. Desenhe mais ainda, desenhe sempre que você puder.
Conheça o trabalho da maior quantidade de artistas que você puder e procure realizar trabalhos parecido com os trabalhos desses artistas para aprender com eles.
Seja disciplinado. Saiba receber uma crítica, mesmo se uma pessoa te detonou, te colocou no chão, utilize essa crítica para ver o que você pode fazre de melhor.
Jamais desista, se sua tentativa não deu certo, saiba que talvez errado seja a forma como você tentou, e não você tentar. Tenha paciência, procure ouvir, mesmo as coisa que não te agradam. Procure também aprender coisas que não seja somente ligadas a arte, ilustração.
Se interesse por outras áreas do conhecimento, porque elas irão aumentar o seu cabedal de cultura. Leia livros, procure refletir sobre o seu papel como ilustrador, sobre o papel do seu trabalho, sobre a sua função na sociedade. E principalmente, não dê vazão ao seu ego, caso algum dia ele resolver se manifestar...
Controle a tentação de utilizar o computador e as facilidades tecnológicas o máximo que você puder. Procure aprender e treinar o máximo possível somente no lápis e papel. Desenhe, desenhe, desenhe, desenhe tudo o que seus olhos enxergarem, desenhe todas as coisas que existirem no mundo, de todas as maneiras, de todos os ângulos. Depois disso, desenhe tudo de novo.
Depois tuilize os materiais tradicionais (canetas, penas, pincéis, tintas, lápis, giz) o máximo de tempo que você puder. brinque com todas as tintas que você puder conhecer, todos os papéis e tipos de tela. Faça muitas experiências misturando esses materiais e procure ter um portfolio somente de trabalhos realizados com materiais reais.
Depois disso, parte para o meio digital.
Ninguém irá te segurar.
Seja amante da arte, do desenho e do trabalho. Faça do desafio seu aliado. Goste de crescer, aprender. Aprenda a sentir prazer com a sua evolução.
Não tenha medo de realizar conquistas novas. Apenas aprenda a estrar preparado e merecedor das conquistas que você puder ter.
Procure perceber com uma certa regularidade que ainda existem coisas que você precisa aprender e realizar.
Fuja ao máximo da idéia de já ter chegado a plenitude.
Viva a vida e construa o mundo a sua volta da melhor forma possível, isso é permitido à todos e para quem pretende seguir como ilustrador, isso pode ser decisivo.
Resposta - Estude, estude muito. Desenhe mais ainda, desenhe sempre que você puder.
Conheça o trabalho da maior quantidade de artistas que você puder e procure realizar trabalhos parecido com os trabalhos desses artistas para aprender com eles.
Seja disciplinado. Saiba receber uma crítica, mesmo se uma pessoa te detonou, te colocou no chão, utilize essa crítica para ver o que você pode fazre de melhor.
Jamais desista, se sua tentativa não deu certo, saiba que talvez errado seja a forma como você tentou, e não você tentar. Tenha paciência, procure ouvir, mesmo as coisa que não te agradam. Procure também aprender coisas que não seja somente ligadas a arte, ilustração.
Se interesse por outras áreas do conhecimento, porque elas irão aumentar o seu cabedal de cultura. Leia livros, procure refletir sobre o seu papel como ilustrador, sobre o papel do seu trabalho, sobre a sua função na sociedade. E principalmente, não dê vazão ao seu ego, caso algum dia ele resolver se manifestar...
Controle a tentação de utilizar o computador e as facilidades tecnológicas o máximo que você puder. Procure aprender e treinar o máximo possível somente no lápis e papel. Desenhe, desenhe, desenhe, desenhe tudo o que seus olhos enxergarem, desenhe todas as coisas que existirem no mundo, de todas as maneiras, de todos os ângulos. Depois disso, desenhe tudo de novo.
Depois tuilize os materiais tradicionais (canetas, penas, pincéis, tintas, lápis, giz) o máximo de tempo que você puder. brinque com todas as tintas que você puder conhecer, todos os papéis e tipos de tela. Faça muitas experiências misturando esses materiais e procure ter um portfolio somente de trabalhos realizados com materiais reais.
Depois disso, parte para o meio digital.
Ninguém irá te segurar.
Seja amante da arte, do desenho e do trabalho. Faça do desafio seu aliado. Goste de crescer, aprender. Aprenda a sentir prazer com a sua evolução.
Não tenha medo de realizar conquistas novas. Apenas aprenda a estrar preparado e merecedor das conquistas que você puder ter.
Procure perceber com uma certa regularidade que ainda existem coisas que você precisa aprender e realizar.
Fuja ao máximo da idéia de já ter chegado a plenitude.
Viva a vida e construa o mundo a sua volta da melhor forma possível, isso é permitido à todos e para quem pretende seguir como ilustrador, isso pode ser decisivo.
12.11.10
Trabalhar Sozinho
Pergunta: Você não acha que os ilustradores podem ser bons profissionais, mesmo se continuarem trabalhando sozinhos?
Resposta - Essa questão é delicada. Eu acho que existem caminhos a serem tomados. Você pode escolher ser um bom profissional e ter sucesso sozinho ou unido a outras pessoas.
Junto dos outros, você terá diferenças para acertar, irá aprender a conviver em sociedade, abrir mão de certas coisas, mas depois de tudo isso tem uma boa chance de decolar, ou pelo menos de encontrar estabilidade.
Já sozinho, para você chegar a uma estabilidade, depende só de você, praticamente não há adaptação, é mais fácil chegar ao equilíbrio, e, se você tiver sorte terá uma certa vida profissional sossegada. No entanto, na hora em que o sucesso bater a sua porta, você estará numa situação limite: ou trabalha em equipe, ou fica parado no tempo.
Não há absolutamente nada no mundo que determine que se você escolher por ficar no estágio que você se encontra, você melhore sua vida ou, se não melhorar, pelo menos não vai piorar. Existe uma tendência de, com o tempo a coisa ir se esfriando. Você forçou seu ápice profisisonal e escolheu que não iria além desse ponto. Depois de todo ápice...
Se você escolher então trabalhar em equipe, terá que seguir os mesmos passos que foram trilhados por quem resolveu desde o começo a trabalhar em equipe.
São essas as opções que eu vejo claramente. Qual te parece mais promissora?
Resposta - Essa questão é delicada. Eu acho que existem caminhos a serem tomados. Você pode escolher ser um bom profissional e ter sucesso sozinho ou unido a outras pessoas.
Junto dos outros, você terá diferenças para acertar, irá aprender a conviver em sociedade, abrir mão de certas coisas, mas depois de tudo isso tem uma boa chance de decolar, ou pelo menos de encontrar estabilidade.
Já sozinho, para você chegar a uma estabilidade, depende só de você, praticamente não há adaptação, é mais fácil chegar ao equilíbrio, e, se você tiver sorte terá uma certa vida profissional sossegada. No entanto, na hora em que o sucesso bater a sua porta, você estará numa situação limite: ou trabalha em equipe, ou fica parado no tempo.
Não há absolutamente nada no mundo que determine que se você escolher por ficar no estágio que você se encontra, você melhore sua vida ou, se não melhorar, pelo menos não vai piorar. Existe uma tendência de, com o tempo a coisa ir se esfriando. Você forçou seu ápice profisisonal e escolheu que não iria além desse ponto. Depois de todo ápice...
Se você escolher então trabalhar em equipe, terá que seguir os mesmos passos que foram trilhados por quem resolveu desde o começo a trabalhar em equipe.
São essas as opções que eu vejo claramente. Qual te parece mais promissora?
10.11.10
Mais uma sobre sucesso
Pergunta: Eu acho que ser ilustrador no Brasil é muito sofrido. Você não acha que demora muito para ter sucesso?
Resposta - Aí depende do que você entende por sucesso. Essa palavra não tem uma definição universal. Sucesso para você é fazer apenas o que você gosta? Então pode esperar sentado. Sucesso significa você descobrir como ganhar dinheiro com ilustração? Então pode até demorar, mas eu acredito ser muito mais rápido você ter sucesso assim do que querendo realizar o seu sonho de infância. O mais importante do que tudo isso, é compreender que qualquer pessoa, de qualquer área, demora e precisa de disciplina, talento, força de vontade, paciência, insistência e sorte para se conseguir o sucesso.
Existe uma frase popular que diz: Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário.
É uma frase porreta, diga-se de passagem. Ninguém chega lá, no centro do universo, no olho do furação, sem ter passado pela periferia, sem ter que lutar para desviar dos perigos, sem vencer obstáculos, corrigindo seus erros, aprendendo e se modificando, para que o objetivo final seja alcançado. Ah, e ninguém chega lá desistindo no meio do caminho.
Vivemos num país ainda pobre, que já foi muito mais pobre do que é hoje em dia, mas que ainda não oferece igualdade de oportunidades para as pessoas. No entanto, não importa qual seja a realidade de nós mesmos para fora de nossa individualidade. O mais importante é a nossa realidade da "porta pra dentro".
Precisamos aprender a encarar o sucesso como um estado de espírito, pois uma pessoa pode ter milhões, ser idolatrada por muitos, ter um poder inacreditável nas mãos, mas se não sentir-se em plenitude, isso tudo de nava irá valer.
Outro dia eu perguntei no Formspring de uma amiga se ela não acha que trabalhar por dinheiro não pode ser também trabalhar por prazer e ela me passou uma resposta irretocável, demonstrando ter uma fortaleza interior exemplar.
Eu tenho certeza que essa moça será bem sucedida, se ela já não for.
Dinheiro, reconhecimento, fama, privilégio, importância, respeito e estabilidade é o resultado, o efeito de uma causa anterior, que é trabalho, dedicação, acreditar naquilo que se faz, humildade para corrigir os defeitos e as falhas no meio do caminho, disciplina e muito desenho.
Não importa se você ainda não tenha colecionado milhões na sua conta corrente, não importa que você ainda não tenha reconhecimento mundial, não importa se você ainda não consegui comprar todas as coisas que sempre quis ou visitar todos os lugares do mundo que você sempre sonhou conhecer, o que vale, sempre no final das contas é o caminho que você traçou para conquistar as coisas que você tem.
Não adianta em nada você fazer tudo que esteja ao seu alcance para conseguir os seus objetivos e, ao olhar para trás ver que deixou um rastro de destruição a sua volta, seu sucesso será efêmero.
É preciso curtir até mesmo as dificuldades, aprender com elas, compreender as oportunidades que as crises pessoais nos oferecem,
Eu poderia dizer, portanto que o sucesso se dá quando se tira coisas boas dos momentos ruins.
Resposta - Aí depende do que você entende por sucesso. Essa palavra não tem uma definição universal. Sucesso para você é fazer apenas o que você gosta? Então pode esperar sentado. Sucesso significa você descobrir como ganhar dinheiro com ilustração? Então pode até demorar, mas eu acredito ser muito mais rápido você ter sucesso assim do que querendo realizar o seu sonho de infância. O mais importante do que tudo isso, é compreender que qualquer pessoa, de qualquer área, demora e precisa de disciplina, talento, força de vontade, paciência, insistência e sorte para se conseguir o sucesso.
Existe uma frase popular que diz: Sucesso só vem antes de trabalho no dicionário.
É uma frase porreta, diga-se de passagem. Ninguém chega lá, no centro do universo, no olho do furação, sem ter passado pela periferia, sem ter que lutar para desviar dos perigos, sem vencer obstáculos, corrigindo seus erros, aprendendo e se modificando, para que o objetivo final seja alcançado. Ah, e ninguém chega lá desistindo no meio do caminho.
Vivemos num país ainda pobre, que já foi muito mais pobre do que é hoje em dia, mas que ainda não oferece igualdade de oportunidades para as pessoas. No entanto, não importa qual seja a realidade de nós mesmos para fora de nossa individualidade. O mais importante é a nossa realidade da "porta pra dentro".
Precisamos aprender a encarar o sucesso como um estado de espírito, pois uma pessoa pode ter milhões, ser idolatrada por muitos, ter um poder inacreditável nas mãos, mas se não sentir-se em plenitude, isso tudo de nava irá valer.
Outro dia eu perguntei no Formspring de uma amiga se ela não acha que trabalhar por dinheiro não pode ser também trabalhar por prazer e ela me passou uma resposta irretocável, demonstrando ter uma fortaleza interior exemplar.
Eu tenho certeza que essa moça será bem sucedida, se ela já não for.
Dinheiro, reconhecimento, fama, privilégio, importância, respeito e estabilidade é o resultado, o efeito de uma causa anterior, que é trabalho, dedicação, acreditar naquilo que se faz, humildade para corrigir os defeitos e as falhas no meio do caminho, disciplina e muito desenho.
Não importa se você ainda não tenha colecionado milhões na sua conta corrente, não importa que você ainda não tenha reconhecimento mundial, não importa se você ainda não consegui comprar todas as coisas que sempre quis ou visitar todos os lugares do mundo que você sempre sonhou conhecer, o que vale, sempre no final das contas é o caminho que você traçou para conquistar as coisas que você tem.
Não adianta em nada você fazer tudo que esteja ao seu alcance para conseguir os seus objetivos e, ao olhar para trás ver que deixou um rastro de destruição a sua volta, seu sucesso será efêmero.
É preciso curtir até mesmo as dificuldades, aprender com elas, compreender as oportunidades que as crises pessoais nos oferecem,
Eu poderia dizer, portanto que o sucesso se dá quando se tira coisas boas dos momentos ruins.
8.11.10
Defeito dos Iniciantes
Pergunta: Qual você acha ser o maior defeito dos iniciantes na profissão de ilustrador?
Resposta - Ser iniciante... parece piada de mal gosto. na verdade o problema é a inexperiência, ingenuidade, afobação e a falta de oportunidade de aprendizado para desenvolver seu trabalho de maneira séria. mas os iniciantes tem grandes qualidades, são sonhadores, tem pique, não tem medo do futuro, são unidos e acreditam!
Quem está iniciando na profissão tem um gás tremendo, muitos sonhos e uma vontade férrea de acertar, além de boa vontade para aprender, ouvem conselhos e são mais socialistas no sentido de união e distribuição de informações.
Aproveitar essa condição para que eles possam se unir profissionalmente, criar estúdios aprender a lutar por trabalho, aprendizado e conquaitas em conjunto pode compensar a inexperiência e potencializa a probabilidade de sucesso profissional no futuro, mesmo passando por dificuldades no momento, pois amplia a experiência e promove nos iniciantes a capacidade de visão profissional e mercadológica mais globalizada.
É preciso entender que todos nós somos companheiros de profissão, colegas de trabalho e ao mesmo tempo concorrentes em muitos casos.
Seja qual for o ponto de vista que analisarmos, podemos perceber que tendo companheiros de profissão, colegas de trabalho ou concorrentes com melhor preparo e mais qualidade, esse panorama nos auxilia também pois nos impulsiona a todos a sermos profissionais mais eficientes, criativos e pró ativos.
Desencorajar os iniciantes a estudar, se aprimorar e orientá-los a analisar o mercado de maneira menos romântica e mais objetiva chega a ser um grande desperdício para todos. Abrindo as possibilidades, os novatos poderão ao seu turno, também nos indicar novidades e, acima de tudo renovar padrões estéticos agregando o conhecimento que as gerações passadas novidades.
Atualmente quem está começando ainda tem pouco acesso ao cabedal de informações de ordem técnica principalmente de grandes artistas do passado.
Muitas faculdades de arte ensinam apenas o lado teórico, e isso acaba sendo muito ruim. Por isso, impulsionar os iniciantes a conhecer técnicas, materiais diversos, fazer cursos aprendendo técnicas e sabendo que existe muito mais do que o computador aprimora e desenvolve a sensibilidade. E ao incitar a discussão no que diz respeito a análise de mercado e postura profissional puxa a qualidade geral até mesmo dos profissionais mais experientes para cima.
Resposta - Ser iniciante... parece piada de mal gosto. na verdade o problema é a inexperiência, ingenuidade, afobação e a falta de oportunidade de aprendizado para desenvolver seu trabalho de maneira séria. mas os iniciantes tem grandes qualidades, são sonhadores, tem pique, não tem medo do futuro, são unidos e acreditam!
Quem está iniciando na profissão tem um gás tremendo, muitos sonhos e uma vontade férrea de acertar, além de boa vontade para aprender, ouvem conselhos e são mais socialistas no sentido de união e distribuição de informações.
Aproveitar essa condição para que eles possam se unir profissionalmente, criar estúdios aprender a lutar por trabalho, aprendizado e conquaitas em conjunto pode compensar a inexperiência e potencializa a probabilidade de sucesso profissional no futuro, mesmo passando por dificuldades no momento, pois amplia a experiência e promove nos iniciantes a capacidade de visão profissional e mercadológica mais globalizada.
É preciso entender que todos nós somos companheiros de profissão, colegas de trabalho e ao mesmo tempo concorrentes em muitos casos.
Seja qual for o ponto de vista que analisarmos, podemos perceber que tendo companheiros de profissão, colegas de trabalho ou concorrentes com melhor preparo e mais qualidade, esse panorama nos auxilia também pois nos impulsiona a todos a sermos profissionais mais eficientes, criativos e pró ativos.
Desencorajar os iniciantes a estudar, se aprimorar e orientá-los a analisar o mercado de maneira menos romântica e mais objetiva chega a ser um grande desperdício para todos. Abrindo as possibilidades, os novatos poderão ao seu turno, também nos indicar novidades e, acima de tudo renovar padrões estéticos agregando o conhecimento que as gerações passadas novidades.
Atualmente quem está começando ainda tem pouco acesso ao cabedal de informações de ordem técnica principalmente de grandes artistas do passado.
Muitas faculdades de arte ensinam apenas o lado teórico, e isso acaba sendo muito ruim. Por isso, impulsionar os iniciantes a conhecer técnicas, materiais diversos, fazer cursos aprendendo técnicas e sabendo que existe muito mais do que o computador aprimora e desenvolve a sensibilidade. E ao incitar a discussão no que diz respeito a análise de mercado e postura profissional puxa a qualidade geral até mesmo dos profissionais mais experientes para cima.
5.11.10
Sucesso Profissional
Pergunta: Como saber se um ilustrador tem sucesso profissional?
Resposta - Se os clientes gostam do seu trabalho, te indicam para outros clientes, pagam direitinho sem achar que você está cobrando injustamente, você consegue pagar suas contas, fazer um curso aqui ou ali e ainda ter vida pessoal, isso pra mim é sucesso. O resto...
Existe no mercado muita "lenda" sobre o que vem a ser um profissional bem sucedido. As pessoas fantasiam o sucesso pelo prisma absoluto das pessoas que são famosas, conhecidas, com inúmeros seguidores, fãs, etc.
No entanto, é preciso saber que o ideal para a maioria é ter objetivos acessíveis à maioria. Fama em mídia é uma exceção, principalmente na nossa profissão. Notoriedade é algo que para ser conquistado pode custar muita coisa importante, como amizades, sacrifícios pessoais, profissionais, até mesmo abrir mão de princípios que podem trazer dissabores. Nem todos conseguem a notoriedade às custas de uma conduta reta, e geralmente quando conseguem é porque sua notoriedade foi construída ao longo de anos a fio e um árduo, incessante e paciente trabalho.
O sucesso é fruto de uma vida inteira dedicada ao trabalho com responsabilidade. Existem pessoas que tem mais ou menos talento, mais ou menos sorte, mais ou menos inteligência e o resultado ao longo dos anos refletirá todos esses pontos.
Uma pessoa mais sortuda ou inteligente que outra conquistará o sucesso de maneira mais rápida que as demais, no entanto, como diz o velho ditado "a grama do vizinho é mais verde" muitas pessoas costumam achar que as conquistas dos outros é maior do que a sua própria ou foi menos custosa.
Mas a cada um existe uma conquista, resultado do seu talento e esforço, aquilo que eu conquistar ao longo da minha vida será diferente da conquista do outro, por isso é um erro tentar uniformizar o que vem a ser o sucesso.
A grosso modo eu acredito que o sucesso chega a uma pessoa que consiga antes de mais nada manter um padrão de vida razoável, sem precisar fazer grandes malabarismos, sem precisar de golpes de sorte ou de medidas pouco ortodoxas ou pouco éticas.
Isso não significa ter clientes que sejam importantes em nível nacional ou internacional, nem ter o seu trabalho exposto para milhares de pessoas, ou mesmo ganhar rios de dinheiro.
No meu ponto de vista, o sucesso tem muito mais ligação com a vida tanto profissional quanto pessoal sendo vivida de maneira equilibrada, com prosperidade e harmonia.
Resposta - Se os clientes gostam do seu trabalho, te indicam para outros clientes, pagam direitinho sem achar que você está cobrando injustamente, você consegue pagar suas contas, fazer um curso aqui ou ali e ainda ter vida pessoal, isso pra mim é sucesso. O resto...
Existe no mercado muita "lenda" sobre o que vem a ser um profissional bem sucedido. As pessoas fantasiam o sucesso pelo prisma absoluto das pessoas que são famosas, conhecidas, com inúmeros seguidores, fãs, etc.
No entanto, é preciso saber que o ideal para a maioria é ter objetivos acessíveis à maioria. Fama em mídia é uma exceção, principalmente na nossa profissão. Notoriedade é algo que para ser conquistado pode custar muita coisa importante, como amizades, sacrifícios pessoais, profissionais, até mesmo abrir mão de princípios que podem trazer dissabores. Nem todos conseguem a notoriedade às custas de uma conduta reta, e geralmente quando conseguem é porque sua notoriedade foi construída ao longo de anos a fio e um árduo, incessante e paciente trabalho.
O sucesso é fruto de uma vida inteira dedicada ao trabalho com responsabilidade. Existem pessoas que tem mais ou menos talento, mais ou menos sorte, mais ou menos inteligência e o resultado ao longo dos anos refletirá todos esses pontos.
Uma pessoa mais sortuda ou inteligente que outra conquistará o sucesso de maneira mais rápida que as demais, no entanto, como diz o velho ditado "a grama do vizinho é mais verde" muitas pessoas costumam achar que as conquistas dos outros é maior do que a sua própria ou foi menos custosa.
Mas a cada um existe uma conquista, resultado do seu talento e esforço, aquilo que eu conquistar ao longo da minha vida será diferente da conquista do outro, por isso é um erro tentar uniformizar o que vem a ser o sucesso.
A grosso modo eu acredito que o sucesso chega a uma pessoa que consiga antes de mais nada manter um padrão de vida razoável, sem precisar fazer grandes malabarismos, sem precisar de golpes de sorte ou de medidas pouco ortodoxas ou pouco éticas.
Isso não significa ter clientes que sejam importantes em nível nacional ou internacional, nem ter o seu trabalho exposto para milhares de pessoas, ou mesmo ganhar rios de dinheiro.
No meu ponto de vista, o sucesso tem muito mais ligação com a vida tanto profissional quanto pessoal sendo vivida de maneira equilibrada, com prosperidade e harmonia.
30.10.10
Minha Posição Política
Existem algum temas, como futebol, religião e política que eu procuro nunca manter uma posição ou desenvolver asusntos abertamente com as pessoas, pois eu não costumo ver pessoas que gostam de tratar desses assuntos mantendo uma conversa muito civilizada, muito menos pautada num parâmetro lógico razoável.
Por incríviel que pareça esse ano, desde o dia seis de janeiro eu venho sendo sistematicamente impelido por muitas pessoas para chafurdar na lama dos sensacionalismos políticos.
No dia seis de janeiro eu recebi uma suposta mensagem de um suposto doutor sei lá que, sei lá de onde, que se dizia grnade sabedor das coisas se ser acima da média em capacidade intelectual querendo analizar os dois principais candidatos.
Desde aquele dia eu já havia percebido que esse ano seria o mais chato no que se diz respeito a camapnha polític, pirncipalmente depois do advento da internet, as pessoas simplesmente se sentiram no direito de se tornarem a nossa consicência a ponto de ficar, dia sim, dia também, mandando mensagens e mais mensagens de cunho político tantanto se passar pelo meu senso de verdade e justiça que, aliás, é bem menos pentelho, porque não fica me atormentando tanto ao longo de um dia.
Apesar do extremo inconveinete que é receber dezenas de mensagens de teor político/eleitoreiro, o que mais me foi irritando foi ver que a quase totalidade desse conteúdo era de difamação, e não de propostas em prol do desenvolvimento do país.
Então eu me lembrei que no final do ano passado eu havia recebido uma newsletter de um meio de comunicação especializado em propaganda e marketing dizendo que o partido de oposição havia planejado uma campanha baseada nas mídias sociais e na internet, com estratégia de marketing de guerrilha, visando diminuir o prestígio do governo para ter chances nas eleições para presidente desse ano.
Em resumo: antes mesmo do jogo começar eu sabia que tudo isso que TODOS aqueles que estão lendo esse post agora passaram durante esses anos já era previsto. E o pior: apenas com o objetivo de tirar um partido do poder e colocar outro.
No início, eu procurei ser bastante imparcial e não me expor. Pra ser sincero eu perdi alguns dias procurando entre os candiadtos quem tivesse propostas, planos de governo para estudar e analizar por mim mesmo o que mais me agradava, para que o meu voto fosse baseado apenas naquilo que me interessa: propostas.
Curiosamente, os dois principais candidatos não tinham uma proposta sequer. No partido do governo haiva apenas um download do programa que havia sido eleito em 2006, e no da oposição nem isso, havia. Muito pelo contrário, havia uma comunidade que você entraria para que você dissesse o que você quer que o candidato faça.
Em compensação, eu econtrei um programa bastante bacana com propostas que eram muito similares ao meu modo de pensar no site do PV e a partir de então, por mais baixaria e imbecilidades gratuitas que eu ouvia e lia todo o santo dia pela internet, já sabia aonde eu depositaria o meu voto.
No entanto, essa eleição está sendo decidida no segundo turno, entre situação e oposição, e eu preciso ter uma posição.
Entre os dois, eu tenho uma natural predisposição para o atual governo em detrimento da gestão passada, por um motivo muito simples: a atual gestão me permitiu ter uma casa, família, prosperidade e me firmar profissionalmente, enquanto na gestão anteiror eu vivia sem perspectiva de qualquer tipo de estabilidade, não tinha trabalho, emprego, dinheiro e não vislumbrava um futuro na minha vida.
Mesmo assim, eu procurei colocar na balança as duas candidaturas.
Ambas sempre me pareceram muito semelhantes, as diferenças basicamente são que o PT defendem aquilo que sempre defenderam em suas linhas gerais, e o PSDB começou a defender princípios que nunca foram nem defendidos e nem executados em suas gestões, como valorização das empresas estatais, investimento no funcionalismo público, aumento do salário mínimo acima da inflação, aumento do salário dos funcionários públicos acima da inflação, aumento para aposentados acima da inflação...
Como um partido que nunca fez isso em suas gestões tanto em nível federal quanto em nível estadual pode defender isso? Como um partido pode defender princípios básicos que vão contra tudo aquilo que eles por décadas defendem e aplicam?
A impressão mais lógica que eu tenho é de que certas propostas são feitas mais para agradar ao eleitorado do que uma forma de expressão da sua forma de governar. Em resumo: mentira para enganar eleitor.
No entanto o grosso de toda a campanha política forma kilos e mais kilos de tudo quanto é tipo de denúncia e escândalo contra a gestão do PT.
Pelo menos pra mim, iss não teve qualquer peso, principlamente porque na minha família existe pelo menso meia dúzia de funcionários públicos do estado de São Paulo, e todos eles unanimimente são inimigos do PSDB. Desses meu familiares, que inclui uma irmã e a minha mãe, eu já ouvi histórias de tanta podridão que fica quase impossível ter algum traço de simpatia por uma gestão do PSDB.
Por outro lado, eu também conheço alguns funcionários públicos federais, e a visão que esses funcionários tem de seu patrão, que é o governo do PT é completamente diferente da visão que os estaduais tem do PSDB. Todos os funcionários federais que eu conheço gostam de ser empregados do Lula.
Aí, de um tempo pra cá, começou a borbulhar na mída e nas campanhas denúncias e escândalos de igual teor contra o Serra e sua turma.
Em contrapartida, o programa do PT que parecia apenas ser uma espécie de continuidade, e apenas isso do programa de governo de 2006, agora também tem um programa de governo, embora falte e muito detalhamento sobre como se chegar as metas propostas, mas ainda assim tem mais material que o PSDB.
Sem contar que as propostas do programa da Dilma são pelo menos coerentes com aquilo que o PT fez em sua gestão nos últimos oito anos.
Diante de tudo isso, fica muito difícil ver algo de positio em José Serra e sua trupe, Admitam ou não, os oito anos de FHC foram sofríveis perto dos oito anos de Lula, ambos os governos forma recheados de escândalos, só que na gestão anterior eles eram sumariamente abafados, e nem por isso deixaram de acontecer.
O que seria uma janelinha para o futuro, ao meu ver, eram as proposta da Marina Silva, que me pareceram mais modernas, e uma evolução natural do que o PT já fez, que eu admito é uma evolução antural do programa original do PSDB.
No entanto, o PSDB parece que ainda não percebe que não consegue propor uma evolução natural e o PT tá seguindo aquilo que tem planejado.
Mas na verdade o que anda me irritando sobremaneira na campanha do PSDB e isso eu faço questão de ressaltar, tanto é que é por causa disso que eu, nessa reta final acabei por me posicionar totalmente contra o PSDB é o comportamento horroroso que os PSDBistas desenvlveram ao longo desses meses em seus esforços para a tacar o PT.
Eu ando vendo pessoas se colocando como seres superiores ao resto da população, pessoas que se auto intitula, esclarescidos e que sistematicamente considera aqueles que não pensam como eles pessoas ignorantes, subdesenvolvidas e seres humanos de segunda categoria.
Se grande parte do eleitorado do PSDB é de pessoas com maior poder aquisitivo e melhor formação escolar, é de extremo nojo se colocarem como elite superior do país, que tem o dever moral de guiar os seres inferiores, pobres, pretos e nordestinos ao desenvolvimento e a verdade.
Isso é derivado de uma filosofia de superioridade de raça que durante séculos foi utilizada por povos para justificar a escravização de outros povos, para justificar a subjugação de algumas raças sobre as demais e foi capaz das maiores atrocidades que a humanidade já viu.
Eu pensei que esse tipo de modo de pensar tivesse sido enterrado em definitivo da humanidade desde a segunda guerra mundial. e ver partidários de um candidato que não pensa assim tomarem uma postura como essa é de extremo desgosto.
Não ter um norte político para mim é uma falha de orientação grave em um partido, deixar de tentar convencer as pessoas que as suas propostas são melhores do que as propostas adversárias tantando convencer o eleitor a votar em você porque o seu adversário é pior do que você é no mínimo, infantil. Mas tratar as pessoas que não pensam como você, não agem como você quer e gosta e não te obedecem como seres humanos de segunda linha, raça inferior, é o cúmulo da falta de valores éticos e morais.
Eu espero, sinceramente, pelo bem das elites desse país, da economia e da ordem social que os representantes e pensadores do PSDB, depois do episódio que acabará amanhã reavalie com muito cuidado, e com um mínimo de humildade para que não possam num futuro qualquer serem pivôs de uma grande desgraça nacional.
Rivalidade tem limites.
Por incríviel que pareça esse ano, desde o dia seis de janeiro eu venho sendo sistematicamente impelido por muitas pessoas para chafurdar na lama dos sensacionalismos políticos.
No dia seis de janeiro eu recebi uma suposta mensagem de um suposto doutor sei lá que, sei lá de onde, que se dizia grnade sabedor das coisas se ser acima da média em capacidade intelectual querendo analizar os dois principais candidatos.
Desde aquele dia eu já havia percebido que esse ano seria o mais chato no que se diz respeito a camapnha polític, pirncipalmente depois do advento da internet, as pessoas simplesmente se sentiram no direito de se tornarem a nossa consicência a ponto de ficar, dia sim, dia também, mandando mensagens e mais mensagens de cunho político tantanto se passar pelo meu senso de verdade e justiça que, aliás, é bem menos pentelho, porque não fica me atormentando tanto ao longo de um dia.
Apesar do extremo inconveinete que é receber dezenas de mensagens de teor político/eleitoreiro, o que mais me foi irritando foi ver que a quase totalidade desse conteúdo era de difamação, e não de propostas em prol do desenvolvimento do país.
Então eu me lembrei que no final do ano passado eu havia recebido uma newsletter de um meio de comunicação especializado em propaganda e marketing dizendo que o partido de oposição havia planejado uma campanha baseada nas mídias sociais e na internet, com estratégia de marketing de guerrilha, visando diminuir o prestígio do governo para ter chances nas eleições para presidente desse ano.
Em resumo: antes mesmo do jogo começar eu sabia que tudo isso que TODOS aqueles que estão lendo esse post agora passaram durante esses anos já era previsto. E o pior: apenas com o objetivo de tirar um partido do poder e colocar outro.
No início, eu procurei ser bastante imparcial e não me expor. Pra ser sincero eu perdi alguns dias procurando entre os candiadtos quem tivesse propostas, planos de governo para estudar e analizar por mim mesmo o que mais me agradava, para que o meu voto fosse baseado apenas naquilo que me interessa: propostas.
Curiosamente, os dois principais candidatos não tinham uma proposta sequer. No partido do governo haiva apenas um download do programa que havia sido eleito em 2006, e no da oposição nem isso, havia. Muito pelo contrário, havia uma comunidade que você entraria para que você dissesse o que você quer que o candidato faça.
Em compensação, eu econtrei um programa bastante bacana com propostas que eram muito similares ao meu modo de pensar no site do PV e a partir de então, por mais baixaria e imbecilidades gratuitas que eu ouvia e lia todo o santo dia pela internet, já sabia aonde eu depositaria o meu voto.
No entanto, essa eleição está sendo decidida no segundo turno, entre situação e oposição, e eu preciso ter uma posição.
Entre os dois, eu tenho uma natural predisposição para o atual governo em detrimento da gestão passada, por um motivo muito simples: a atual gestão me permitiu ter uma casa, família, prosperidade e me firmar profissionalmente, enquanto na gestão anteiror eu vivia sem perspectiva de qualquer tipo de estabilidade, não tinha trabalho, emprego, dinheiro e não vislumbrava um futuro na minha vida.
Mesmo assim, eu procurei colocar na balança as duas candidaturas.
Ambas sempre me pareceram muito semelhantes, as diferenças basicamente são que o PT defendem aquilo que sempre defenderam em suas linhas gerais, e o PSDB começou a defender princípios que nunca foram nem defendidos e nem executados em suas gestões, como valorização das empresas estatais, investimento no funcionalismo público, aumento do salário mínimo acima da inflação, aumento do salário dos funcionários públicos acima da inflação, aumento para aposentados acima da inflação...
Como um partido que nunca fez isso em suas gestões tanto em nível federal quanto em nível estadual pode defender isso? Como um partido pode defender princípios básicos que vão contra tudo aquilo que eles por décadas defendem e aplicam?
A impressão mais lógica que eu tenho é de que certas propostas são feitas mais para agradar ao eleitorado do que uma forma de expressão da sua forma de governar. Em resumo: mentira para enganar eleitor.
No entanto o grosso de toda a campanha política forma kilos e mais kilos de tudo quanto é tipo de denúncia e escândalo contra a gestão do PT.
Pelo menos pra mim, iss não teve qualquer peso, principlamente porque na minha família existe pelo menso meia dúzia de funcionários públicos do estado de São Paulo, e todos eles unanimimente são inimigos do PSDB. Desses meu familiares, que inclui uma irmã e a minha mãe, eu já ouvi histórias de tanta podridão que fica quase impossível ter algum traço de simpatia por uma gestão do PSDB.
Por outro lado, eu também conheço alguns funcionários públicos federais, e a visão que esses funcionários tem de seu patrão, que é o governo do PT é completamente diferente da visão que os estaduais tem do PSDB. Todos os funcionários federais que eu conheço gostam de ser empregados do Lula.
Aí, de um tempo pra cá, começou a borbulhar na mída e nas campanhas denúncias e escândalos de igual teor contra o Serra e sua turma.
Em contrapartida, o programa do PT que parecia apenas ser uma espécie de continuidade, e apenas isso do programa de governo de 2006, agora também tem um programa de governo, embora falte e muito detalhamento sobre como se chegar as metas propostas, mas ainda assim tem mais material que o PSDB.
Sem contar que as propostas do programa da Dilma são pelo menos coerentes com aquilo que o PT fez em sua gestão nos últimos oito anos.
Diante de tudo isso, fica muito difícil ver algo de positio em José Serra e sua trupe, Admitam ou não, os oito anos de FHC foram sofríveis perto dos oito anos de Lula, ambos os governos forma recheados de escândalos, só que na gestão anterior eles eram sumariamente abafados, e nem por isso deixaram de acontecer.
O que seria uma janelinha para o futuro, ao meu ver, eram as proposta da Marina Silva, que me pareceram mais modernas, e uma evolução natural do que o PT já fez, que eu admito é uma evolução antural do programa original do PSDB.
No entanto, o PSDB parece que ainda não percebe que não consegue propor uma evolução natural e o PT tá seguindo aquilo que tem planejado.
Mas na verdade o que anda me irritando sobremaneira na campanha do PSDB e isso eu faço questão de ressaltar, tanto é que é por causa disso que eu, nessa reta final acabei por me posicionar totalmente contra o PSDB é o comportamento horroroso que os PSDBistas desenvlveram ao longo desses meses em seus esforços para a tacar o PT.
Eu ando vendo pessoas se colocando como seres superiores ao resto da população, pessoas que se auto intitula, esclarescidos e que sistematicamente considera aqueles que não pensam como eles pessoas ignorantes, subdesenvolvidas e seres humanos de segunda categoria.
Se grande parte do eleitorado do PSDB é de pessoas com maior poder aquisitivo e melhor formação escolar, é de extremo nojo se colocarem como elite superior do país, que tem o dever moral de guiar os seres inferiores, pobres, pretos e nordestinos ao desenvolvimento e a verdade.
Isso é derivado de uma filosofia de superioridade de raça que durante séculos foi utilizada por povos para justificar a escravização de outros povos, para justificar a subjugação de algumas raças sobre as demais e foi capaz das maiores atrocidades que a humanidade já viu.
Eu pensei que esse tipo de modo de pensar tivesse sido enterrado em definitivo da humanidade desde a segunda guerra mundial. e ver partidários de um candidato que não pensa assim tomarem uma postura como essa é de extremo desgosto.
Não ter um norte político para mim é uma falha de orientação grave em um partido, deixar de tentar convencer as pessoas que as suas propostas são melhores do que as propostas adversárias tantando convencer o eleitor a votar em você porque o seu adversário é pior do que você é no mínimo, infantil. Mas tratar as pessoas que não pensam como você, não agem como você quer e gosta e não te obedecem como seres humanos de segunda linha, raça inferior, é o cúmulo da falta de valores éticos e morais.
Eu espero, sinceramente, pelo bem das elites desse país, da economia e da ordem social que os representantes e pensadores do PSDB, depois do episódio que acabará amanhã reavalie com muito cuidado, e com um mínimo de humildade para que não possam num futuro qualquer serem pivôs de uma grande desgraça nacional.
Rivalidade tem limites.
30.9.10
A Mosca
Eu sou a mosca que pouso em sua sopa
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar...
E não adianta vir me detetizar
Pois nem o seu DDT pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar...
Tá vendo amiguinho?
O que te desiquilibra não são minhas palavras, mas o fato é que minhas palavras estão recheadas de verdades que sua consciência vive te apontando, mas você ignora.
Minhas palavras são apenas o eco daquilo que você não pode esconder. E vive querendo esconder.
O tempo passa, a verdade vai aparecendo, e o pior, vai se destacando.
Eu não preciso fazer nada para que a realidade desponte, não vou perder meu tempo.
Mas saiba, eu sei quem você é.
Não sou seu inimigo.
Não tenho raiva de você.
Eu apenas sinto pena, de tanto rancor, tanto preconceito, tanto orgulho e vaidade que existe em seu coração.
Você fica doente cada vez que corre o risco de ser descoberto em público na sua verdadeira essência, por isso não consegue se controlar.
Seria muito mais útil para você conhecer sesu próprios defeitos para que, com força de vontade, você se aplique em transformá-los em qualidades.
Eu te perdôo, pois sei que eu também não sou perfeito. Eu tenho meus defeitos, são muitos e erro constantemente.
Mas procuro aprender com meus erros.
Até hoje eu não sei porque você é tão legal com todos, mas age sempre como se quisesse ser meu inimigo, meu maior inimigo.
Minha pessoa te incita inveja?
Minha presença te incomoda?
O fato de eu existir é motivo para sua infelicidade íntima?
Porque você quer tanto me destruir e destruir todas as coisas que eu construo com tanto afinco?
Eu sou, por acaso, algum câncer que precisa ser extirpado?
Eu sou, por acaso, algum animal selvagem?
Esse é o meu perfil?
Ou será que você enxerga em mim aquilo que você vive escondendo em você mesmo?
Eu não desejo o seu mal, mas isso não significa que eu vou começar a passar a mão em sua cabeça.
Eu não vejo em você uma ameaça a minha existência nem aos meus interesses, pois eles são sinceramente desprovidos de egoísmo.
Mas você não acredita em mim.
Não tem importância, eu não sou obrigado a provar nada para você.
Apenas aceite a minha personalidade como eu sou, da mesma maneira como eu aceito a sua.
Eu, sinceramente agradeço a Deus pela sua existência, pois toda tentativa que você faz para me prejudicar é uma prova para que eu saiba o que é realmente importante nessa vida, para que mesmo com pessoas que me odeiam, eu não envenene o meu coração.
Mesmo assim, minhas orações muitas vezes são endereçadas para você, pois deve ser muito sofrido ter o coração assim tão envenenado por sentimentos tão pouco nobres.
Mas eu tenho certeza que um dia tudo isso será passado, eu tenho certeza que um dia você será uma pessoa diferente. Um dia ainda haverá amor no seu coração.
E você então vai ver que eu nunca estive errado, nunca quis seu mal.
Eu não farei mal algum, mesmo quando você fizer coisas que permitam eu te atacar, eu te desmoralizar, eu não farei isso, pois eu não quero seu mal.
Você já deu inúmeras oportunidades para ser desmascarado, desmoralizado na frente das pessoas, mas eu nunca quis fazer nada de ruim para você, e não fiz.
Você ainda acha que manda nas pessoas, na consciência das pessoas, que a sua palavra é a última palavra, é a sentença final, mas não é.
Muitas pessoas olham para o seu comportamento com pena de seu ego, e apenas permitem que você se manifeste com toda sua imponência, todo seu preconceito, toda sua arrogância com dó. Você, na sua cegueira não percebe que todos estão vendo seus defeitos escancarados, acha que todos admiram seu peito inchado e seu coração vazio.
As pessoas percebem que quando você ataca alguém, falta em você respeito ao próximo, você é capaz de chafurdar na lama, não demonstra piedade de ninguém, em atitude típica de bárbaros.
Diz para mim que eu sempre acabo estragando tudo, mas quem acaba estragando tudo, afinal de contas?
Não vê que age exatamente da mesma maneira como você diz que as outras pessoas agem?
No entanto, eu não tenho raiva de você. Sei que você precisa de uma mão, de um amigo, pois eu sei que você não os tem.
Uma pessoa que age dessa maneira pode ser cercada de admiradores, mas eu espero que um dia você perceba que a maioria deles apenas esperam um momento de descuido seu para lhe aplicar um golpe pelas costas.
Porque você faz por merecer isso. Mas ainda é tempo de modificar isso tudo.
Se desarme.
Eu não estou aqui para te fazer mal algum.
Eu estou aqui para cumprir meu papel.
Papel esse que você não compreende.
Eu sei disso, e sei que é justamente pelo fato de você não compreender que você sempre procura me fazer tanto mal.
Mas um dia você irá despertar.
E sua consciência será sua verdadeira inimiga, e não eu.
Quando isso acontecer, provavelmente eu nada ou quase nada poderei fazer. Mas tenha certeza que se eu puder fazer alguma coisa, jamais será um golpe de misericórdia em você.
Fica com Deus.
Eu sou a mosca que pintou pra lhe abusar
Eu sou a mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto a zumbizar...
E não adianta vir me detetizar
Pois nem o seu DDT pode assim me exterminar
Porque você mata uma e vem outra em meu lugar...
Tá vendo amiguinho?
O que te desiquilibra não são minhas palavras, mas o fato é que minhas palavras estão recheadas de verdades que sua consciência vive te apontando, mas você ignora.
Minhas palavras são apenas o eco daquilo que você não pode esconder. E vive querendo esconder.
O tempo passa, a verdade vai aparecendo, e o pior, vai se destacando.
Eu não preciso fazer nada para que a realidade desponte, não vou perder meu tempo.
Mas saiba, eu sei quem você é.
Não sou seu inimigo.
Não tenho raiva de você.
Eu apenas sinto pena, de tanto rancor, tanto preconceito, tanto orgulho e vaidade que existe em seu coração.
Você fica doente cada vez que corre o risco de ser descoberto em público na sua verdadeira essência, por isso não consegue se controlar.
Seria muito mais útil para você conhecer sesu próprios defeitos para que, com força de vontade, você se aplique em transformá-los em qualidades.
Eu te perdôo, pois sei que eu também não sou perfeito. Eu tenho meus defeitos, são muitos e erro constantemente.
Mas procuro aprender com meus erros.
Até hoje eu não sei porque você é tão legal com todos, mas age sempre como se quisesse ser meu inimigo, meu maior inimigo.
Minha pessoa te incita inveja?
Minha presença te incomoda?
O fato de eu existir é motivo para sua infelicidade íntima?
Porque você quer tanto me destruir e destruir todas as coisas que eu construo com tanto afinco?
Eu sou, por acaso, algum câncer que precisa ser extirpado?
Eu sou, por acaso, algum animal selvagem?
Esse é o meu perfil?
Ou será que você enxerga em mim aquilo que você vive escondendo em você mesmo?
Eu não desejo o seu mal, mas isso não significa que eu vou começar a passar a mão em sua cabeça.
Eu não vejo em você uma ameaça a minha existência nem aos meus interesses, pois eles são sinceramente desprovidos de egoísmo.
Mas você não acredita em mim.
Não tem importância, eu não sou obrigado a provar nada para você.
Apenas aceite a minha personalidade como eu sou, da mesma maneira como eu aceito a sua.
Eu, sinceramente agradeço a Deus pela sua existência, pois toda tentativa que você faz para me prejudicar é uma prova para que eu saiba o que é realmente importante nessa vida, para que mesmo com pessoas que me odeiam, eu não envenene o meu coração.
Mesmo assim, minhas orações muitas vezes são endereçadas para você, pois deve ser muito sofrido ter o coração assim tão envenenado por sentimentos tão pouco nobres.
Mas eu tenho certeza que um dia tudo isso será passado, eu tenho certeza que um dia você será uma pessoa diferente. Um dia ainda haverá amor no seu coração.
E você então vai ver que eu nunca estive errado, nunca quis seu mal.
Eu não farei mal algum, mesmo quando você fizer coisas que permitam eu te atacar, eu te desmoralizar, eu não farei isso, pois eu não quero seu mal.
Você já deu inúmeras oportunidades para ser desmascarado, desmoralizado na frente das pessoas, mas eu nunca quis fazer nada de ruim para você, e não fiz.
Você ainda acha que manda nas pessoas, na consciência das pessoas, que a sua palavra é a última palavra, é a sentença final, mas não é.
Muitas pessoas olham para o seu comportamento com pena de seu ego, e apenas permitem que você se manifeste com toda sua imponência, todo seu preconceito, toda sua arrogância com dó. Você, na sua cegueira não percebe que todos estão vendo seus defeitos escancarados, acha que todos admiram seu peito inchado e seu coração vazio.
As pessoas percebem que quando você ataca alguém, falta em você respeito ao próximo, você é capaz de chafurdar na lama, não demonstra piedade de ninguém, em atitude típica de bárbaros.
Diz para mim que eu sempre acabo estragando tudo, mas quem acaba estragando tudo, afinal de contas?
Não vê que age exatamente da mesma maneira como você diz que as outras pessoas agem?
No entanto, eu não tenho raiva de você. Sei que você precisa de uma mão, de um amigo, pois eu sei que você não os tem.
Uma pessoa que age dessa maneira pode ser cercada de admiradores, mas eu espero que um dia você perceba que a maioria deles apenas esperam um momento de descuido seu para lhe aplicar um golpe pelas costas.
Porque você faz por merecer isso. Mas ainda é tempo de modificar isso tudo.
Se desarme.
Eu não estou aqui para te fazer mal algum.
Eu estou aqui para cumprir meu papel.
Papel esse que você não compreende.
Eu sei disso, e sei que é justamente pelo fato de você não compreender que você sempre procura me fazer tanto mal.
Mas um dia você irá despertar.
E sua consciência será sua verdadeira inimiga, e não eu.
Quando isso acontecer, provavelmente eu nada ou quase nada poderei fazer. Mas tenha certeza que se eu puder fazer alguma coisa, jamais será um golpe de misericórdia em você.
Fica com Deus.
23.9.10
Ensaio sobre o Sistema de Projetos Colaborativos
Nos últimos dias andaram pululando em minha caixa postal de pessoas discutindo, reclamando e denunciando concursos ou ações ditas “colaborativas”, a freqüência com que novos empreendimentos, principalmente pelo fato de que empresas grandes do mercado de comunicação começam a lançar mão desse recurso, me fizeram voltar atenção para esse tema especificamente.
Existem muitas discussões à respeito desse sistema, muita opinião a favor e contra. No entanto é difícil a gente ver uma análise sobre esse sistema para que a gente possa compreender com maior clareza e para que a gente possa ter um posicionamento antes mesmo de apaixonado, mas esclarecido, com algum embasamento.
O problema maior, penso eu, está no sistema em que a humanidade desse planetinha minúsculo adotou a séculos para pautar o seu modo de vida que é o sistema capitalista.
O capitalismo existe desde que o mundo é mundo, desde a época em que os homens viviam nas cavernas e procuraram um jeito que fosse mais eficaz para a convivência social sem os problemas decorrentes do escambo.
Acontece que de lá pra cá muitos pensadores apareceram no mundo, muito se tentou aplicar para tornar o capitalismo menos ruim ou até mesmo para substituí-lo, no entanto todas as tentativas fracassaram.
Mesmo assim, devemos dar o braço a torcer que foi graças as filosofias socialista, comunistas, anarquistas, social-democráticas e liberais o capitalismo atual é menos ruim do que ele já foi um dia, embora esteja longe de chegar num ponto de equilíbrio.
O problema é que, por mais que os sistemas tenham evoluído, acrescidos de princípios éticos e morais, qualquer pessoa que compreende que nesse sistema o mais importante é o dinheiro, não importa o que se faça para que cheguemos ao vil metal, desde que tenhamos dinheiro em nossas mãos.
Justamente as pessoas que focam o dinheiro até hoje são aplaudidos pela sociedade como pessoas de sucesso, se tornam modelos e exemplos a serem seguidos.
Em meio a essa praticidade que o pensamento capitalista puro pode trazer as pessoas, também existe uma quantidade muito grande de líderes bem sucedidos que perceberam que doutrinas sociais se tornam armas importante para fazer com que as massas percam o interesse em lutar com tanto afinco pelo dinheiro, e assim diminuem o acirramento na concorrência e facilitam o trabalho daqueles que não abrem mão do dinheiro a qualquer custo.
A questão é que nem todo mundo tem esse modo de pensar, aonde o que vale é fazer o outro de bobo, mas vivemos num mundo aonde pessoas declaradamente capitalistas se misturam com pseudo-socialistas e socialistas idealistas.
No final das contas o que acaba mandando ainda é o dinheiro e o cara cujo objetivo é apenas ganhar dinheiro acaba saindo em vantagem. Não estou dizendo com isso que o fato de se ganhar dinheiro faz de uma pessoa feliz, satisfeita ou que ela um dia possa vir a usufruir de todas as benesses que o dinheiro ganho pode proporcionar.
Compreendido esse introdução, vamos procurar compreender como uma empresa funciona.
Basicamente, sem que a gente fique especificando do que é uma empresa, podemos dizer que toda empresa tem alguns mecanismo essenciais para que existe e produza:
Compra - é a parte responsável por adquirir matéria prima e estrutura necessária para a produção
Diretoria – é a parte da empresa responsável pelo direcionamento e planejamento do que a empresa será, fará e se posicionará no mercado
Administração – é a parte que organiza o funcionamento da empresa
Produção – é a parte da empresa capaz de fazer o produto/serviço que é o objetivo da empresa
Venda – é a parte da empresa responsável por fazer com que o produto/serviço chegue até o seu público
Uma empresa tem como sua principal fonte de renda, a venda de seus produtos ou serviços. No entanto, existe atualmente outra fonte de renda para uma empresa que é através de venda de espaço publicitário. Isso existe para empresas que podem ter uma presença tão ativa no mercado que seja interessante para outras empresas ter seu nome vinculado a ela e utilizarem um espaço da empresa para mostrar o seu próprio produto ou serviço.
Hoje em dia também existe outra fonte de renda de uma empresa, que é através do licenciamento, aonde a empresa permite o uso da imagem de sua empresa para que outras empresas possam ganhar dinheiro em troca do pagamento de uma porcentagem do ganho obtido com o uso de sua imagem.
No entanto, muitos administradores descobriram outras maneiras de fazer com que o dinheiro que uma empresa lucre seja maior, uma vez que a empresa passe por algum processo de crise criativa, ou chegue no auge da sua capacidade de lucrar que é justamente diminuindo os gastos.
Esse princípio não é necessariamente errado ou antiético, uma vez que ele possa corrigir abusos como desperdício de dinheiro ou falta de foco de uma empresa com atividades de alto custo e pouco retorno financeiro.
Acontece que esse princípio básico já foi a muito tempo usado nas empresas e os seus administradores perceberam que também dá para aumentar o lucro das empresas contando outros gastos que não são necessariamente supérfluos.
Como seria isso?
Cortando gasto com os fornecedores, adquirindo matéria prima mais barata, mesmo que ela seja de qualidade inferior (coisa que fatalmente irá acontecer); fechando contrato de fornecimento em quantidade, diminuindo o valor unitário do material comprado,mas ainda oferecendo pelo volume negociado uma boa vantagem para o fornecedor. Também é possível demitir funcionários mais velho e com melhor salário e contratar funcionários novos por menos da metade do salário.
A questão nesse caso é que a primeira opção é mais elástica que as demais e mais viável principalmente para empresas cuja matéria prima não seja adquirida em quantidade.
Ilustradores são basicamente fornecedores de matéria prima para empresas de comunicação e eles são justamente um dos objetos dessa política de aumento de lucratividade das empresas através da diminuição dos custos..
Isso somado ao aumento vertiginoso de novos ilustradores no mercado, faz com que a situação seja da forma como já conhecemos.
Acontece que existe um limite saudável de diminuição de valores pagos por uma matéria prima e a aquisição de matéria prima com qualidade mínima capaz de oferecer alguma vantagem na hora do produto de uma empresa entrar no mercado.
Chega-se em um momento em que o valor baixo compromete e muito a qualidade final do produto oferecido que o produto perde seu atrativo para o consumidor e as suas vendas despencam. Aí aquilo que era lucro vira um prejuízo aonde será impossível reverter a situação pois os custo já foram cortados ao máximo e não existe nenhum investimento criativo capaz de fazer surgir alguma novidade no produto capaz de chamar a atenção do consumidor para aquele produto.
Fatalmente, esse processo terá como desfecho a falência da empresa.
Para evitar que o sistema adotado acabe com a falência da empresa, ou para que novas empresas possam ter condições de entrar no mercado e sobreviver com menos capacidade de retorno financeiro de seu produto/serviço, alguns administradores mais atentos começaram a lançar mão de princípios que fazem parte de filosofias socialistas, comunistas e anarquistas para se chegar a uma solução viável.
É aí que entra o sistema de projetos colaborativos: cria-se apenas para os fornecedores de matéria prima a possibilidade dos mesmos utilizarem o produto/serviço da empresa como escada profissional, permitindo a visibilidade da matéria prima do fornecedor.
Dessa maneira, o fornecedor irá fazer questão de oferecer uma matéria prima de qualidade, já que é de interesse dele fazer com que as pessoas saibam que a sua matéria prima é de qualidade, a custo zero.
Isso faz com que caiam as últimas barreiras possíveis do sistema, a empresa consegue diminuir ainda mais o seu custo e existe a possibilidade do seu produto voltar a ter a mesma qualidade que tinha antes e reconquistar o seu espaço perdido no mercado.
Para a empresa em questão, essa é a última barreira possível, e os administradores talvez não tenham percebido que abaixo desse ponto ninguém mais consegue chegar, mas a elas ainda restará mais algum tempo de sobrevivência, e essas mesmas empresas se apegam aos seus projetos colaborativos com unhas e dentes, pois sabem que é a última tábua a boiar no náufrago mercado lógico causado pelas suas más escolhas administrativas ao longo dos anos, só que eu aposto com quem quiser que essa tábua ainda não será a tábua da salvação.
Agora, o que o fornecedor ganha com esse sistema colaborativo?
Bem... a princípio o fornecedor ganharia uma espécie de espaço publicitário...
Eu sei que muita gente ao chegar nesse ponto do texto se pergunta: e o que tem de errado nisso?
Eu respondo para você: o que tem de errado é outro princípio básico que rege a organizações das sociedades desde sempre e que eu ainda não mencionei: O Estado de Direito.
O conceito básico do estado de direito é que para todo direito existe um dever. Num estado baseado em padrões médios de civilidade as pessoas recebem benefícios em troca de obrigações, e tanto um quanto outro são equivalentes. Ter o direito a algum benefício só existe quando o seu dever é de igual teor.
No Brasil esse conceito de Estado de Direito é muito mal compreendido ainda nos dias de hoje. Vemos pessoas que nunca contribuíram com um único imposto terem direito a programas sociais, enquanto outras pessoas pagam uma carga tributária absurda em troca de coisa alguma.
Vivemos num país aonde o direito virou vantagem e o dever virou prejuízo. Vivemos num Estado de Vantagem.
Por isso mesmo acaba sendo muito difícil para cada um de nós compreendermos essa relação de direitos e deveres, essa relação de que cada coisa que eu faço tem que obrigatoriamente me trazer de volta um benefício de igual teor.
Agora eu volto a fazer a pergunta: O que o fornecedor ganha com um projeto colaborativo?
Propaganda de graça? Só se a empresa ceder um espaço de igual tamanho ao da imagem que o ilustrador fez para criar um anúncio seu.
Ah, mas o artista pode assinar a sua obra. Assinatura de obra não é propaganda, é apenas uma forma de identificar o autor, nada mais do que isso. Isso entra dentro do direito inerente ao autor de uma obra ter sido o responsável pela obra, é o direito de um autor ser reconhecido pelo seu trabalho.
Uma propaganda pressupõe uma série de outras coisas, como estudo do público alvo e a confecção de uma peça capaz de atingir seu público alvo. É possível que com uma imagem que será utilizada para ilustrar uma matéria determinada se conseguir incluir elementos com objetividade suficiente para, ao mesmo tempo ilustrar a matéria e vender o artista? Eu divido...
E para estampar uma camiseta? Mas, entre os projetos colaborativos de estampa para camiseta existe uma premiação. Mas não existe qualquer contrapartida para os demais ilustradores.
Um sistema colaborativo seria justo se uma empresa de estampa chamasse UM ilustrador para fazer uma estampa e premiasse o trabalho do ilustrador.
Numa sociedade aonde existe um estado de direito TODO trabalho é recompensado, não somente os melhores trabalhos.
Agora, vamos fazer algumas suposições: Se o trabalho é colaborativo, então os fornecedores poderiam ter a sua contrapartida, ao invés do pagamento em dinheiro com algum benefício que fosse equivalente. A empresa que oferece o sistema colaborativo poderia, por exemplo se responsabilizar pelo pagamento das despesas de internet do seu fornecedor, ou oferecer gasolina por um mês para o seu fornecedor, Ou um mês de aluguel do seu estúdio pago pela empresa.
Enfim, uma mão lava a outra. O ilustrador colabora com o projeto da empresa e a empresa colabora com o projeto do ilustrador.
Agora, outra coisa que é muito curiosa é que o projeto só é colaborativo no que diz respeito ao fornecedor.
Se uma empresa adota o sistema de projetos colaborativos deve adotar o colaborativismo em 100% de sua empresa.
Ou seja: os funcionários trabalham em troca de divulgação, o contador trabalha em troca de divulgação, os espaços publicitários não devem ter custo, as demais matérias primas como tinta, papel etc. devem ser fornecidas de graça e, principalmente, o produto que a empresa realiza deve ser oferecido gratuitamente para todo mundo.
Agora, como uma Camiseteria quer me convencer a trabalhar de graça para ela se ela me cobra por uma camiseta sua? Como uma Trip vai me convencer a trabalhar de graça para ela se eu tiver que pagar para ter a Trip? Como uma Zupi vai querer que eu forneça meu trabalho de graça se ela cobra para eu ter a revista?
Aliás, essas empresas tem três formas de renda, conforme nós já citamos no início desse texto, e eu duvido que elas abram mão de suas rendas possíveis em nome do colaborativismo.
Portanto, eu me vejo obrigado, por tudo isso a chegar à conclusão de que o colaborativismo é um grande engodo, falsidade ideológica, golpe, tentativa de estelionato.
Cabe a cada um de nós porém, ter o direito de compreender na integra como é o sistema de projetos colaborativos e o dever de ensinar e divulgar a realidade para o maior número de colegas de profissão possível.
Eu somente aceitarei um sistema baseado em princípios socialistas ou anarquistas quando forem feitas por empresas que adotam esse sistema em todos os momentos e departamentos internos.
Caso contrário eu continuarei acreditando que a melhor contrapartida para um trabalho realizado é a remuneração.
Existem muitas discussões à respeito desse sistema, muita opinião a favor e contra. No entanto é difícil a gente ver uma análise sobre esse sistema para que a gente possa compreender com maior clareza e para que a gente possa ter um posicionamento antes mesmo de apaixonado, mas esclarecido, com algum embasamento.
O problema maior, penso eu, está no sistema em que a humanidade desse planetinha minúsculo adotou a séculos para pautar o seu modo de vida que é o sistema capitalista.
O capitalismo existe desde que o mundo é mundo, desde a época em que os homens viviam nas cavernas e procuraram um jeito que fosse mais eficaz para a convivência social sem os problemas decorrentes do escambo.
Acontece que de lá pra cá muitos pensadores apareceram no mundo, muito se tentou aplicar para tornar o capitalismo menos ruim ou até mesmo para substituí-lo, no entanto todas as tentativas fracassaram.
Mesmo assim, devemos dar o braço a torcer que foi graças as filosofias socialista, comunistas, anarquistas, social-democráticas e liberais o capitalismo atual é menos ruim do que ele já foi um dia, embora esteja longe de chegar num ponto de equilíbrio.
O problema é que, por mais que os sistemas tenham evoluído, acrescidos de princípios éticos e morais, qualquer pessoa que compreende que nesse sistema o mais importante é o dinheiro, não importa o que se faça para que cheguemos ao vil metal, desde que tenhamos dinheiro em nossas mãos.
Justamente as pessoas que focam o dinheiro até hoje são aplaudidos pela sociedade como pessoas de sucesso, se tornam modelos e exemplos a serem seguidos.
Em meio a essa praticidade que o pensamento capitalista puro pode trazer as pessoas, também existe uma quantidade muito grande de líderes bem sucedidos que perceberam que doutrinas sociais se tornam armas importante para fazer com que as massas percam o interesse em lutar com tanto afinco pelo dinheiro, e assim diminuem o acirramento na concorrência e facilitam o trabalho daqueles que não abrem mão do dinheiro a qualquer custo.
A questão é que nem todo mundo tem esse modo de pensar, aonde o que vale é fazer o outro de bobo, mas vivemos num mundo aonde pessoas declaradamente capitalistas se misturam com pseudo-socialistas e socialistas idealistas.
No final das contas o que acaba mandando ainda é o dinheiro e o cara cujo objetivo é apenas ganhar dinheiro acaba saindo em vantagem. Não estou dizendo com isso que o fato de se ganhar dinheiro faz de uma pessoa feliz, satisfeita ou que ela um dia possa vir a usufruir de todas as benesses que o dinheiro ganho pode proporcionar.
Compreendido esse introdução, vamos procurar compreender como uma empresa funciona.
Basicamente, sem que a gente fique especificando do que é uma empresa, podemos dizer que toda empresa tem alguns mecanismo essenciais para que existe e produza:
Compra - é a parte responsável por adquirir matéria prima e estrutura necessária para a produção
Diretoria – é a parte da empresa responsável pelo direcionamento e planejamento do que a empresa será, fará e se posicionará no mercado
Administração – é a parte que organiza o funcionamento da empresa
Produção – é a parte da empresa capaz de fazer o produto/serviço que é o objetivo da empresa
Venda – é a parte da empresa responsável por fazer com que o produto/serviço chegue até o seu público
Uma empresa tem como sua principal fonte de renda, a venda de seus produtos ou serviços. No entanto, existe atualmente outra fonte de renda para uma empresa que é através de venda de espaço publicitário. Isso existe para empresas que podem ter uma presença tão ativa no mercado que seja interessante para outras empresas ter seu nome vinculado a ela e utilizarem um espaço da empresa para mostrar o seu próprio produto ou serviço.
Hoje em dia também existe outra fonte de renda de uma empresa, que é através do licenciamento, aonde a empresa permite o uso da imagem de sua empresa para que outras empresas possam ganhar dinheiro em troca do pagamento de uma porcentagem do ganho obtido com o uso de sua imagem.
No entanto, muitos administradores descobriram outras maneiras de fazer com que o dinheiro que uma empresa lucre seja maior, uma vez que a empresa passe por algum processo de crise criativa, ou chegue no auge da sua capacidade de lucrar que é justamente diminuindo os gastos.
Esse princípio não é necessariamente errado ou antiético, uma vez que ele possa corrigir abusos como desperdício de dinheiro ou falta de foco de uma empresa com atividades de alto custo e pouco retorno financeiro.
Acontece que esse princípio básico já foi a muito tempo usado nas empresas e os seus administradores perceberam que também dá para aumentar o lucro das empresas contando outros gastos que não são necessariamente supérfluos.
Como seria isso?
Cortando gasto com os fornecedores, adquirindo matéria prima mais barata, mesmo que ela seja de qualidade inferior (coisa que fatalmente irá acontecer); fechando contrato de fornecimento em quantidade, diminuindo o valor unitário do material comprado,mas ainda oferecendo pelo volume negociado uma boa vantagem para o fornecedor. Também é possível demitir funcionários mais velho e com melhor salário e contratar funcionários novos por menos da metade do salário.
A questão nesse caso é que a primeira opção é mais elástica que as demais e mais viável principalmente para empresas cuja matéria prima não seja adquirida em quantidade.
Ilustradores são basicamente fornecedores de matéria prima para empresas de comunicação e eles são justamente um dos objetos dessa política de aumento de lucratividade das empresas através da diminuição dos custos..
Isso somado ao aumento vertiginoso de novos ilustradores no mercado, faz com que a situação seja da forma como já conhecemos.
Acontece que existe um limite saudável de diminuição de valores pagos por uma matéria prima e a aquisição de matéria prima com qualidade mínima capaz de oferecer alguma vantagem na hora do produto de uma empresa entrar no mercado.
Chega-se em um momento em que o valor baixo compromete e muito a qualidade final do produto oferecido que o produto perde seu atrativo para o consumidor e as suas vendas despencam. Aí aquilo que era lucro vira um prejuízo aonde será impossível reverter a situação pois os custo já foram cortados ao máximo e não existe nenhum investimento criativo capaz de fazer surgir alguma novidade no produto capaz de chamar a atenção do consumidor para aquele produto.
Fatalmente, esse processo terá como desfecho a falência da empresa.
Para evitar que o sistema adotado acabe com a falência da empresa, ou para que novas empresas possam ter condições de entrar no mercado e sobreviver com menos capacidade de retorno financeiro de seu produto/serviço, alguns administradores mais atentos começaram a lançar mão de princípios que fazem parte de filosofias socialistas, comunistas e anarquistas para se chegar a uma solução viável.
É aí que entra o sistema de projetos colaborativos: cria-se apenas para os fornecedores de matéria prima a possibilidade dos mesmos utilizarem o produto/serviço da empresa como escada profissional, permitindo a visibilidade da matéria prima do fornecedor.
Dessa maneira, o fornecedor irá fazer questão de oferecer uma matéria prima de qualidade, já que é de interesse dele fazer com que as pessoas saibam que a sua matéria prima é de qualidade, a custo zero.
Isso faz com que caiam as últimas barreiras possíveis do sistema, a empresa consegue diminuir ainda mais o seu custo e existe a possibilidade do seu produto voltar a ter a mesma qualidade que tinha antes e reconquistar o seu espaço perdido no mercado.
Para a empresa em questão, essa é a última barreira possível, e os administradores talvez não tenham percebido que abaixo desse ponto ninguém mais consegue chegar, mas a elas ainda restará mais algum tempo de sobrevivência, e essas mesmas empresas se apegam aos seus projetos colaborativos com unhas e dentes, pois sabem que é a última tábua a boiar no náufrago mercado lógico causado pelas suas más escolhas administrativas ao longo dos anos, só que eu aposto com quem quiser que essa tábua ainda não será a tábua da salvação.
Agora, o que o fornecedor ganha com esse sistema colaborativo?
Bem... a princípio o fornecedor ganharia uma espécie de espaço publicitário...
Eu sei que muita gente ao chegar nesse ponto do texto se pergunta: e o que tem de errado nisso?
Eu respondo para você: o que tem de errado é outro princípio básico que rege a organizações das sociedades desde sempre e que eu ainda não mencionei: O Estado de Direito.
O conceito básico do estado de direito é que para todo direito existe um dever. Num estado baseado em padrões médios de civilidade as pessoas recebem benefícios em troca de obrigações, e tanto um quanto outro são equivalentes. Ter o direito a algum benefício só existe quando o seu dever é de igual teor.
No Brasil esse conceito de Estado de Direito é muito mal compreendido ainda nos dias de hoje. Vemos pessoas que nunca contribuíram com um único imposto terem direito a programas sociais, enquanto outras pessoas pagam uma carga tributária absurda em troca de coisa alguma.
Vivemos num país aonde o direito virou vantagem e o dever virou prejuízo. Vivemos num Estado de Vantagem.
Por isso mesmo acaba sendo muito difícil para cada um de nós compreendermos essa relação de direitos e deveres, essa relação de que cada coisa que eu faço tem que obrigatoriamente me trazer de volta um benefício de igual teor.
Agora eu volto a fazer a pergunta: O que o fornecedor ganha com um projeto colaborativo?
Propaganda de graça? Só se a empresa ceder um espaço de igual tamanho ao da imagem que o ilustrador fez para criar um anúncio seu.
Ah, mas o artista pode assinar a sua obra. Assinatura de obra não é propaganda, é apenas uma forma de identificar o autor, nada mais do que isso. Isso entra dentro do direito inerente ao autor de uma obra ter sido o responsável pela obra, é o direito de um autor ser reconhecido pelo seu trabalho.
Uma propaganda pressupõe uma série de outras coisas, como estudo do público alvo e a confecção de uma peça capaz de atingir seu público alvo. É possível que com uma imagem que será utilizada para ilustrar uma matéria determinada se conseguir incluir elementos com objetividade suficiente para, ao mesmo tempo ilustrar a matéria e vender o artista? Eu divido...
E para estampar uma camiseta? Mas, entre os projetos colaborativos de estampa para camiseta existe uma premiação. Mas não existe qualquer contrapartida para os demais ilustradores.
Um sistema colaborativo seria justo se uma empresa de estampa chamasse UM ilustrador para fazer uma estampa e premiasse o trabalho do ilustrador.
Numa sociedade aonde existe um estado de direito TODO trabalho é recompensado, não somente os melhores trabalhos.
Agora, vamos fazer algumas suposições: Se o trabalho é colaborativo, então os fornecedores poderiam ter a sua contrapartida, ao invés do pagamento em dinheiro com algum benefício que fosse equivalente. A empresa que oferece o sistema colaborativo poderia, por exemplo se responsabilizar pelo pagamento das despesas de internet do seu fornecedor, ou oferecer gasolina por um mês para o seu fornecedor, Ou um mês de aluguel do seu estúdio pago pela empresa.
Enfim, uma mão lava a outra. O ilustrador colabora com o projeto da empresa e a empresa colabora com o projeto do ilustrador.
Agora, outra coisa que é muito curiosa é que o projeto só é colaborativo no que diz respeito ao fornecedor.
Se uma empresa adota o sistema de projetos colaborativos deve adotar o colaborativismo em 100% de sua empresa.
Ou seja: os funcionários trabalham em troca de divulgação, o contador trabalha em troca de divulgação, os espaços publicitários não devem ter custo, as demais matérias primas como tinta, papel etc. devem ser fornecidas de graça e, principalmente, o produto que a empresa realiza deve ser oferecido gratuitamente para todo mundo.
Agora, como uma Camiseteria quer me convencer a trabalhar de graça para ela se ela me cobra por uma camiseta sua? Como uma Trip vai me convencer a trabalhar de graça para ela se eu tiver que pagar para ter a Trip? Como uma Zupi vai querer que eu forneça meu trabalho de graça se ela cobra para eu ter a revista?
Aliás, essas empresas tem três formas de renda, conforme nós já citamos no início desse texto, e eu duvido que elas abram mão de suas rendas possíveis em nome do colaborativismo.
Portanto, eu me vejo obrigado, por tudo isso a chegar à conclusão de que o colaborativismo é um grande engodo, falsidade ideológica, golpe, tentativa de estelionato.
Cabe a cada um de nós porém, ter o direito de compreender na integra como é o sistema de projetos colaborativos e o dever de ensinar e divulgar a realidade para o maior número de colegas de profissão possível.
Eu somente aceitarei um sistema baseado em princípios socialistas ou anarquistas quando forem feitas por empresas que adotam esse sistema em todos os momentos e departamentos internos.
Caso contrário eu continuarei acreditando que a melhor contrapartida para um trabalho realizado é a remuneração.
17.9.10
Sobre união, regulamentação e tudo mais
Quando a gente fala de "LDA" é quase impossível não tratar também do assunto "regulamentação".
E quando a gente fala de regulamentação é difícil também não tocarmos no assunto "organização de classe".
Lógico que falando desse jeito parece que o tema é coisa de sindicalista, de trabalhadores que procuram se opor a patrões ou a um grupo de espertinhos que se aproveita de pobres operários para tirar vantagem.
Independente dessas visões pré-concebidas que temos, o assunto é profundo, delicado e tão importante quanto as duas outras características mencionadas.
É importante haver uma organização entre profissionais de ilustração? Eu diria que não é importante, é fundamental. É com muita tristeza que eu vejo um grande número de colegas que pensam que união e organização é coisa de gente maldosa, quem quer explorar a ingenuidade alheia. Como se um objeto por si só fosse a causa de uma mal, e não a utilização que se faz dele.
Seria como dizer que todo automóvel seria culpado pelos acidentes de trânsito e violência que existe no trânsito do país. O que faz com que o nosso trânsito seja violento, caótico e cheio de vítimas é o comportamento do cidadão, e não o carro.
Se todos os que dirigem automóveis no país hoje passassem a andar de barco, os problemas apenas seriam transferidos para a água, mas a confusão seria a mesma.
Isso significa que o mal não está em se ter um sindicato, uma associação de classe, um clube de profissionais, o problema está em cada um de nós.
O "mercado", isso é: a legislação e a interação que temos com ela, o relacionamento cliente/fornecedor, a formação profissional, a condução profissional, o relacionamento entre profissionais do meio, o modo de trabalho, o sistema comercial adotado e as perspectivas de futuro da profissão são frutos da capacidade que TODOS NÓS temos de interagir nesses pontos.
Se o "mercado" não é animador, é porque NÓS fizemos dele um mercado não muito animador. Se existe muita concorrência desleal, é porque NÓS não sabemos manter um concorrência ética. Se os valores cobrados são cada vez mais baixo, isso só acontece porque NÓS nos comportamos de maneira a fazer com que o mercado desvalorize o nosso trabalho (valorização aqui é relativo à grana, mesmo), se os clientes nos tratam como pessoas não tão profissionais como gostaríamos de ser tratados, é porque NÓS nos comportamos perante os nosso clientes, seja na hora do contato, no briefing, do orçamento, da execução ou do pós venda de maneira a fazer com que eles entendam que nós não somos tão profissionais assim; o mercado não se mostra com uma perspectiva de futuro tão boa, porque NÓS conduzimos a nossa profissão para um destino nebuloso.
O mercado é apenas o reflexo de nós mesmos. O mercado de ilustração é complicado? Pois precisamos ter a humildade de perceber que isso foi o melhor que cada um de nós conseguiu fazer com o seu mercado.
Humildade aliás, talvez seja a grande palavra, a palavra chave de tudo. Não temos na maioria das vezes humildade para admitir que poderíamos ser bem melhores do que somos, não temos humildade para admitir que o nosso trabalho poderia ser bem melhor do que é, não temos humildade para admitir que a maneira como trabalhamos poderia ser muito mais profissional, não temos humildade para admitir que cobramos muitas vezes uma bala por um trabalho que a gente faz nas coxas, sendo que a gente poderia trabalhar o tanto que justificasse o valor que nos será pago.
Provavelmente vai ter pelo menos uma dúzia de pessoas que irá ler esse meu texto e irá, como sempre se ofender, ou achar "O Flávio não queria dizer exatamente isso". Queria dizer sim. Tanto quis que é exatamente isso o que está escrito. Mas o problema é que muito de nós sequer tem humildade de ler e ao invés de se sentir ofendido "eu não faço trabalho nas coxas...", "eu sou bão!" "eu sou artista!" Falta humildade para admitir que estamos, na verdade indo para o buraco. E quem está fazendo com que a profissão vá para o buraco? Nós.
Se os valores são cada vez mais baixo, se trabalhar de graça em troca de divulgação está se tornando algo comum, se os clientes não dão importância para o nosso trabalho, se a gente não tem mais pra quem vender ilustração, isso só acontece porque NÓS estamos transformando ilustração num produto de baixo valor, de baixa qualidade, de baixa importância.
A culpa é NOSSA!
No meu ponto de vista, percebo que existem dois grandes entraves ao crescimento da profissão de ilustrador: a primeira eu já disse que é a falta de humildade. A outra é o excesso de sonho.
Ilustrador fulano de tal sempre sonhou trabalhar fazendo mangá, mas ninguém contrata fulano para fazer mangá. Então ele pega sua pastinha e sai por aí tentando convencer editores, publicitários e empresários que o que eles precisam é de mangá para resolver os seus problemas. Só que um ou outro acredita nisso e mesmo assim paga um dinheirinho que mal dá para tomar ônibus por um mês. Fulano, ao sair por aí viu lojas femininas que precisavam de quadros e murais com visual limpo e feminino, mas não precisa de mangá; viu uma livraria que precisava de um painel em estilo clássico para decorar o ambiente, mas não quer mangá; viu uma casa noturna que queria decorar a fachada com motivos high tech mas não quer mangá; viu uma oficina que precisava de algum tipo de desenho hiperreal para adesivar portas e capôs dos carros tunados mas não queria mangá; viu uma padaria que precisava fazer um folhetinho bem humorado para explicar aos seus clientes como agora é o novo sistema que foi adotado, mas não queria mangá; viu uma indústria de peças industriais que precisava de ilustrações técnicas para manuais de suas peças mas não precisava de mangá. Aí ele achou um sapateiro que precisava de um desenho para decorar o fundo da sua loja, na verdade ele queria algo mais tradicional e fulano foi logo empurrando um desenho de mangá, como o sapateiro não entende nada de arte, nem questionou.
Fulano passou então algum tempo se dedicando a fazer a imagem da sapataria com cara de mangá, se esbaldou mas não conseguiu convencer o sapateiro a pagar o que ele queria, mas se contentou com menos da metade do valor. Só que o sapateiro nunca mais pediu trabalho para fulano, e nem indicou fulano para trabalhar para outras pessoas.
Então, fulano voltou a procurar a bater nas portas por aí, viu uma redação de jornal que precisava de alguém de pudesse fazer algumas vinhetinhas, mas realista para os classificados, não era mangá. Achou um restaurante que precisava de um cardápio e que se tivessem algumas vinhetinhas estilizadas seria bem legal, mas na verdade não queria nada parecido com mangá. Aí achou uma assistência técnica de geladeira que precisava de uma fachada nova, mas não queria nada parecido com mangá.
Então fulano, desiludido resolveu participar de uma lista de discussão e postou que trabalhar com desenho no Brasil é F#$@%!
Você perceberam que fulano passou por inúmeros lugares aonde ele poderia ser útil, ele poderia ajudar, criar clientela, fazer as pessoas satisfeitas e não fez isso?
Por quê? Porque ele somente aceita fazer algo que na cabeça doentia dele é o SEU SONHO. Conseguiu enfiar pela goela abaixo de um possível cliente aquilo que o cliente NÃO precisava, em nenhum momento se preocupou se o cliente queria aquilo ou não. É por isso que o trabalho não gerou frutos.
Só que, ai daquele que resolver dizer pro fulano: seu trabalho naquela sapataria não tem nada a ver! O nosso herói vai se tornar inimigo mortal de quem ousou desqualificar seu trabalho, mas também não vai ter a humildade de reconhecer que aquela crítica pode ter fundamento.
Muitos de nós fazemos isso sem sequer perceber.
Por causa disso, algum de nós tem noção de qual é a imagem que os ilustradores tem no mercado?
Como os diretores de arte enxergam os ilustradores? Como os editores de arte enxergam os ilustradores? Como os diretores de marketing enxergam os ilustradores? Como os empresários enxergam os ilustradores?
Eu gostaria encarecidamente que cada um de nós pudesse chegar para as mais variadas pessoas que convivem com o nosso trabalho para saber, honestamente, qual é a imagem que o mercado tem de nós.
Algumas vezes eu procurei verificar isso, tendo o cuidado de não encabular a pessoa para que ela se sinta à vontade de falar o que ela realmente pensa (porque muitas aliviam já sabendo que o ilustrador não vai aceitar uma resposta se ela não for positiva) e percebi que a imagem não é nem um pouco legal.
Alguém já viu de longe como é um grupo de ilustradores como se junta?
Façam esse exercício, e vocês vão começar a perceber como o mundo nos enxerga. E verá que para o mundo nós somos muito menos do que aquilo que gostaríamos de ser.
Num evento, de longe você percebe quem é ilustrador. Só pela roupa e pela cara. Às vezes pelo jeito de andar.
A gente se denuncia e a imagem que passamos não é de um ser bem sucedido, não é de uma pessoa que está muito bem encaixada na sociedade. Ilustrador é estranho, mole, anda com uns aparatos esquisitos e sempre tem o mesmo papo. O corpo fala, e no nosso caso, muitas vezes não fala coisa muito animadora.
A gente não cuida nem mesmo da nossa imagem institucionalmente falando. Sinto muito se você gosta de usar camisa para fora da calça, calça de tergal, cabelo largado, pochete na cintura e prancheta na mão, tem óculos ensebado, anda em passos vacilantes e gosta de se instalar nos cantos do lugares. Todo mundo só sabe que você é um cara estranho.
Ilustrador se apresenta no mercado como se fosse estudante meio hipongo. Ou então crente que acabou de sair do culto, quando quer passar a imagem de profissional sério.
E temos uma aversão irracional a organização. Principalmente se for organização profissional. Quando o calo aperta falamos: alguém precisa fazer alguma coisa!!! Sempre esperamos que apareça algum Jesus Cristo para salva a nossa pele. Se aparecer alguém que seja menos do que isso, não vale. Quando aparece algum "salvador da pátria" com o ego mais inchado do que marombeiro que toma bomba, aí todo mundo vai atrás do cara. Ai, sicrano é o nosso líder, o patrono dos ilustradores!
Mas união que é bom...
Alguém precisa fazer por NÓS o que nós nos recusamos na maior parte das vezes a fazer. Isso é o que pega. Por isso é que sempre irá aparecer um "patrono" botando a banca. É por isso que sempre vamos precisar de ajuda, porque nós não fazemos a nossa lição de casa.
Cada um de nós irá se salvar somente a si mesmo, mas para isso é preciso que cada um de nós também veja no outro alguém igual a nós, para que a união seja uma soma de forças.
Ilustrador se recusa a se unir em dois ou três para procurar trabalho junto, quanto mais esperar que ilustrador se una para fazer algo em benefício de todos?
É isso que eu estou a inúmeros textos insistindo sem parar. Ao invés de ficar 10000 ilustradores se matando para 2000 oportunidades de trabalho, se unam, para que de repente, amanhã seja 5000 concorrendo com 2000 trabalhos, e quem sabe, mais tarde 2000 ilustradores, para 2000 trabalhos.
Mas se a gente se unir a gente ainda vai continuar sendo dois ou três pessoas para pegar trabalho, não muda nada...
Isso é típico de quem nunca cultivou uma mentalidade cooperativa na sua vida profissional.
A união das pessoas não apenas une portfolios em um só, não só aumenta a capacidade de realizar trabalhos maiores, não apenas serve para dividir despesas, mas uma união entre as pessoas, desde que realizada com plenitude faz com que dessa união das diferentes potencialidades e talentos do seu grupo possa surtir resultados mais ricos, abrangentes, capaz de atender necessidades de mais clientes, desenvolver trabalhos finais aonde haja maior riqueza de detalhes, cores, conceitos, composição.
Ilustradores trabalhando unidos ao mesmo tempo promovem entre si um estímulo ao desenvolvimento da qualidade do seu trabalho. Estímulo esse que ele jamais irá conseguir trabalhando sozinho.
Trabalhos com mais qualidade tem maiores chance de conseguir ter um orçamento mais alto, pois dão um retorno ao cliente melhor. Na hora de se fazer contato, a capacidade de abranger clientes também se potencializa. A capacidade de potencial para conseguir clientes e novas áreas profissionais também se amplia.
Na hora de procurar resolver problemas, criar soluções, aplicações novas ao trabalho, são duas, três ou quatro cabeças pensando ao mesmo tempo, cada uma podendo enxergar soluções em uma determinada área, enquanto que sozinho, você levaria muito mais tempo para ter resultados semelhantes.
Até na hora da dificuldade as pessoas que estão unidas conseguem focar melhor em ações para que a dificuldade acabe mais rápido, ou pelo menos diminua. Uma pessoa consegue ajudar outra a recobrar o ânimo nos momentos difíceis. Uma vez que você esteja sozinho, na hora da dificuldade, se você entrar em depressão, só ira sair a custa de muito esforço análise e remédio.
Trabalho em grupo força as pessoas a pensarem em grupo. Força as pessoas a procurarem soluções inclusivas, aonde os demais membros da equipe também participem, colaborem.
A união, em resumo, potencializa em termos de qualidade, rapidez, quantidade, poder de resposta, criatividade, evolução e aprendizado.
A gente costuma achar que tudo isso é perda de tempo, eu já vi muita gente que não estava disposta a se unir, não estava disposta a encontrar novas saídas, não estava disposta a aprender a conviver com a diversidade e a equilibrar seus interesses afim de trabalhar para o grupo e são pessoas que a anos estão com o mesmo trabalho, a mesma dificuldade, os mesmos clientes, reclamam das mesmas coisas, encontram as mesmas dificuldades em perceber uma saída profissional e não demonstram quase nenhum sinal de evolução, em nenhum ponto de vista.
Eu acho ridículo ter que escrever esse tipo de coisa, pois na minha cabeça tudo isso deveria ser de conhecimento de todos.
Eu conheço pessoas que a dois ou três anos atrás reclamavam das dificuldades e eu cheguei a propor uma união. Não deu certo, não aceitaram e por incrível que pareça, hoje em dia nas conversas que rolam, essas pessoas reclamam exatamente das mesmas coisas que reclamavam a dois, três anos atrás, ou seja, o tempo passa e nada mudou.
Agora, o pessoal diz que é preciso haver organização, uma Abipro organizada, com gente participando, pagando anuidade ou mensalidade.
Eu pergunto: como é que vocês acham que os ilustradores irão participar de uma associação, tocar assuntos complexos, discutir soluções, propostas, pensar no coletivo, se unir, se eles não fazem isso no seu dia a dia? Como acreditar que a união pode ajudar no macro, se não acreditamos em união no micro?
O problema quando se fala de reconhecimento, LDA, ABIPRO, união, associação é que NADA disso irá mudar enquanto o ilustrador não se melhorar.
Enquanto NÓS pensarmos da maneira como pensamos, enquanto nós não nos esforçarmos para ser melhor do que aquilo que somos atualmente, TODO esforço irá escoar pelo ralo.
Precisamos nos unir, desde o ambiente de trabalho no dia a dia, precisamos cooperar, primeiro nas pequenas coisas, admitir que estamos deixando de fazer a nossa lição de casa, estamos deixando de tornarmos empresas, de termos estúdios com endereço comercial, em procurar formar uma equipe, em ampliar nossas opções profissionais, estamos deixando de puxar a responsabilidade para nós e caminharmos sem olhar pra trás. Precisamos deixar de sermos bunda moles. Quem tem medo de viver, então se mata! Não dá para viver eternamente se negando e evoluir.
É um direito ficarmos parado? É um direito querer ser um profissional isolado? Não se unir?
É.
Só que tudo o que decidimos fazer ou não fazer na vida possui um resultado. Toda causa produz um efeito correspondente.
E o efeito do isolamento, da desunião, TODOS NÓS já conhecemos, que é exatamente isso que nós temos.
Se vocês quiserem continuar assim, tudo bem. Somos livres. Mas, de uma vez por todas, não nos iludamos que um dia a realidade de nossa profissão será diferente ou melhor do que a realidade que encaramos todos os dias se cada um de nós não estiver disposto a sermos diferentes e melhores.
E quando a gente fala de regulamentação é difícil também não tocarmos no assunto "organização de classe".
Lógico que falando desse jeito parece que o tema é coisa de sindicalista, de trabalhadores que procuram se opor a patrões ou a um grupo de espertinhos que se aproveita de pobres operários para tirar vantagem.
Independente dessas visões pré-concebidas que temos, o assunto é profundo, delicado e tão importante quanto as duas outras características mencionadas.
É importante haver uma organização entre profissionais de ilustração? Eu diria que não é importante, é fundamental. É com muita tristeza que eu vejo um grande número de colegas que pensam que união e organização é coisa de gente maldosa, quem quer explorar a ingenuidade alheia. Como se um objeto por si só fosse a causa de uma mal, e não a utilização que se faz dele.
Seria como dizer que todo automóvel seria culpado pelos acidentes de trânsito e violência que existe no trânsito do país. O que faz com que o nosso trânsito seja violento, caótico e cheio de vítimas é o comportamento do cidadão, e não o carro.
Se todos os que dirigem automóveis no país hoje passassem a andar de barco, os problemas apenas seriam transferidos para a água, mas a confusão seria a mesma.
Isso significa que o mal não está em se ter um sindicato, uma associação de classe, um clube de profissionais, o problema está em cada um de nós.
O "mercado", isso é: a legislação e a interação que temos com ela, o relacionamento cliente/fornecedor, a formação profissional, a condução profissional, o relacionamento entre profissionais do meio, o modo de trabalho, o sistema comercial adotado e as perspectivas de futuro da profissão são frutos da capacidade que TODOS NÓS temos de interagir nesses pontos.
Se o "mercado" não é animador, é porque NÓS fizemos dele um mercado não muito animador. Se existe muita concorrência desleal, é porque NÓS não sabemos manter um concorrência ética. Se os valores cobrados são cada vez mais baixo, isso só acontece porque NÓS nos comportamos de maneira a fazer com que o mercado desvalorize o nosso trabalho (valorização aqui é relativo à grana, mesmo), se os clientes nos tratam como pessoas não tão profissionais como gostaríamos de ser tratados, é porque NÓS nos comportamos perante os nosso clientes, seja na hora do contato, no briefing, do orçamento, da execução ou do pós venda de maneira a fazer com que eles entendam que nós não somos tão profissionais assim; o mercado não se mostra com uma perspectiva de futuro tão boa, porque NÓS conduzimos a nossa profissão para um destino nebuloso.
O mercado é apenas o reflexo de nós mesmos. O mercado de ilustração é complicado? Pois precisamos ter a humildade de perceber que isso foi o melhor que cada um de nós conseguiu fazer com o seu mercado.
Humildade aliás, talvez seja a grande palavra, a palavra chave de tudo. Não temos na maioria das vezes humildade para admitir que poderíamos ser bem melhores do que somos, não temos humildade para admitir que o nosso trabalho poderia ser bem melhor do que é, não temos humildade para admitir que a maneira como trabalhamos poderia ser muito mais profissional, não temos humildade para admitir que cobramos muitas vezes uma bala por um trabalho que a gente faz nas coxas, sendo que a gente poderia trabalhar o tanto que justificasse o valor que nos será pago.
Provavelmente vai ter pelo menos uma dúzia de pessoas que irá ler esse meu texto e irá, como sempre se ofender, ou achar "O Flávio não queria dizer exatamente isso". Queria dizer sim. Tanto quis que é exatamente isso o que está escrito. Mas o problema é que muito de nós sequer tem humildade de ler e ao invés de se sentir ofendido "eu não faço trabalho nas coxas...", "eu sou bão!" "eu sou artista!" Falta humildade para admitir que estamos, na verdade indo para o buraco. E quem está fazendo com que a profissão vá para o buraco? Nós.
Se os valores são cada vez mais baixo, se trabalhar de graça em troca de divulgação está se tornando algo comum, se os clientes não dão importância para o nosso trabalho, se a gente não tem mais pra quem vender ilustração, isso só acontece porque NÓS estamos transformando ilustração num produto de baixo valor, de baixa qualidade, de baixa importância.
A culpa é NOSSA!
No meu ponto de vista, percebo que existem dois grandes entraves ao crescimento da profissão de ilustrador: a primeira eu já disse que é a falta de humildade. A outra é o excesso de sonho.
Ilustrador fulano de tal sempre sonhou trabalhar fazendo mangá, mas ninguém contrata fulano para fazer mangá. Então ele pega sua pastinha e sai por aí tentando convencer editores, publicitários e empresários que o que eles precisam é de mangá para resolver os seus problemas. Só que um ou outro acredita nisso e mesmo assim paga um dinheirinho que mal dá para tomar ônibus por um mês. Fulano, ao sair por aí viu lojas femininas que precisavam de quadros e murais com visual limpo e feminino, mas não precisa de mangá; viu uma livraria que precisava de um painel em estilo clássico para decorar o ambiente, mas não quer mangá; viu uma casa noturna que queria decorar a fachada com motivos high tech mas não quer mangá; viu uma oficina que precisava de algum tipo de desenho hiperreal para adesivar portas e capôs dos carros tunados mas não queria mangá; viu uma padaria que precisava fazer um folhetinho bem humorado para explicar aos seus clientes como agora é o novo sistema que foi adotado, mas não queria mangá; viu uma indústria de peças industriais que precisava de ilustrações técnicas para manuais de suas peças mas não precisava de mangá. Aí ele achou um sapateiro que precisava de um desenho para decorar o fundo da sua loja, na verdade ele queria algo mais tradicional e fulano foi logo empurrando um desenho de mangá, como o sapateiro não entende nada de arte, nem questionou.
Fulano passou então algum tempo se dedicando a fazer a imagem da sapataria com cara de mangá, se esbaldou mas não conseguiu convencer o sapateiro a pagar o que ele queria, mas se contentou com menos da metade do valor. Só que o sapateiro nunca mais pediu trabalho para fulano, e nem indicou fulano para trabalhar para outras pessoas.
Então, fulano voltou a procurar a bater nas portas por aí, viu uma redação de jornal que precisava de alguém de pudesse fazer algumas vinhetinhas, mas realista para os classificados, não era mangá. Achou um restaurante que precisava de um cardápio e que se tivessem algumas vinhetinhas estilizadas seria bem legal, mas na verdade não queria nada parecido com mangá. Aí achou uma assistência técnica de geladeira que precisava de uma fachada nova, mas não queria nada parecido com mangá.
Então fulano, desiludido resolveu participar de uma lista de discussão e postou que trabalhar com desenho no Brasil é F#$@%!
Você perceberam que fulano passou por inúmeros lugares aonde ele poderia ser útil, ele poderia ajudar, criar clientela, fazer as pessoas satisfeitas e não fez isso?
Por quê? Porque ele somente aceita fazer algo que na cabeça doentia dele é o SEU SONHO. Conseguiu enfiar pela goela abaixo de um possível cliente aquilo que o cliente NÃO precisava, em nenhum momento se preocupou se o cliente queria aquilo ou não. É por isso que o trabalho não gerou frutos.
Só que, ai daquele que resolver dizer pro fulano: seu trabalho naquela sapataria não tem nada a ver! O nosso herói vai se tornar inimigo mortal de quem ousou desqualificar seu trabalho, mas também não vai ter a humildade de reconhecer que aquela crítica pode ter fundamento.
Muitos de nós fazemos isso sem sequer perceber.
Por causa disso, algum de nós tem noção de qual é a imagem que os ilustradores tem no mercado?
Como os diretores de arte enxergam os ilustradores? Como os editores de arte enxergam os ilustradores? Como os diretores de marketing enxergam os ilustradores? Como os empresários enxergam os ilustradores?
Eu gostaria encarecidamente que cada um de nós pudesse chegar para as mais variadas pessoas que convivem com o nosso trabalho para saber, honestamente, qual é a imagem que o mercado tem de nós.
Algumas vezes eu procurei verificar isso, tendo o cuidado de não encabular a pessoa para que ela se sinta à vontade de falar o que ela realmente pensa (porque muitas aliviam já sabendo que o ilustrador não vai aceitar uma resposta se ela não for positiva) e percebi que a imagem não é nem um pouco legal.
Alguém já viu de longe como é um grupo de ilustradores como se junta?
Façam esse exercício, e vocês vão começar a perceber como o mundo nos enxerga. E verá que para o mundo nós somos muito menos do que aquilo que gostaríamos de ser.
Num evento, de longe você percebe quem é ilustrador. Só pela roupa e pela cara. Às vezes pelo jeito de andar.
A gente se denuncia e a imagem que passamos não é de um ser bem sucedido, não é de uma pessoa que está muito bem encaixada na sociedade. Ilustrador é estranho, mole, anda com uns aparatos esquisitos e sempre tem o mesmo papo. O corpo fala, e no nosso caso, muitas vezes não fala coisa muito animadora.
A gente não cuida nem mesmo da nossa imagem institucionalmente falando. Sinto muito se você gosta de usar camisa para fora da calça, calça de tergal, cabelo largado, pochete na cintura e prancheta na mão, tem óculos ensebado, anda em passos vacilantes e gosta de se instalar nos cantos do lugares. Todo mundo só sabe que você é um cara estranho.
Ilustrador se apresenta no mercado como se fosse estudante meio hipongo. Ou então crente que acabou de sair do culto, quando quer passar a imagem de profissional sério.
E temos uma aversão irracional a organização. Principalmente se for organização profissional. Quando o calo aperta falamos: alguém precisa fazer alguma coisa!!! Sempre esperamos que apareça algum Jesus Cristo para salva a nossa pele. Se aparecer alguém que seja menos do que isso, não vale. Quando aparece algum "salvador da pátria" com o ego mais inchado do que marombeiro que toma bomba, aí todo mundo vai atrás do cara. Ai, sicrano é o nosso líder, o patrono dos ilustradores!
Mas união que é bom...
Alguém precisa fazer por NÓS o que nós nos recusamos na maior parte das vezes a fazer. Isso é o que pega. Por isso é que sempre irá aparecer um "patrono" botando a banca. É por isso que sempre vamos precisar de ajuda, porque nós não fazemos a nossa lição de casa.
Cada um de nós irá se salvar somente a si mesmo, mas para isso é preciso que cada um de nós também veja no outro alguém igual a nós, para que a união seja uma soma de forças.
Ilustrador se recusa a se unir em dois ou três para procurar trabalho junto, quanto mais esperar que ilustrador se una para fazer algo em benefício de todos?
É isso que eu estou a inúmeros textos insistindo sem parar. Ao invés de ficar 10000 ilustradores se matando para 2000 oportunidades de trabalho, se unam, para que de repente, amanhã seja 5000 concorrendo com 2000 trabalhos, e quem sabe, mais tarde 2000 ilustradores, para 2000 trabalhos.
Mas se a gente se unir a gente ainda vai continuar sendo dois ou três pessoas para pegar trabalho, não muda nada...
Isso é típico de quem nunca cultivou uma mentalidade cooperativa na sua vida profissional.
A união das pessoas não apenas une portfolios em um só, não só aumenta a capacidade de realizar trabalhos maiores, não apenas serve para dividir despesas, mas uma união entre as pessoas, desde que realizada com plenitude faz com que dessa união das diferentes potencialidades e talentos do seu grupo possa surtir resultados mais ricos, abrangentes, capaz de atender necessidades de mais clientes, desenvolver trabalhos finais aonde haja maior riqueza de detalhes, cores, conceitos, composição.
Ilustradores trabalhando unidos ao mesmo tempo promovem entre si um estímulo ao desenvolvimento da qualidade do seu trabalho. Estímulo esse que ele jamais irá conseguir trabalhando sozinho.
Trabalhos com mais qualidade tem maiores chance de conseguir ter um orçamento mais alto, pois dão um retorno ao cliente melhor. Na hora de se fazer contato, a capacidade de abranger clientes também se potencializa. A capacidade de potencial para conseguir clientes e novas áreas profissionais também se amplia.
Na hora de procurar resolver problemas, criar soluções, aplicações novas ao trabalho, são duas, três ou quatro cabeças pensando ao mesmo tempo, cada uma podendo enxergar soluções em uma determinada área, enquanto que sozinho, você levaria muito mais tempo para ter resultados semelhantes.
Até na hora da dificuldade as pessoas que estão unidas conseguem focar melhor em ações para que a dificuldade acabe mais rápido, ou pelo menos diminua. Uma pessoa consegue ajudar outra a recobrar o ânimo nos momentos difíceis. Uma vez que você esteja sozinho, na hora da dificuldade, se você entrar em depressão, só ira sair a custa de muito esforço análise e remédio.
Trabalho em grupo força as pessoas a pensarem em grupo. Força as pessoas a procurarem soluções inclusivas, aonde os demais membros da equipe também participem, colaborem.
A união, em resumo, potencializa em termos de qualidade, rapidez, quantidade, poder de resposta, criatividade, evolução e aprendizado.
A gente costuma achar que tudo isso é perda de tempo, eu já vi muita gente que não estava disposta a se unir, não estava disposta a encontrar novas saídas, não estava disposta a aprender a conviver com a diversidade e a equilibrar seus interesses afim de trabalhar para o grupo e são pessoas que a anos estão com o mesmo trabalho, a mesma dificuldade, os mesmos clientes, reclamam das mesmas coisas, encontram as mesmas dificuldades em perceber uma saída profissional e não demonstram quase nenhum sinal de evolução, em nenhum ponto de vista.
Eu acho ridículo ter que escrever esse tipo de coisa, pois na minha cabeça tudo isso deveria ser de conhecimento de todos.
Eu conheço pessoas que a dois ou três anos atrás reclamavam das dificuldades e eu cheguei a propor uma união. Não deu certo, não aceitaram e por incrível que pareça, hoje em dia nas conversas que rolam, essas pessoas reclamam exatamente das mesmas coisas que reclamavam a dois, três anos atrás, ou seja, o tempo passa e nada mudou.
Agora, o pessoal diz que é preciso haver organização, uma Abipro organizada, com gente participando, pagando anuidade ou mensalidade.
Eu pergunto: como é que vocês acham que os ilustradores irão participar de uma associação, tocar assuntos complexos, discutir soluções, propostas, pensar no coletivo, se unir, se eles não fazem isso no seu dia a dia? Como acreditar que a união pode ajudar no macro, se não acreditamos em união no micro?
O problema quando se fala de reconhecimento, LDA, ABIPRO, união, associação é que NADA disso irá mudar enquanto o ilustrador não se melhorar.
Enquanto NÓS pensarmos da maneira como pensamos, enquanto nós não nos esforçarmos para ser melhor do que aquilo que somos atualmente, TODO esforço irá escoar pelo ralo.
Precisamos nos unir, desde o ambiente de trabalho no dia a dia, precisamos cooperar, primeiro nas pequenas coisas, admitir que estamos deixando de fazer a nossa lição de casa, estamos deixando de tornarmos empresas, de termos estúdios com endereço comercial, em procurar formar uma equipe, em ampliar nossas opções profissionais, estamos deixando de puxar a responsabilidade para nós e caminharmos sem olhar pra trás. Precisamos deixar de sermos bunda moles. Quem tem medo de viver, então se mata! Não dá para viver eternamente se negando e evoluir.
É um direito ficarmos parado? É um direito querer ser um profissional isolado? Não se unir?
É.
Só que tudo o que decidimos fazer ou não fazer na vida possui um resultado. Toda causa produz um efeito correspondente.
E o efeito do isolamento, da desunião, TODOS NÓS já conhecemos, que é exatamente isso que nós temos.
Se vocês quiserem continuar assim, tudo bem. Somos livres. Mas, de uma vez por todas, não nos iludamos que um dia a realidade de nossa profissão será diferente ou melhor do que a realidade que encaramos todos os dias se cada um de nós não estiver disposto a sermos diferentes e melhores.
26.8.10
Detalhes singelos sobre o Universo do Direito Autoral
Em meio as discussões sobre as possíveis mudanças na Lei de Direitos Autorais, um detalhe povoa a minha mente e me tira o sono: Os ilustradores sentem todo o santo dia que muito mais empresas pagam e tratam melhor e destinam mais trabalho para empresas que ilustram do que pessoas físicas que fazem ilustração, exceto as empresas que já tradicionalmente trabalham com ilustração, como por exemplo as editoras; sendo que um ilustrador, ao abrir uma empresa terá, obrigatoriamente que “abrir mão” de ser autor, porque não fazer com que, através da LDA, seja permitido ao ilustrador abrir uma empresa responsável por gerenciar seus direitos, como um empresa destinada a gerenciar os Direitos de Autor de seus sócios?
Aí que a coisa ferve.
Não existe, até o momento, NENHUMA argumentação capaz de rebater essa pergunta.
Ao levantar esse questionamento no grupo de representantes de associações que redigiram o material a ser entregue a um representante do Ministério da Cultura, a advogada do grupo respondeu a seguinte coisa:
“Para esclarecimento de todos, autor sempre é (e será) uma pessoa física, pois uma pessoa jurídica não cria nada. Não pode haver confusão entre autor e titularidade. Autor é toda pessoa física que cria algo e titularidade é aquele que detém os direitos sobre esse bem. Assim, no caso de uma ilustração, a autoria da obra sempre é de uma pessoa física, que poderá ser o titular ou não dos direitos sobre a obra que criou. Por que? Porque o autor, pessoa física, pode transmitir essa titularidade a uma outra pessoa física ou a uma pessoa jurídica.
O que está previsto na lei autoral vigente e no artigo 2 do Anteprojeto de alteração da lei autoral NAO DEVE SER ALTERADO OU ACRESCIDO, pois no caput do artigo 2, foi mencionada a pessoa física, que como criadora, é titular dos direitos autorais sobre a obra criada e quanto à pessoa jurídica, embora não seja criadora de uma obra intelectual, pode DETER A TITULARIDADE de uma obra, a qual se dá por meio de contrato de cessão de direitos e em conseqüência, como titular, gozará da mesma proteção que a lei outorga aos criadores de obras intelectuais,ou seja, será detentora de todos os direitos sobre essa obra, inclusive os autorais.”
Isso significa para mim, que uma grande empresa de comunicação pode através da cessão de direitos negociar o meu trabalho, mas eu não posso. Ou então eu terei que, a cada trabalho que eu fizer, redigir um contrato de cessão de direitos para a minha empresa dando a ela plenos poderes para negociar o meu trabalho.
Será que está escrito: Babaca na minha testa?
Se a cessão realmente for acatada pelo Minc, como a MINHA empresa poderá ter poderes para negociar os direitos do MEU trabalho?
Aliás, se eu posso ceder os direitos de meus trabalhos cedendo eles por contrato, cada vez que eu realizar um contrato, porquê não criar um mecanismo automático para isso, como uma empresa, com código CNAE que faça isso automaticamente?
Eu sou o banana da história?
Desde que a Lei de Direitos Autorais entrou em vigor, aliás, desde antes disso, as empresas contratam “empresas” para realizar seus trabalhos de ilustração, quadrinhos institucionais, etc.
Por que essas empresas contratam empresas?
Porque empresas emitem nota fiscal. Uma nota fiscal relativo a uma história em quadrinhos institucional que custou R$ 25.000,00 entra na contabilidade de uma empresa numa boa, como se fosse a compra de equipamentos, móveis, etc. é encarada como uma aquisição ou investimento da empresa em benefício próprio.
Agora, um autor não emite nota fiscal. Curioso é que até aonde eu sei o único imposto que um autor não paga é ISS. O fato de não pagar ISS ao meu ver não é justificativa para não emitir nota fiscal. Na verdade um autor não emite nota fiscal porque ele não pode ser empresa.
Aí a mesma empresa vai aceitar apenas um simples recibo no valor de R$ 25.000,00 pelo mesmo trabalho? alguém acha que uma empresa vai conseguir justificar junto ao seu departamento fiscal que torrou essa grana com uma pessoa física?
Ao querer que um ilustrador tome a atitude de bater o pé para que a cada grande projeto que ele puder pegar a empresa que o contrate aceite apenas um recibo de pessoa física está forçando o mesmo ilustrador a perder o trabalho e o cliente para sempre. Estamos forçando o mercado a ser cada vez menos profissional. Os ilustradores se restringirão a fazer trabalhinhos menores, consequentemente que paguem menos, não conseguir manter uma estrutura profissional muito especializada e retroagir todo o seu processo profissional. Não haverá mais estúdios de ilustração, com estagiário, assistente de arte, secretária, etc. Somente será viável ser ilustrador se o mesmo trabalhar dentro de casa.
Esse é o caminho do profissionalismo? Esse é o caminho que os ilustradores precisam para serem profissionais com mais preparo para atender o mercado? Esse é o perfil que as empresas que contratam serviços de ilustração precisam e se sentem mais confortável de contratar um ilustrador?
Existe uma coisa chamada evolução. E o sistema adotado e pregado por advogados, juristas e “especialistas” na LDA, mas que não vivem dela, incentiva justamente o contrário.
Como querer que profissionais como nós sejamos cada vez mais profissionais, cada vez mais preparados, cada vez mais especializados se a principal forma de incentivar esse aumento de profissionalismo que é permitindo que autores abram empresas para gerenciar os direitos autorais de seus trabalhos de maneira que essa possibilidade não seja repleta de burocracia não é sequer levada em conta?
Agora, outra coisa que me tira o sono: por que uma grande rede de televisão pode negociar os direitos autorais de minhas obras e eu não posso ter uma empresa para isso?
Por que um grande grupo editorial pode negociar os meus direitos autorais e eu não posso ter uma empresa para isso?
Por que uma empresa de grande destaque no mercado de entretenimento tem poder para negociar as minhas obras e eu não posso?
Por que empresas que não tenham sequer sócios que sejam autores pode negociar direitos autorais e eu não posso ser sócio de uma empresa que negocie apenas os MEUS direitos autorais?
Será que o meu ponto de vista é absurdo?
Será que eu estou criando uma tempestade num copo d'água?
Por favor, se você que ler esse meu texto concordar ao todo ou em partes com as meus questionamentos, eu peço, encarecidamente que não deixe essa discussão morrer.
Continue a questionar, comigo e com outras pessoas, porque é de extrema importância que esse vácuo possa ser devidamente preenchido. Toda questão que não seja devidamente esclarecida pode ser utilizada contra o nosso benefício.
Nossos clientes poderiam utilizar os nossos trabalhos com muito mais qualidade se pudermos trabalhar como autores e empresas, poderíamos nos aprimorar em desenvolver soluções mais completas, trabalhos mais bem acabados não só em termos técnicos, artísticos, mas também mercadológicos, poderíamos desenvolver trabalhos mais especializados em questões pontuais de empresas e em questões pontuais para a sociedade.
Será que manter uma coisa por um princípio lógico que na prática já não se insere no dia a dia da maior parte dos ilustradores e que impede a capacidade de evolução de nossos profissionais seria legítimo?
Aí que a coisa ferve.
Não existe, até o momento, NENHUMA argumentação capaz de rebater essa pergunta.
Ao levantar esse questionamento no grupo de representantes de associações que redigiram o material a ser entregue a um representante do Ministério da Cultura, a advogada do grupo respondeu a seguinte coisa:
“Para esclarecimento de todos, autor sempre é (e será) uma pessoa física, pois uma pessoa jurídica não cria nada. Não pode haver confusão entre autor e titularidade. Autor é toda pessoa física que cria algo e titularidade é aquele que detém os direitos sobre esse bem. Assim, no caso de uma ilustração, a autoria da obra sempre é de uma pessoa física, que poderá ser o titular ou não dos direitos sobre a obra que criou. Por que? Porque o autor, pessoa física, pode transmitir essa titularidade a uma outra pessoa física ou a uma pessoa jurídica.
O que está previsto na lei autoral vigente e no artigo 2 do Anteprojeto de alteração da lei autoral NAO DEVE SER ALTERADO OU ACRESCIDO, pois no caput do artigo 2, foi mencionada a pessoa física, que como criadora, é titular dos direitos autorais sobre a obra criada e quanto à pessoa jurídica, embora não seja criadora de uma obra intelectual, pode DETER A TITULARIDADE de uma obra, a qual se dá por meio de contrato de cessão de direitos e em conseqüência, como titular, gozará da mesma proteção que a lei outorga aos criadores de obras intelectuais,ou seja, será detentora de todos os direitos sobre essa obra, inclusive os autorais.”
Isso significa para mim, que uma grande empresa de comunicação pode através da cessão de direitos negociar o meu trabalho, mas eu não posso. Ou então eu terei que, a cada trabalho que eu fizer, redigir um contrato de cessão de direitos para a minha empresa dando a ela plenos poderes para negociar o meu trabalho.
Será que está escrito: Babaca na minha testa?
Se a cessão realmente for acatada pelo Minc, como a MINHA empresa poderá ter poderes para negociar os direitos do MEU trabalho?
Aliás, se eu posso ceder os direitos de meus trabalhos cedendo eles por contrato, cada vez que eu realizar um contrato, porquê não criar um mecanismo automático para isso, como uma empresa, com código CNAE que faça isso automaticamente?
Eu sou o banana da história?
Desde que a Lei de Direitos Autorais entrou em vigor, aliás, desde antes disso, as empresas contratam “empresas” para realizar seus trabalhos de ilustração, quadrinhos institucionais, etc.
Por que essas empresas contratam empresas?
Porque empresas emitem nota fiscal. Uma nota fiscal relativo a uma história em quadrinhos institucional que custou R$ 25.000,00 entra na contabilidade de uma empresa numa boa, como se fosse a compra de equipamentos, móveis, etc. é encarada como uma aquisição ou investimento da empresa em benefício próprio.
Agora, um autor não emite nota fiscal. Curioso é que até aonde eu sei o único imposto que um autor não paga é ISS. O fato de não pagar ISS ao meu ver não é justificativa para não emitir nota fiscal. Na verdade um autor não emite nota fiscal porque ele não pode ser empresa.
Aí a mesma empresa vai aceitar apenas um simples recibo no valor de R$ 25.000,00 pelo mesmo trabalho? alguém acha que uma empresa vai conseguir justificar junto ao seu departamento fiscal que torrou essa grana com uma pessoa física?
Ao querer que um ilustrador tome a atitude de bater o pé para que a cada grande projeto que ele puder pegar a empresa que o contrate aceite apenas um recibo de pessoa física está forçando o mesmo ilustrador a perder o trabalho e o cliente para sempre. Estamos forçando o mercado a ser cada vez menos profissional. Os ilustradores se restringirão a fazer trabalhinhos menores, consequentemente que paguem menos, não conseguir manter uma estrutura profissional muito especializada e retroagir todo o seu processo profissional. Não haverá mais estúdios de ilustração, com estagiário, assistente de arte, secretária, etc. Somente será viável ser ilustrador se o mesmo trabalhar dentro de casa.
Esse é o caminho do profissionalismo? Esse é o caminho que os ilustradores precisam para serem profissionais com mais preparo para atender o mercado? Esse é o perfil que as empresas que contratam serviços de ilustração precisam e se sentem mais confortável de contratar um ilustrador?
Existe uma coisa chamada evolução. E o sistema adotado e pregado por advogados, juristas e “especialistas” na LDA, mas que não vivem dela, incentiva justamente o contrário.
Como querer que profissionais como nós sejamos cada vez mais profissionais, cada vez mais preparados, cada vez mais especializados se a principal forma de incentivar esse aumento de profissionalismo que é permitindo que autores abram empresas para gerenciar os direitos autorais de seus trabalhos de maneira que essa possibilidade não seja repleta de burocracia não é sequer levada em conta?
Agora, outra coisa que me tira o sono: por que uma grande rede de televisão pode negociar os direitos autorais de minhas obras e eu não posso ter uma empresa para isso?
Por que um grande grupo editorial pode negociar os meus direitos autorais e eu não posso ter uma empresa para isso?
Por que uma empresa de grande destaque no mercado de entretenimento tem poder para negociar as minhas obras e eu não posso?
Por que empresas que não tenham sequer sócios que sejam autores pode negociar direitos autorais e eu não posso ser sócio de uma empresa que negocie apenas os MEUS direitos autorais?
Será que o meu ponto de vista é absurdo?
Será que eu estou criando uma tempestade num copo d'água?
Por favor, se você que ler esse meu texto concordar ao todo ou em partes com as meus questionamentos, eu peço, encarecidamente que não deixe essa discussão morrer.
Continue a questionar, comigo e com outras pessoas, porque é de extrema importância que esse vácuo possa ser devidamente preenchido. Toda questão que não seja devidamente esclarecida pode ser utilizada contra o nosso benefício.
Nossos clientes poderiam utilizar os nossos trabalhos com muito mais qualidade se pudermos trabalhar como autores e empresas, poderíamos nos aprimorar em desenvolver soluções mais completas, trabalhos mais bem acabados não só em termos técnicos, artísticos, mas também mercadológicos, poderíamos desenvolver trabalhos mais especializados em questões pontuais de empresas e em questões pontuais para a sociedade.
Será que manter uma coisa por um princípio lógico que na prática já não se insere no dia a dia da maior parte dos ilustradores e que impede a capacidade de evolução de nossos profissionais seria legítimo?
25.8.10
LDA e o nosso futuro como autores
Nessa semana temos o dever de consciência de focar as nossas atenções para algo muito raro, talvez nunca na história do Brasil houve algo similar e que influencia diretamente não somente ilustradores, mas também outros tipos de artistas, como escritores, músicos, compositores, etc. que é a possibilidade de influenciar a modificação da Lei de Direitos Autorais do Brasil.
Sabemos e sentimos na pele de alguma maneira que vivemos em um país aonde quase sempre as cartas já foram marcadas para que grupos de possuidores de um determinado poder perpetuem seu poder e ganhem com essa perpetuação sobre a energia de outras pessoas, mesmo quando essa outra pessoa seja detentora de criatividade e capacidade acima do comum.
Sabemos também que a atual Lei de Direitos Autorais, embora seja justa, contém uma falha prática que permite que grande grupos de comunicação se apropriem do trabalho de artistas inexperientes ou necessitados em conseguir trabalho ou divulgar sua arte através da sessão total por tempo indeterminado de sua obra, podendo assim ganhar inúmeras vezes sobre o trabalho do autor sem precisar repassar qualquer quantia ao verdadeira merecedor do trabalho e sem sequer consultar ao autor sobre a forma como será explorada a sua obra.
Paradoxalmente a nossa atual lei não permite de maneira alguma que nós, que trabalhamos criando e desenvolvendo arte, entretenimento e cultura possamos ter um empresa própria para gerenciar os nossos direitos de autor.
Segundo o meu ponto de vista esses são os dois principais problemas da LDA e vejo que o momento permite que possamos, caso cada um de nós entendamos ser de nosso interesse e para nosso benefício nos manifestarmos, solicitarmos, reivindicarmos mudanças que atendam aos nosso interesses e nos protejam garantindo que cada ilustrador, quadrinhista, cartunista, escritor, roteirista, compositor, arranjador ou produtor possa, caso em algum momento de sua vida crie uma obra de grande destaque, garantir que possa ele ter seu sustento garantido como forma objetiva e material de reconhecimento pelo seu mérito.
Devemos estarmos atentos a duas coisas nesse momento:
- A primeira é o endereço eletrônico da proposta do Ministério da Cultura de Modificação da Lei de Direitos Autorais, lendo, conhecendo a nova proposta, sugerindo modificações que visem beneficiar a nossa profissão e apoiando as propostas existentes que sejam a nosso favor. O endereço do site é: http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/
- A segunda coisa que precisamos fazer é reservar a manhã de sexta feira, 27 de Agosto para, às 9h00 estarmos todos presentes no Senac da Lapa, na Rua Scipião, 67, participando do evento que está marcado para ser a entrega do documento final de inúmeras entidade representantes de artistas visuais: ABIPRO, SIB, ACB, AEL-IJ, CEBEC, APROARTES e Sindicato dos Artistas Plásticos junto ao MinC.
Nosso foco principal é extinguir definitivamente a cessão total de direitos. Se você concordar com nosso ponto de vista, eu peço que se junte a nós.
Precisamos mostrar que nossos Direitos são apoiados pelos nosso profissionais e pelas pessoas que entendem que o autor precisa ser devidamente valorizado e protegido, para que a cultura de nosso país cresça e auxilie o surgimento de uma nação mais justa, culta, íntegra, com oportunidade para todos e com qualidade daquilo que se produz também culturalmente.
Se quiser, envie esse texto para quantas pessoas quiser!
Reserve a manhã dessa sexta-feira para uma boa causa, A cultura de um país inteiro agradece.
Sabemos e sentimos na pele de alguma maneira que vivemos em um país aonde quase sempre as cartas já foram marcadas para que grupos de possuidores de um determinado poder perpetuem seu poder e ganhem com essa perpetuação sobre a energia de outras pessoas, mesmo quando essa outra pessoa seja detentora de criatividade e capacidade acima do comum.
Sabemos também que a atual Lei de Direitos Autorais, embora seja justa, contém uma falha prática que permite que grande grupos de comunicação se apropriem do trabalho de artistas inexperientes ou necessitados em conseguir trabalho ou divulgar sua arte através da sessão total por tempo indeterminado de sua obra, podendo assim ganhar inúmeras vezes sobre o trabalho do autor sem precisar repassar qualquer quantia ao verdadeira merecedor do trabalho e sem sequer consultar ao autor sobre a forma como será explorada a sua obra.
Paradoxalmente a nossa atual lei não permite de maneira alguma que nós, que trabalhamos criando e desenvolvendo arte, entretenimento e cultura possamos ter um empresa própria para gerenciar os nossos direitos de autor.
Segundo o meu ponto de vista esses são os dois principais problemas da LDA e vejo que o momento permite que possamos, caso cada um de nós entendamos ser de nosso interesse e para nosso benefício nos manifestarmos, solicitarmos, reivindicarmos mudanças que atendam aos nosso interesses e nos protejam garantindo que cada ilustrador, quadrinhista, cartunista, escritor, roteirista, compositor, arranjador ou produtor possa, caso em algum momento de sua vida crie uma obra de grande destaque, garantir que possa ele ter seu sustento garantido como forma objetiva e material de reconhecimento pelo seu mérito.
Devemos estarmos atentos a duas coisas nesse momento:
- A primeira é o endereço eletrônico da proposta do Ministério da Cultura de Modificação da Lei de Direitos Autorais, lendo, conhecendo a nova proposta, sugerindo modificações que visem beneficiar a nossa profissão e apoiando as propostas existentes que sejam a nosso favor. O endereço do site é: http://www.cultura.gov.br/consultadireitoautoral/
- A segunda coisa que precisamos fazer é reservar a manhã de sexta feira, 27 de Agosto para, às 9h00 estarmos todos presentes no Senac da Lapa, na Rua Scipião, 67, participando do evento que está marcado para ser a entrega do documento final de inúmeras entidade representantes de artistas visuais: ABIPRO, SIB, ACB, AEL-IJ, CEBEC, APROARTES e Sindicato dos Artistas Plásticos junto ao MinC.
Nosso foco principal é extinguir definitivamente a cessão total de direitos. Se você concordar com nosso ponto de vista, eu peço que se junte a nós.
Precisamos mostrar que nossos Direitos são apoiados pelos nosso profissionais e pelas pessoas que entendem que o autor precisa ser devidamente valorizado e protegido, para que a cultura de nosso país cresça e auxilie o surgimento de uma nação mais justa, culta, íntegra, com oportunidade para todos e com qualidade daquilo que se produz também culturalmente.
Se quiser, envie esse texto para quantas pessoas quiser!
Reserve a manhã dessa sexta-feira para uma boa causa, A cultura de um país inteiro agradece.
18.8.10
Para não fazer a bola da regulamentação cair
É fácil perceber que um assunto não tem gás para ir muito à frente, não porque o assunto em si seja irrelevante, como uns até fazem crer, mas porque muitos encontram grandes dificuldades em manter um fio condutor lógico capaz de manter começo, meio e fim.
Quando falamos em regulamentação para ilustrador, o que se vê é um mar de pensamentos desconexos, aonde algo se percebe sobre quais seriam os primeiros passos a serem dados, e algo meio desfocado se percebe sobre qual seria o destino a se chegar.
Mas precisamos compreender que, para se chegar a uma destino é preciso ter uma trajetória, e o importante, como diz um amigo meu advogado, é o "iter".
Quando falamos a palavra "regulamentação" devemos antes de mais nada compreender que a palavra em si não possui um significado definido 100% para todas as pessoas, e é bastante fácil perceber isso, pois mesmo entre pessoas que pensam nesse termo alguns imaginam restringir o acesso de novatos a uma profissão, outros de formatar uma formação, outro de instituir uma tabela de preços.
Só que regulamentação significa: instituir um conjunto de regras. Acabei de ver no Dicionário.
Não significa obrigar necessariamente obrigar todo ilustrador a ter formação acadêmica, ou ter seu trabalho avaliado para conseguir um registro de ilustrador profissional.
Isso apenas aconteceria se um órgão competente, representante de ilustradores assim entender e tiver apoio de sua base para isso,
Mas vejam vocês que estamos tratando apenas do ponto final da discussão que é a tal regulamentação.
O problema é que existe o ponto inicial e é preciso compreender aonde ele se situa,
Imaginem vocês um garoto de seus 14 anos que gosta de desenhar e sonha trabalhar com desenho. O que ele deve fazer? Qual caminho ele tem pra seguir?
Se ele estudar numa escola de desenho, vai virar um profissional da área? Existe curso técnico? Existe curso superior? No Brasil inteiro?
Pra quem ele vai trabalhar? Ele vai ser contratado por quem? Existe estágio nessa área? Aonde? Para ser um profissional de ilustração a gente consegue ser um funcionário, ou somente como profissional liberal? Pra ser profissional liberal basta saber desenhar?
Mas então eis que temos listas de discussões, o Guia do Ilustrador e revistas em PDF sobre ilustração. Parece que todos os problemas serão sanados por esses recursos.
Serão?
Depois dessas grandes conquistas, houve aumento no nível do técnico médio do trabalho dos ilustradores no Brasil? Houve aumento do salário médio dos ilustradores no Brasil? Houve um melhor direcionamento em termos de absorver novos ilustradores no Brasil? A concorrência entre profissionais se tornou maior ou menor? Diminuíram as ofertas injustas de trabalho de ilustração no país?
A resposta é uma só: ninguém sabe.
Pior do que se a resposta fosse um simples "não". A resposta é: num sei. Ninguém sabe e qualquer que seja a resposta tenham certeza de que tudo não passa de especulação. Sabem por quê? Por que não existe uma única forma de se medir isso.
Portanto, para o mercado ter uma direção é preciso haver uma forma de se medir, se se fazer estimativas, cálculos, pesquisas e montar o panorama profissional de nossa área, para depois, ao se medir (mesmo que os parâmetros de medição sejam imperfeitos) traçar objetivos para conseguir através dos mesmos parâmetros numéricos perceber indicativos provando que as ações tomadas surtem efeitos positivos.
Isso é o que toda empresa faz, o IBGE faz isso, o IBOPE faz isso, a Datafolha faz isso, mas ilustrador não faz.
Por que ilustrador não faz? Porque isso não é papel para ser feito por UM ilustrador, nem por UMA lista de discussão, é para ser feito por um órgão que tenha como objetivo coletar informações sobre a realidade de nossa profissão, mapear o panorama da nossa realidade e discutir ações capazes de fazer com que o panorama possa melhorar com o tempo.
Pra mim, isso já é um passo dado no sentido de uma regulamentação.
Mas para isso, é preciso haver união e não pessoas que apenas questionem, discutam e discordem. Enquanto não houver um meio, mesmo que imperfeito de auferir o panorama de nossos profissional todo e qualquer discurso sobre conquistas é mera propaganda infundada.
É preciso haver união, e acima de tudo é preciso haver um órgão que se responsabilize, dentre outras coisas, por isso.
Quando eu estava a frente da Abipro, eu pude na época criar alguns gráficos medindo o grau de satisfação, expectativas e direcionamentos entre os profissionais de nossa área, tanto é que eu cheguei até mesmo a apresentar esses gráficos em palestras. Embora as pesquisas fossem falhas, eu mesmo comecei aos poucos a perceber um pouco o panorama de nossa profissão nesse país todo.
Muito do que eu percebi eu inclusive escrevi na mensagem anterior sobre o assunto, mas existem peculiaridade sobre nosso profissionais e principalmente sobre nossos profissionais iniciantes que vão além daquilo que eu já havia escrito, tanto em listas de discussões quanto no meu blog.
Por exemplo: existe um expoente crescimento de ilustradores entrando no mercado, embora os clientes para as ilustrações seja, no ponto de vista de todos, apenas editoras, agências e produtoras, e essas empresas não crescem na mesma proporção em que cresce o número de ilustradores no mercado. Os ilustradores acreditam haver espaço para eles apenas nos grandes centros urbanos do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Tudo isso faz com que a profissão sinta uma tendência de pessimismo pois, esses dois centros urbanos precisam absorver o pais inteiro.
No entanto as empresas de comunicação, nossos clientes tradicionais não existem somente nesses dois centros, e os profissionais de ilustração precisam dar valor aos clientes locais. É muito fácil a gente ver as pessoas escrevendo coisas como: na minha cidade os clientes são tudo gente com cabecinha fechada,,, mas você como profissional de sua região, será que também não tem a sua cabecinha fechada? Se um cliente de São Paulo te contratar você faz, refaz, refaz de novo, serve cafezinho, manda link do seu site, envia cartão de natal, trata o cliente que é um mimo só, mas para o cliente da sua cidade você trata como se fosse um fardo. E quer ser tratado pelo cliente de sua cidade como?
Para ser valorizado é preciso valorizar. É preciso descentralizar. É preciso que os profissionais do nordeste trabalhem para empresas do nordeste, que profissionais do sul trabalhem para empresas do sul, que profissionais no centro-oeste trabalhem para empresas do centro-oeste.
Ah, mas no Centro-oeste tem pouco jornal, revista e agência. Mas tem muito o quê aí, afinal de contas? Tem muita agroindústria, fazendeiro... Então os profissionais dessa região precisam aprender a direcionar o seu trabalho para essa área. Simples assim. Ninguém vai reinventar a roda, só vai ter o bom senso de fazer algo que na minha cabeça é obvio.
No Nordeste também não tem tanta agência e nem editora... mas tem o quê? Tem bastante turista, tem hotel... Eu acho que não é preciso saber para qual setor a profissão precisa aprender a se direcionar, né?
Tem um grande amigo meu do nordeste e que vira e mexe a gente conversa sobre as dificuldades que ele tem aonde ele vive, e numa dessas conversas ele me disse que lá tinha turista para caramba, mas vivia brigando com cliente que não pagava, não dava valor pro trabalho dele e tal... Aí eu perguntei: e turista paga bem? E ele disse: paga né, mas eu não faço trabalho pra turista... Na hora eu emendei: Por que você não faz? Se é quem paga bem e tem um monte aí? Vai ficar até quanto perdendo seu tempo e sua saúde com cliente que paga mal? Aí deu um estalo no cara! Começou a desenvolver um trabalho de caricatura e retrato parecido com os lambe-lambes que são muito comuns no interior do nordeste, só que tiram foto. Ele ainda foi absorvendo no trabalho dele elementos visuais característicos da xilogravuras dos cordéis nordestinos e o resultado ficou sensacional!
O lance é ter cabeça e perceber o mundo a sua volta e não ficar sonhando com o que não existe, a oportunidade de se realizar profissionalmente pode estar nas características de sua região. Isso é uma coisa que uma associação poderia muito bem orientar. E deveria. Isso é regulamentar.
Se nos Estados Unidos os ilustradores da costa leste trabalham para o mercado de cinema enquanto que na costa oeste trabalham para propaganda, isso é uma dica que lá eles são o que são porque seus profissionais perceberam que não se rema contra a maré.
Aí tem gente aqui no Brasil que quer fazer quadrinhos. Qual a porcentagem da população brasileira lê quadrinhos? 0,1%? 0,01%? Tudo bem nem eu sei, mas sei que é muito pouca gente, disso eu tenho certeza, ninguém da minha família e amigos lêem quadrinhos. Tá bom, um amigo meu lê. Mas vamos acordar. Vocês não percebem que fazer quadrinhos no Brasil é um mal negócio? Não tem público...
Se você quiser, pode criar algum mecanismo que fomente a leitura de quadrinhos no Brasil, legal, é preciso ter números, criar algo com esse objetivo, criar uma meta e um prazo para essa meta ser cumprida. É assim que se faz.
Pode ser que a meta não seja alcançada, mas é assim que se faz.
Esse tipo de coisa é uma pequena parte de exemplos de se colocar ordem no galinheiro, como também formatar e orientar em como ter uma estrutura pequena mediana e grande de trabalho na nossa área, e assim por diante.
Aos poucos, com as coisas sendo colocadas em ordem, o grau e a probabilidade das injustiças ocorrerem, assim como a melhora na remuneração, diminuição da concorrência desleal irão se abrandando. Agora isso não é coisa que se consegue com um lista de discussão e nem com um guia do ilustrador.
É preciso mais do que isso, mas é preciso haver união repito novamente, seriedade, consciência de grupo, consciência global, visão estratégica, tudo isso concentrado em um órgão, seja ele uma associação, clube de ilustradores, que possa ser encarado por todos como uma casa que acolhe a todos indiscriminadamente e não como um opositor, um inimigo a ser batido, não como um lugar feito para que uns e outros sejam endeusados.
As várias iniciativas, como SIB, ABIPRO, Bistecão, Ilustragrupo, ImagoDays, ACB, GRAFAR, UNIC, grandes comunidades de desenhistas na net, devem aprender a ser fraternas, encontrarem seus caminhos , se unir, se ajudarem mutuamente, fraternalmente e entenderem de uma vez por todas, ninguém é inimigo de ninguém, não somos opositores uns dos outros, temos objetivos em comum e precisamos fazer com que haja espaço para todos, todos os profissionais tenham seu espaço, mas para isso é preciso ter regras justas e claras, e mesmo que essas regras não sejam uma tabela de preços ou um registro para poder trabalhar como ilustrador, e isso, mesmo assim já é uma regulamentação.
Quando falamos em regulamentação para ilustrador, o que se vê é um mar de pensamentos desconexos, aonde algo se percebe sobre quais seriam os primeiros passos a serem dados, e algo meio desfocado se percebe sobre qual seria o destino a se chegar.
Mas precisamos compreender que, para se chegar a uma destino é preciso ter uma trajetória, e o importante, como diz um amigo meu advogado, é o "iter".
Quando falamos a palavra "regulamentação" devemos antes de mais nada compreender que a palavra em si não possui um significado definido 100% para todas as pessoas, e é bastante fácil perceber isso, pois mesmo entre pessoas que pensam nesse termo alguns imaginam restringir o acesso de novatos a uma profissão, outros de formatar uma formação, outro de instituir uma tabela de preços.
Só que regulamentação significa: instituir um conjunto de regras. Acabei de ver no Dicionário.
Não significa obrigar necessariamente obrigar todo ilustrador a ter formação acadêmica, ou ter seu trabalho avaliado para conseguir um registro de ilustrador profissional.
Isso apenas aconteceria se um órgão competente, representante de ilustradores assim entender e tiver apoio de sua base para isso,
Mas vejam vocês que estamos tratando apenas do ponto final da discussão que é a tal regulamentação.
O problema é que existe o ponto inicial e é preciso compreender aonde ele se situa,
Imaginem vocês um garoto de seus 14 anos que gosta de desenhar e sonha trabalhar com desenho. O que ele deve fazer? Qual caminho ele tem pra seguir?
Se ele estudar numa escola de desenho, vai virar um profissional da área? Existe curso técnico? Existe curso superior? No Brasil inteiro?
Pra quem ele vai trabalhar? Ele vai ser contratado por quem? Existe estágio nessa área? Aonde? Para ser um profissional de ilustração a gente consegue ser um funcionário, ou somente como profissional liberal? Pra ser profissional liberal basta saber desenhar?
Mas então eis que temos listas de discussões, o Guia do Ilustrador e revistas em PDF sobre ilustração. Parece que todos os problemas serão sanados por esses recursos.
Serão?
Depois dessas grandes conquistas, houve aumento no nível do técnico médio do trabalho dos ilustradores no Brasil? Houve aumento do salário médio dos ilustradores no Brasil? Houve um melhor direcionamento em termos de absorver novos ilustradores no Brasil? A concorrência entre profissionais se tornou maior ou menor? Diminuíram as ofertas injustas de trabalho de ilustração no país?
A resposta é uma só: ninguém sabe.
Pior do que se a resposta fosse um simples "não". A resposta é: num sei. Ninguém sabe e qualquer que seja a resposta tenham certeza de que tudo não passa de especulação. Sabem por quê? Por que não existe uma única forma de se medir isso.
Portanto, para o mercado ter uma direção é preciso haver uma forma de se medir, se se fazer estimativas, cálculos, pesquisas e montar o panorama profissional de nossa área, para depois, ao se medir (mesmo que os parâmetros de medição sejam imperfeitos) traçar objetivos para conseguir através dos mesmos parâmetros numéricos perceber indicativos provando que as ações tomadas surtem efeitos positivos.
Isso é o que toda empresa faz, o IBGE faz isso, o IBOPE faz isso, a Datafolha faz isso, mas ilustrador não faz.
Por que ilustrador não faz? Porque isso não é papel para ser feito por UM ilustrador, nem por UMA lista de discussão, é para ser feito por um órgão que tenha como objetivo coletar informações sobre a realidade de nossa profissão, mapear o panorama da nossa realidade e discutir ações capazes de fazer com que o panorama possa melhorar com o tempo.
Pra mim, isso já é um passo dado no sentido de uma regulamentação.
Mas para isso, é preciso haver união e não pessoas que apenas questionem, discutam e discordem. Enquanto não houver um meio, mesmo que imperfeito de auferir o panorama de nossos profissional todo e qualquer discurso sobre conquistas é mera propaganda infundada.
É preciso haver união, e acima de tudo é preciso haver um órgão que se responsabilize, dentre outras coisas, por isso.
Quando eu estava a frente da Abipro, eu pude na época criar alguns gráficos medindo o grau de satisfação, expectativas e direcionamentos entre os profissionais de nossa área, tanto é que eu cheguei até mesmo a apresentar esses gráficos em palestras. Embora as pesquisas fossem falhas, eu mesmo comecei aos poucos a perceber um pouco o panorama de nossa profissão nesse país todo.
Muito do que eu percebi eu inclusive escrevi na mensagem anterior sobre o assunto, mas existem peculiaridade sobre nosso profissionais e principalmente sobre nossos profissionais iniciantes que vão além daquilo que eu já havia escrito, tanto em listas de discussões quanto no meu blog.
Por exemplo: existe um expoente crescimento de ilustradores entrando no mercado, embora os clientes para as ilustrações seja, no ponto de vista de todos, apenas editoras, agências e produtoras, e essas empresas não crescem na mesma proporção em que cresce o número de ilustradores no mercado. Os ilustradores acreditam haver espaço para eles apenas nos grandes centros urbanos do país, como Rio de Janeiro e São Paulo.
Tudo isso faz com que a profissão sinta uma tendência de pessimismo pois, esses dois centros urbanos precisam absorver o pais inteiro.
No entanto as empresas de comunicação, nossos clientes tradicionais não existem somente nesses dois centros, e os profissionais de ilustração precisam dar valor aos clientes locais. É muito fácil a gente ver as pessoas escrevendo coisas como: na minha cidade os clientes são tudo gente com cabecinha fechada,,, mas você como profissional de sua região, será que também não tem a sua cabecinha fechada? Se um cliente de São Paulo te contratar você faz, refaz, refaz de novo, serve cafezinho, manda link do seu site, envia cartão de natal, trata o cliente que é um mimo só, mas para o cliente da sua cidade você trata como se fosse um fardo. E quer ser tratado pelo cliente de sua cidade como?
Para ser valorizado é preciso valorizar. É preciso descentralizar. É preciso que os profissionais do nordeste trabalhem para empresas do nordeste, que profissionais do sul trabalhem para empresas do sul, que profissionais no centro-oeste trabalhem para empresas do centro-oeste.
Ah, mas no Centro-oeste tem pouco jornal, revista e agência. Mas tem muito o quê aí, afinal de contas? Tem muita agroindústria, fazendeiro... Então os profissionais dessa região precisam aprender a direcionar o seu trabalho para essa área. Simples assim. Ninguém vai reinventar a roda, só vai ter o bom senso de fazer algo que na minha cabeça é obvio.
No Nordeste também não tem tanta agência e nem editora... mas tem o quê? Tem bastante turista, tem hotel... Eu acho que não é preciso saber para qual setor a profissão precisa aprender a se direcionar, né?
Tem um grande amigo meu do nordeste e que vira e mexe a gente conversa sobre as dificuldades que ele tem aonde ele vive, e numa dessas conversas ele me disse que lá tinha turista para caramba, mas vivia brigando com cliente que não pagava, não dava valor pro trabalho dele e tal... Aí eu perguntei: e turista paga bem? E ele disse: paga né, mas eu não faço trabalho pra turista... Na hora eu emendei: Por que você não faz? Se é quem paga bem e tem um monte aí? Vai ficar até quanto perdendo seu tempo e sua saúde com cliente que paga mal? Aí deu um estalo no cara! Começou a desenvolver um trabalho de caricatura e retrato parecido com os lambe-lambes que são muito comuns no interior do nordeste, só que tiram foto. Ele ainda foi absorvendo no trabalho dele elementos visuais característicos da xilogravuras dos cordéis nordestinos e o resultado ficou sensacional!
O lance é ter cabeça e perceber o mundo a sua volta e não ficar sonhando com o que não existe, a oportunidade de se realizar profissionalmente pode estar nas características de sua região. Isso é uma coisa que uma associação poderia muito bem orientar. E deveria. Isso é regulamentar.
Se nos Estados Unidos os ilustradores da costa leste trabalham para o mercado de cinema enquanto que na costa oeste trabalham para propaganda, isso é uma dica que lá eles são o que são porque seus profissionais perceberam que não se rema contra a maré.
Aí tem gente aqui no Brasil que quer fazer quadrinhos. Qual a porcentagem da população brasileira lê quadrinhos? 0,1%? 0,01%? Tudo bem nem eu sei, mas sei que é muito pouca gente, disso eu tenho certeza, ninguém da minha família e amigos lêem quadrinhos. Tá bom, um amigo meu lê. Mas vamos acordar. Vocês não percebem que fazer quadrinhos no Brasil é um mal negócio? Não tem público...
Se você quiser, pode criar algum mecanismo que fomente a leitura de quadrinhos no Brasil, legal, é preciso ter números, criar algo com esse objetivo, criar uma meta e um prazo para essa meta ser cumprida. É assim que se faz.
Pode ser que a meta não seja alcançada, mas é assim que se faz.
Esse tipo de coisa é uma pequena parte de exemplos de se colocar ordem no galinheiro, como também formatar e orientar em como ter uma estrutura pequena mediana e grande de trabalho na nossa área, e assim por diante.
Aos poucos, com as coisas sendo colocadas em ordem, o grau e a probabilidade das injustiças ocorrerem, assim como a melhora na remuneração, diminuição da concorrência desleal irão se abrandando. Agora isso não é coisa que se consegue com um lista de discussão e nem com um guia do ilustrador.
É preciso mais do que isso, mas é preciso haver união repito novamente, seriedade, consciência de grupo, consciência global, visão estratégica, tudo isso concentrado em um órgão, seja ele uma associação, clube de ilustradores, que possa ser encarado por todos como uma casa que acolhe a todos indiscriminadamente e não como um opositor, um inimigo a ser batido, não como um lugar feito para que uns e outros sejam endeusados.
As várias iniciativas, como SIB, ABIPRO, Bistecão, Ilustragrupo, ImagoDays, ACB, GRAFAR, UNIC, grandes comunidades de desenhistas na net, devem aprender a ser fraternas, encontrarem seus caminhos , se unir, se ajudarem mutuamente, fraternalmente e entenderem de uma vez por todas, ninguém é inimigo de ninguém, não somos opositores uns dos outros, temos objetivos em comum e precisamos fazer com que haja espaço para todos, todos os profissionais tenham seu espaço, mas para isso é preciso ter regras justas e claras, e mesmo que essas regras não sejam uma tabela de preços ou um registro para poder trabalhar como ilustrador, e isso, mesmo assim já é uma regulamentação.
17.8.10
Para ser contratado
Muitas vezes nós recebemos e-mails de iniciantes querendo ser da nossa equipe, procurando emprego, estágio, freelancer, ou qualquer coisa do tipo.
Muitas pessoas nos procuram com links bem legais, sites organizados, bonitos e funcionais, ou blogs transados de visual interessante. Alguns mandam links de páginas de comunidade de arte que demosntram que esse povo todo está ligado, antenado no que rola em termos de arte.
Existe muita gente que envia trabalhos realmente impressionantes, em estilos e linhas muito bem resolvidas, e outras pessoas que logicamente demonstram precisar de algum amadurecimento para se lançar no mercado.
Os últimos descritos acima são foco de muito texto que visa orientar novatos na internet, e eu mesmo já escrevi muita coisa voltada para eles e pretendo continuar escrevendo ainda mais coisas para orientar.
No entanto o meu foco hoje vai para esse primeiro grupo,
São pessoas que já tiveram alguma experiência profissional, mas que sente grande dificuldade em se estabelecer no mercado por não achar uma oferta tão vasta assim para trabalhar.
Eu já vi muita gente com um desenho de tirar o fôlego, muito caprichado, muito bem resolvido, algumas ilustrações tão vivas em impressionantes que chega a dar a impressão que esse pessoal não precisaria vir bater na nossa porta para procurar trabalho.
Só que, paralelamente a essa qualidade toda, quando a gente vai analisar de maneira mais funcional, eu mesmo percebo um grande problema: são estilos muito bem resolvidos, mas estilos definidos necessitam de demanda.
Sim, o fato de você ter encontrado um estilo, principalmente se o seu estilo for muito característico pode ser um grande tiro no pé na hora de procurar trabalho.
Eu explicarei.
Você ficou muito tempo decidindo uma linha, uma técnica, uma forma de resolver a questão de se desenhar e ter uma identidade. até que achou algo bem diferente daquilo que todo mundo faz. Como "artista" você fez sua licão de casa perfeitamente, mas como profissional você deixou muita coisa de lado.
Em primeiro lugar, se aquilo que você faz é diferente, como você quer que alguém queira consumir aquilo que não conhece, e por consequencia não precisa?
Não dá para eu, como um profissional de um estúdio de ilustração pegar um iniciante que desenvolveu "um" estilo marcante e colocar no portfolio do meu estúdio para vender o trabalho, se o mercado não conhece o estilo, e ninguém, absolutamente ninguém sabe se o mercado irá absorver esse estilo.
Eu, pessoalmente defendo a idéia de que o estilo é o resultado da formação, mais a necessidade de mercado.
Esse é o ponto nevrálgico em nossa profissão. Você sabe se o estilo que você está procurando desenvolver tem alguma relação com o estilo que os clientes ou o consumidor quer ou procura?
Curiosamente, 100% desses profissionais de trabalhos impressionantes são baseados em desenhos cômicos, cartuns, desenhos infantis, etc. Não apareceu até hoje para mim um único iniciante na profissão que dominasse o desenho realista.
Eu estou me referindo ao desenho realista mesmo, aquele que é uma cópia daquilo que se vê. Hoje em dia você até ve um ou outro que domina com uma certa destresa técnicas de um pretenso desenho realista que não é, nada mais, nada menos do que uma cópia de estilização utilizada em histórias em quadrinhos norte americanas.
A anatomia é completamente distorcida. Detalhes são desenhados minuciosamente com soluções gráficas proveniente das técnicas de impressão em preto e branco antigas aonde os trabalhos eram finalizados com nankim. E aí algumas peculiaridades foram desenvolvidas para poder se trabalhar com alguma autonomia no nankim, pincel, pena, para uma impressão tecnicamente bastante primária.
Hoje em dia, com a tecnologia existe a possibilidade de se absorver na ilustração realista toas as nuances presentes nas escolas de pintura, desde o renascimento até o realismo, mas pelo menos no Brasil a impressão que eu tenho é que os novatos são analfabetos dessa formação.
Os nossos iniciantes gostam de quadrinhos da Marvel, DC, mangá, desenhos da Pixar, curtem de repente um Robert Crumb, alguns mais descolados também se influenciam por Moebius, Manara e desenhos que passam no Cartoon Network e Nickelodeon, e isso é tudo.
99,999% de tudo oque se procura reproduzir no Brasil por iniciantes nas escolas de desenho é a cópia de uma demanda de ordem mundial, mas com pouca demanta interna.
Quando esse povo todo se forma, vai desenvolver estilos derivados dessas influências. Acontece que toda essa influência já é um reprocessamento de informações gráficas anteriores.
Para se focar profissionalmente é preciso dominar aquilo que vem antes de toda essa gama de trabalhos do mercado mundial, e o que vem antes de tudo isso?
O desenho classico.
A formação clássica de desenho é fundamental, pois através dos cânones, proporções criteriosas, regras e fundamentos rígidos e que exigem muita disciplina existe a possibilidade de se fazer absolutamente tudo em termos de desenho.
Não existe uma única linguagem, uma única técnica, um único estilo que não possa ser resultante dessa formação.
Eu sei que existem estilos de trabalho que não exigem necessariamente esse tipo de formação.
Só que essa formação, desde que sólida, permite ao iniciante ter uma pasta com domínio de, no mínimo, desenho realista.
Uma pessoa com essa formação pode não ter um portfolio tão modernoso, ou trabalhos estilosos tão impressionantes logo de cara, mas demonstra uma qualidade que para um profissional iniciante é fundamental: potencial.
Quando uma empresa ou um estúdio analisa o portfolio de um profissional iniciante, o que se busca não é um profissional formado e maduro com controle absoluto do seu trabalho, mas um iniciante com potencial de crescimento, e esse profissional é demonstrado numa formação sólida que possibilite ao seu contratador direcionar o iniciante para uma técnica ou estilo conforme a demanda for aparecendo no mercado.
Essa é a grande diferença.
Nós não decidimos e não podemos dicidir como ditadores o que os nosso clientes irão comprar em termos de trabalho, mas precisamos observar as necessidades que eles tem no mercado para oferecer em termos de estilo e técnica o que pode atender suas necessidades.
Eu, me colocando no lugar dos profissionais que já investiram treinamento, estudo e tempo para amadurecer seus estilos sei o quanto é desanimador ler algo como o que eu acabei de escrever, mas o mundo não vai ter dó da gente ou contratar o nosso trabalho por compaixão, para acertar é preciso tentar, e, algumas vezes, errar. Só que é preciso não desistir e reiniciar quantas vezes forem necessárias.
Eu vejo portfolios com inúmeros estilos cômicos e infantis, uma ora feitos no photoshop, outra hora feito só no desenho vetorial, algumas vezes misturando essas duas linguagens, em outras vezes desenhados no lápis, canetinha, pincel, pena, gravura, etc.
Como alguém que pode contratar uma pessoa, me sentiria muito mais confiançal vendo um protfolio com desenhos realistas bem feitos, no lápis, depois finalizados, seja numa aquarela, no photoshop ou no vetor, numa gravura, com pena e alguns exemplos de desenhos cômicos, feitos uma hora no hpotoshop ou no vetor, usados em técnicas tradicionais. Uma pasta assim demonstra que o iniciante tem uma formação básica, já está tentando descobrir novas linguagens e que tem potencial para desenhar em outros estilos.
Outra coisa também bastante um em portoflios já "fechados" é que podem dar ao contratante a impressão de que você não é maleável, só faz "aquilo" e não aceita negociar algo diferente.
Um portfolio, seja digital ou pasta aonde a pessoa demostre que um estilo é preponderante e fechado não me passa a segurança que eu possa contratar a pessoa e pedir a ela fazer trabalhos que não sejam parecidos com aquilo que se encontra no seu portfolio e nem eu e nenhum outro cliente meu quer, quando precisa de um trabalho, ficar arriscando ter dor de cabeça ou não.
Contratar um ilustrador iniciante com um estilo determinado, por um estúdio significa apostar que haja demanda naquele estilo. Isso significa que a probabilidade de um ilustrador iniciante com essas características ser contratado é muito pequena.
Eu espero que esse texto sirva de resposta a inúmeros iniciante que já nos procuraram anteriormente e nós não respondemos. Eu nem teria o que dizer numa resposta a profissionais com esse perfil, pois eu sei que são pessoas que já caminharam um pouco, já iniciaram a sua caminhada profisisonal e não está exatamente no ponto zero, alguns não aceitam críticas contrárias, mesmo se for pensando em orientar. Eu somente gostaria que as palavras que eu coloquei nesse texto possam apenas direcionar alguns portfolios para uma tendência diferente da que eu venho percebendo atualmente.
Muitas pessoas nos procuram com links bem legais, sites organizados, bonitos e funcionais, ou blogs transados de visual interessante. Alguns mandam links de páginas de comunidade de arte que demosntram que esse povo todo está ligado, antenado no que rola em termos de arte.
Existe muita gente que envia trabalhos realmente impressionantes, em estilos e linhas muito bem resolvidas, e outras pessoas que logicamente demonstram precisar de algum amadurecimento para se lançar no mercado.
Os últimos descritos acima são foco de muito texto que visa orientar novatos na internet, e eu mesmo já escrevi muita coisa voltada para eles e pretendo continuar escrevendo ainda mais coisas para orientar.
No entanto o meu foco hoje vai para esse primeiro grupo,
São pessoas que já tiveram alguma experiência profissional, mas que sente grande dificuldade em se estabelecer no mercado por não achar uma oferta tão vasta assim para trabalhar.
Eu já vi muita gente com um desenho de tirar o fôlego, muito caprichado, muito bem resolvido, algumas ilustrações tão vivas em impressionantes que chega a dar a impressão que esse pessoal não precisaria vir bater na nossa porta para procurar trabalho.
Só que, paralelamente a essa qualidade toda, quando a gente vai analisar de maneira mais funcional, eu mesmo percebo um grande problema: são estilos muito bem resolvidos, mas estilos definidos necessitam de demanda.
Sim, o fato de você ter encontrado um estilo, principalmente se o seu estilo for muito característico pode ser um grande tiro no pé na hora de procurar trabalho.
Eu explicarei.
Você ficou muito tempo decidindo uma linha, uma técnica, uma forma de resolver a questão de se desenhar e ter uma identidade. até que achou algo bem diferente daquilo que todo mundo faz. Como "artista" você fez sua licão de casa perfeitamente, mas como profissional você deixou muita coisa de lado.
Em primeiro lugar, se aquilo que você faz é diferente, como você quer que alguém queira consumir aquilo que não conhece, e por consequencia não precisa?
Não dá para eu, como um profissional de um estúdio de ilustração pegar um iniciante que desenvolveu "um" estilo marcante e colocar no portfolio do meu estúdio para vender o trabalho, se o mercado não conhece o estilo, e ninguém, absolutamente ninguém sabe se o mercado irá absorver esse estilo.
Eu, pessoalmente defendo a idéia de que o estilo é o resultado da formação, mais a necessidade de mercado.
Esse é o ponto nevrálgico em nossa profissão. Você sabe se o estilo que você está procurando desenvolver tem alguma relação com o estilo que os clientes ou o consumidor quer ou procura?
Curiosamente, 100% desses profissionais de trabalhos impressionantes são baseados em desenhos cômicos, cartuns, desenhos infantis, etc. Não apareceu até hoje para mim um único iniciante na profissão que dominasse o desenho realista.
Eu estou me referindo ao desenho realista mesmo, aquele que é uma cópia daquilo que se vê. Hoje em dia você até ve um ou outro que domina com uma certa destresa técnicas de um pretenso desenho realista que não é, nada mais, nada menos do que uma cópia de estilização utilizada em histórias em quadrinhos norte americanas.
A anatomia é completamente distorcida. Detalhes são desenhados minuciosamente com soluções gráficas proveniente das técnicas de impressão em preto e branco antigas aonde os trabalhos eram finalizados com nankim. E aí algumas peculiaridades foram desenvolvidas para poder se trabalhar com alguma autonomia no nankim, pincel, pena, para uma impressão tecnicamente bastante primária.
Hoje em dia, com a tecnologia existe a possibilidade de se absorver na ilustração realista toas as nuances presentes nas escolas de pintura, desde o renascimento até o realismo, mas pelo menos no Brasil a impressão que eu tenho é que os novatos são analfabetos dessa formação.
Os nossos iniciantes gostam de quadrinhos da Marvel, DC, mangá, desenhos da Pixar, curtem de repente um Robert Crumb, alguns mais descolados também se influenciam por Moebius, Manara e desenhos que passam no Cartoon Network e Nickelodeon, e isso é tudo.
99,999% de tudo oque se procura reproduzir no Brasil por iniciantes nas escolas de desenho é a cópia de uma demanda de ordem mundial, mas com pouca demanta interna.
Quando esse povo todo se forma, vai desenvolver estilos derivados dessas influências. Acontece que toda essa influência já é um reprocessamento de informações gráficas anteriores.
Para se focar profissionalmente é preciso dominar aquilo que vem antes de toda essa gama de trabalhos do mercado mundial, e o que vem antes de tudo isso?
O desenho classico.
A formação clássica de desenho é fundamental, pois através dos cânones, proporções criteriosas, regras e fundamentos rígidos e que exigem muita disciplina existe a possibilidade de se fazer absolutamente tudo em termos de desenho.
Não existe uma única linguagem, uma única técnica, um único estilo que não possa ser resultante dessa formação.
Eu sei que existem estilos de trabalho que não exigem necessariamente esse tipo de formação.
Só que essa formação, desde que sólida, permite ao iniciante ter uma pasta com domínio de, no mínimo, desenho realista.
Uma pessoa com essa formação pode não ter um portfolio tão modernoso, ou trabalhos estilosos tão impressionantes logo de cara, mas demonstra uma qualidade que para um profissional iniciante é fundamental: potencial.
Quando uma empresa ou um estúdio analisa o portfolio de um profissional iniciante, o que se busca não é um profissional formado e maduro com controle absoluto do seu trabalho, mas um iniciante com potencial de crescimento, e esse profissional é demonstrado numa formação sólida que possibilite ao seu contratador direcionar o iniciante para uma técnica ou estilo conforme a demanda for aparecendo no mercado.
Essa é a grande diferença.
Nós não decidimos e não podemos dicidir como ditadores o que os nosso clientes irão comprar em termos de trabalho, mas precisamos observar as necessidades que eles tem no mercado para oferecer em termos de estilo e técnica o que pode atender suas necessidades.
Eu, me colocando no lugar dos profissionais que já investiram treinamento, estudo e tempo para amadurecer seus estilos sei o quanto é desanimador ler algo como o que eu acabei de escrever, mas o mundo não vai ter dó da gente ou contratar o nosso trabalho por compaixão, para acertar é preciso tentar, e, algumas vezes, errar. Só que é preciso não desistir e reiniciar quantas vezes forem necessárias.
Eu vejo portfolios com inúmeros estilos cômicos e infantis, uma ora feitos no photoshop, outra hora feito só no desenho vetorial, algumas vezes misturando essas duas linguagens, em outras vezes desenhados no lápis, canetinha, pincel, pena, gravura, etc.
Como alguém que pode contratar uma pessoa, me sentiria muito mais confiançal vendo um protfolio com desenhos realistas bem feitos, no lápis, depois finalizados, seja numa aquarela, no photoshop ou no vetor, numa gravura, com pena e alguns exemplos de desenhos cômicos, feitos uma hora no hpotoshop ou no vetor, usados em técnicas tradicionais. Uma pasta assim demonstra que o iniciante tem uma formação básica, já está tentando descobrir novas linguagens e que tem potencial para desenhar em outros estilos.
Outra coisa também bastante um em portoflios já "fechados" é que podem dar ao contratante a impressão de que você não é maleável, só faz "aquilo" e não aceita negociar algo diferente.
Um portfolio, seja digital ou pasta aonde a pessoa demostre que um estilo é preponderante e fechado não me passa a segurança que eu possa contratar a pessoa e pedir a ela fazer trabalhos que não sejam parecidos com aquilo que se encontra no seu portfolio e nem eu e nenhum outro cliente meu quer, quando precisa de um trabalho, ficar arriscando ter dor de cabeça ou não.
Contratar um ilustrador iniciante com um estilo determinado, por um estúdio significa apostar que haja demanda naquele estilo. Isso significa que a probabilidade de um ilustrador iniciante com essas características ser contratado é muito pequena.
Eu espero que esse texto sirva de resposta a inúmeros iniciante que já nos procuraram anteriormente e nós não respondemos. Eu nem teria o que dizer numa resposta a profissionais com esse perfil, pois eu sei que são pessoas que já caminharam um pouco, já iniciaram a sua caminhada profisisonal e não está exatamente no ponto zero, alguns não aceitam críticas contrárias, mesmo se for pensando em orientar. Eu somente gostaria que as palavras que eu coloquei nesse texto possam apenas direcionar alguns portfolios para uma tendência diferente da que eu venho percebendo atualmente.
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