Outro dia, foi levantada a questão de que se os ilustradores se esforçassem para criar todo um clima de mitificação em torno da profissão, haveria uma chance dos problemas acabarem, pois assim os ilustradores não seriam tão desvalorizados.
Segue abaixo a resposta que eu dei a esse ponto de vista:
Eu sinceramente acho que somente a situação de quem desenha hoje é essa porcaria porque um dia, alguém a mitificou.
Um dia, uma turma de desenhistas, ilustradores e sei lá mais o que resolveram tratar desenho como uma coisa feita por seres iluminados, escolhidos por Deus para uma nobre missão na Terra.
Missão essa que conferia ao desenhista toda uma aura de divindade encarnada.
Muito se pagava a quem desenhava e muito se dependia desses seres "maravilhosos".
Acontece que desenhista é feito de carne e osso, como qualquer um, e assim como qualquer pessoa, tem seus defeitos.
Ao se ver um tipo de ser "Privilegiado", quase que uma criatura protegida pela necessidade básica que sem desenho não acontece no mundo, muitos desses "semideuses" utilizaram sua fama, fortuna, e grau enorme de dependência que as empresas de comunicação tinham por eles para deitar e rolar.
E faziam isso mesmo. Quem nunca ouviu histórias da época de ouro dos ilustradores regadas a muita bebida, dinheiro e mulheres? Quem nunca ouviu as famosas histórias das surubas homéricas, orgias sem fim, casos de irresponsabilidade explícita de desenhistas para com seus clientes e suas famílias também?
Eu já ouvi histórias de arrepiar os cabelos do Tuco e do Grego ao mesmo tempo.
Agências com seus clientes cheios da nota dependo seus trabalhos nas mão de irresponsáveis que saíam para tomar um "lanche" à noite e voltavam seis horas da manhã acompanhados de prostitutas nos estúdios, isso quando voltavam, e geralmente deixavam os clientes literalmente na mão.
Isso criou uma grande mágoa pro parte daqueles que dependiam dos desenhos para que seu negócio fosse pra frente. Muitos deles não viam a hora de um dia poder se livrar dessa "corja" para o resto da vida.
Um dia isso aconteceu.
Primeiro foi o computador que, quando apareceu foi uma real ameaça ao reinado desses seres imortais. Eu nessa época estava começando no mercado, vi muito Diretor de Arte dizer com olhos injetados de ódio que, se Deus quisesse, essa "corja" iria morrer de fome em menos de dez anos. Eu vi muita mágoa, muita raiva represada por anos a fio serem descontadas em qualquer pessoa que quisesse viver de desenho.
Eu vi muita gente partir para outras profissões, muita gente, a contragosto, mudar radicalmente o seu modo de vida, pois o mercado já não permitia mais certas excentricidades, e vi muita gente passar fome.
Inclusive eu.
Mas, por essas coisas curiosas que a gente não sabe ao certo, Deus não quis que nós morrêssemos de fome, e praticamente uma década depois foi ressurgindo os desenhistas e ilustradores de suas próprias cinzas, renovados por um enorme furacão que lavou o mercado, encontrando um mercado que não é, de maneira alguma, dependente dos ilustradores, tendo que provar que ilustração é algo útil para a lucratividade de um produto.
Coisa que até agora, nenhum ilustrador conseguiu provar, e a missão continua....
Muita gente, por conta dessa aridez encontrada no nosso campo de trabalho resolveu cair mais na real, admitir que desenhar não é assim uma coisa do outro mundo, resolver ter um pouco mais de pé no chão, mas não soube, ser mais humilde sem ser completamente subserviente.
O desenhista é um bicho complicado, não consegue se encaixar no mundo real, ou vira divindade, ou vira porcaria.
Voltar a cultuar a divindade desenhística (olha um neologismo aí) é, ao meu ver, voltar a uma realidade que ninguém mais engole. Todo mundo sabe que desenhar não é nenhuma credencial para regiões celestiais.
Quem quiser voltar com esse tipo de mentalidade corre o risco de se distanciar do mundo em que vivemos, vai ser uma espécie de fanático alienado, que pensa coisas que o mundo ao seu redor prova que não é assim.
Sinceramente, a única solução que eu encontro é de consciência, trabalho sério, estudo lento e gradativo para mudar a mentalidade do mercado, dos clientes, fornecedores, e ilustradores para que conheçam a verdade sem mitos e sem preconceitos, mas enxergando todas as partes no processo produtivo e criativo como essenciais para que o produto final seja bem sucedido.
Bom, esse é meu ponto de vista.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
24.11.06
12.8.06
Pão de Pobre
Hoje, meu pão com manteiga caiu no chão.
Só, que por incrível que pareça, caiu com a manteiga para cima.
...
...
...
...
Será que eu vou ficar rico?
Só, que por incrível que pareça, caiu com a manteiga para cima.
...
...
...
...
Será que eu vou ficar rico?
21.6.06
Sete Pontos
Existem, graças à Deus, muito fóruns e espaços para se discutir a ilustração atualmente. Sem sombra de dúvidas, é justamente a criação desse tipo de espaço que permite que aprendamos sempre mais.
Enquanto isso, algumas pessoas se sente meio que incomodados com as discuções que desses espaços são geradas. Muitas vezes defendendo o alto nível de um determinado grupo.
Esquecem-se que é justamente a liberdade destes espaços que permitem discussões entendimentos e, acima de tudo, aprendizado. Sem contar que as pessoas costumam não refletir a respeito de muito pontos polêmicos e não percebem que com um pouquinho de bom senso, muita coisa da para se aprender.
Foi com intuito de esclarescer alguns pontos como os já descritos que eu enumerei sete pontos, que estou reproduzindo abaixo:
1-Mesmo sendo amador, um desenhista quando procura um grupo, um amontoado de outros desenhistas é porque quer, de alguma forma deixar de ser amador para se profissionalizar. Ele busca informação, conhecimento, troca de experiências.
2-Fazer um trabalho em troca de divulgação é a maior MENTIRA que eu já ouvi até hoje. Divulgação somente existe quando tem uma exposição pública grande, só que para isso acontecer um cliente terá um produto muito importante em jogo e terá que se cercar de algumas garantias de que o investimento global não ocorrerá nenhum tipo de "ameaça" por parte de algum "aspirante". Um novato não tem experiência para garantir um mínimo de retorno para um cliente, e nenhum cliente que tenha um produto com necessidade de exposição (portanto, de retorno financeiro) vai ser louco de correr um risco desnecessário. Vai preferir um profissional e vai preferir pagar por isso. Quem pede trabalho na faixa pra iniciante não tem sequer certeza que seu trabalho será visto e nem tem obrigação de retorno, é um franco atirador no escuro.
3-Quem trabalha na faixa, está diminuindo a àrea de atuação do mercado dito "oficial", está viciando clientes a jamais quererem pagar por um desenho, porque cliente não pensa com o coração, pensa com o bolso, isso vai pra planilha e em geral tema mentalidade que de diminuirem cada vez mais os custos e aumentar os lucros. Uma vez que a ilustraçao não gera custo, ele jamais irá aceitar um dia voltar a ter custo por algo que a muito tempo tem acesso gratuito. Quem deixa de ganhar é somente o desenhista, porque o cliente continua tendo retorno pelo desenho feito na faixa.
4-Trabalho com valor baixo exige um custo de produção baixo, o que significa que você será obrigado a piorar a qualidade do material usado, terá a obrigação de trabalhar mais e mais rápido para conseguir o mesmo ganho que tinha anteriormente, correndo o risco de piorar também a qualidade do seu trabalho, diminuindo as chances do seu trabalho dar retorno ao seu cliente.
5- É bom lembrar que quando tentamos subverter uma cadeia produtiva, ela tende a se rearranjar de forma a encaixar todos os seus elementos de acordo com aquela nova situação. Isso significa que dependendo do que você quer alterar no mercado pode produzir um círculo vicioso ou virtuoso. A partir do momento que a sua idéia é deixar algum elo da cadia produtiva mais fraco, o sistema se encarrega em estirpar este elo com o tempo, porque elo fraco não ajuda uma corrente a ser forte.
6-Quem não quer cobrar para fazer um desenho deve ter a consciência que não pode entrar no mercado, nem pelas portas dos fundos. Deve compreender que desenha por si e para si, somente. À partir que alguém te pede algo e você aceita fazer por um prazo ou mediante qualquer tipo de parâmetro, você automaticamente está no mercado. Ser profissional ou não só depende de você.
7- Essas discussões são importantes, não devemos nunca perder a oportunidade de confrontar as idéias. Algumas pessoas podem querer um fórum declaradamente profissional para que as pessoas com menor informação não atrapalhem e, dessa forma não aprendam, outras podem querer um fórum puramente amador, somente para não ouvir os puxões de orelha das pessoas mais esclarescidas e verem seu orgulho e vaidade feridos, ao mesmo tempo impedindo que os demais aprendam e se informem.
Resumindo: do jeito que está é do jeito que deve ser, porque pessoas sem informação sempre irão existir, pessoas com mais consciência também, e pessoas que não querem de jeito nenhum evoluir vão existir somente enquanto houver a predisposição para se limitar discussões e esclarescimentos.
Enquanto isso, algumas pessoas se sente meio que incomodados com as discuções que desses espaços são geradas. Muitas vezes defendendo o alto nível de um determinado grupo.
Esquecem-se que é justamente a liberdade destes espaços que permitem discussões entendimentos e, acima de tudo, aprendizado. Sem contar que as pessoas costumam não refletir a respeito de muito pontos polêmicos e não percebem que com um pouquinho de bom senso, muita coisa da para se aprender.
Foi com intuito de esclarescer alguns pontos como os já descritos que eu enumerei sete pontos, que estou reproduzindo abaixo:
1-Mesmo sendo amador, um desenhista quando procura um grupo, um amontoado de outros desenhistas é porque quer, de alguma forma deixar de ser amador para se profissionalizar. Ele busca informação, conhecimento, troca de experiências.
2-Fazer um trabalho em troca de divulgação é a maior MENTIRA que eu já ouvi até hoje. Divulgação somente existe quando tem uma exposição pública grande, só que para isso acontecer um cliente terá um produto muito importante em jogo e terá que se cercar de algumas garantias de que o investimento global não ocorrerá nenhum tipo de "ameaça" por parte de algum "aspirante". Um novato não tem experiência para garantir um mínimo de retorno para um cliente, e nenhum cliente que tenha um produto com necessidade de exposição (portanto, de retorno financeiro) vai ser louco de correr um risco desnecessário. Vai preferir um profissional e vai preferir pagar por isso. Quem pede trabalho na faixa pra iniciante não tem sequer certeza que seu trabalho será visto e nem tem obrigação de retorno, é um franco atirador no escuro.
3-Quem trabalha na faixa, está diminuindo a àrea de atuação do mercado dito "oficial", está viciando clientes a jamais quererem pagar por um desenho, porque cliente não pensa com o coração, pensa com o bolso, isso vai pra planilha e em geral tema mentalidade que de diminuirem cada vez mais os custos e aumentar os lucros. Uma vez que a ilustraçao não gera custo, ele jamais irá aceitar um dia voltar a ter custo por algo que a muito tempo tem acesso gratuito. Quem deixa de ganhar é somente o desenhista, porque o cliente continua tendo retorno pelo desenho feito na faixa.
4-Trabalho com valor baixo exige um custo de produção baixo, o que significa que você será obrigado a piorar a qualidade do material usado, terá a obrigação de trabalhar mais e mais rápido para conseguir o mesmo ganho que tinha anteriormente, correndo o risco de piorar também a qualidade do seu trabalho, diminuindo as chances do seu trabalho dar retorno ao seu cliente.
5- É bom lembrar que quando tentamos subverter uma cadeia produtiva, ela tende a se rearranjar de forma a encaixar todos os seus elementos de acordo com aquela nova situação. Isso significa que dependendo do que você quer alterar no mercado pode produzir um círculo vicioso ou virtuoso. A partir do momento que a sua idéia é deixar algum elo da cadia produtiva mais fraco, o sistema se encarrega em estirpar este elo com o tempo, porque elo fraco não ajuda uma corrente a ser forte.
6-Quem não quer cobrar para fazer um desenho deve ter a consciência que não pode entrar no mercado, nem pelas portas dos fundos. Deve compreender que desenha por si e para si, somente. À partir que alguém te pede algo e você aceita fazer por um prazo ou mediante qualquer tipo de parâmetro, você automaticamente está no mercado. Ser profissional ou não só depende de você.
7- Essas discussões são importantes, não devemos nunca perder a oportunidade de confrontar as idéias. Algumas pessoas podem querer um fórum declaradamente profissional para que as pessoas com menor informação não atrapalhem e, dessa forma não aprendam, outras podem querer um fórum puramente amador, somente para não ouvir os puxões de orelha das pessoas mais esclarescidas e verem seu orgulho e vaidade feridos, ao mesmo tempo impedindo que os demais aprendam e se informem.
Resumindo: do jeito que está é do jeito que deve ser, porque pessoas sem informação sempre irão existir, pessoas com mais consciência também, e pessoas que não querem de jeito nenhum evoluir vão existir somente enquanto houver a predisposição para se limitar discussões e esclarescimentos.
6.6.06
Vai comecar com a politica de novo?
A algum tempo eu comecei a receber e-mails de amigos/conhecidos/desconhecidos que, sob a sincera intenção de guiar minha cabeça e o meu voto, sendo que a disputa eleitoral ainda nem começou e a coisa mais desgastante que existe em época de eleição, é a eterna disputa de pessoas que não respeitam o direito que cada um tem de escolher o que quiser, da forma como bem entender, e fica a qualquer custo, apontando defeitos e podres deste ou daquele político, como se houvesse algum santo metido em política.
Pois bem, hoje eu recebi uma dessas mensagens, e, independente de conter uma informação verdadeira ou não, eu percebi que é de alguém que nunca se apresentou para mim, nunca me perguntou qual é a minha opinião e nem qual é a minha visão política, mas claramente quer conduzir a minha consciência.
Eu tomo a liberdade de reproduzir abaixo a mensagem de resposta que eu envie, já avisando que toda ou qualquer pessoa que tenha o mesmo interesse, irá receber essa mesma mensagem como resposta, se não receber mesagem pior, porque chegar até cada um de nós nos obrigando a pensar como cada um quer é o cúmulo de falta de respeito e de falta de democracia.
Segue abaixo a resposta enviada:
Caro amigo, ou amiga. Enfim não sei ao certo quem é você.
Eu andei percebendo que já a algum tempo venho recebendo seus e-mails e de um tempo pra cá venho notando uma forte inclinação sua em me convencer à respeito das minhas convicções políticas.
Talvez você não saiba, mas de política eu entendo e bem mais do que gostaria, e sei que nem este, ou aquele é o santo que diz ser. Muito menos que exista alguma corrente política detentora da verdade ou do real interesse em defender a população.
Durante quase uma década utilizando a Internet, já veio até minha mãos as vai variadas denúncias e informações dos mais variados podres dos mais variados políticos, de forma que, se eu levasse em conta todos eles, me tornaria algum tipo de terrorista que não teria outro objetivo na via que não fosse o de acabar com toda essa corja.
Acontece que política é uma coisa inerente à condição humana e todos nós nela estamos inseridos, não adianta renegar algo que, queiramos ou não afetam a nossa vida diretamente.
Só que denúncias, reclamações, comentários e principalmente, a clara intenção de conduzir a consciência alheia além de ser algo para mim desrespeitoso é criminoso e tão vil quanto qualquer abuso de poder.
A minha intenção e acredito que de muitos que recebem suas mensagens é de participar, mas conscientemente, com respeito, lógica, bom senso e principalmente, DE MANEIRA POSITIVA, ou seja vendo o que de bom esta ou aquela corrente política pode trazer para cada um de nós porque podridão é algo que todos igualmente possuem e que nem vale a pena ficar expondo, mesmo porque os problemas inerentes a cada cidadão deste país continuará existindo e não será resolvido com bate boca e denuncismo, mas com trabalho sério e participação em coisas que realmente geram resultados e não brigas pessoais ou ideológicas.
Portanto, meu caro amigo, ou amiga; eu peço que antes de enviar esse tipo de mensagem, reflita se realmente seu intuito é o de contribuir ou de confundir, pois para mim, esse tipo de mensagem só trás mais desprezo e aversão por pessoas que eu nitidamente sinto quererem conduzir a minha consciência, e principalmente, o meu voto.
A base de toda democracia é o respeito e harmonia entre as partes, disputas e interesses são apenas aparatos que nos desviam do foco principal de toda questão política.
Agradeço desde já com a sua compreensão e conto desde já com a sua colaboração.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
Pois bem, hoje eu recebi uma dessas mensagens, e, independente de conter uma informação verdadeira ou não, eu percebi que é de alguém que nunca se apresentou para mim, nunca me perguntou qual é a minha opinião e nem qual é a minha visão política, mas claramente quer conduzir a minha consciência.
Eu tomo a liberdade de reproduzir abaixo a mensagem de resposta que eu envie, já avisando que toda ou qualquer pessoa que tenha o mesmo interesse, irá receber essa mesma mensagem como resposta, se não receber mesagem pior, porque chegar até cada um de nós nos obrigando a pensar como cada um quer é o cúmulo de falta de respeito e de falta de democracia.
Segue abaixo a resposta enviada:
Caro amigo, ou amiga. Enfim não sei ao certo quem é você.
Eu andei percebendo que já a algum tempo venho recebendo seus e-mails e de um tempo pra cá venho notando uma forte inclinação sua em me convencer à respeito das minhas convicções políticas.
Talvez você não saiba, mas de política eu entendo e bem mais do que gostaria, e sei que nem este, ou aquele é o santo que diz ser. Muito menos que exista alguma corrente política detentora da verdade ou do real interesse em defender a população.
Durante quase uma década utilizando a Internet, já veio até minha mãos as vai variadas denúncias e informações dos mais variados podres dos mais variados políticos, de forma que, se eu levasse em conta todos eles, me tornaria algum tipo de terrorista que não teria outro objetivo na via que não fosse o de acabar com toda essa corja.
Acontece que política é uma coisa inerente à condição humana e todos nós nela estamos inseridos, não adianta renegar algo que, queiramos ou não afetam a nossa vida diretamente.
Só que denúncias, reclamações, comentários e principalmente, a clara intenção de conduzir a consciência alheia além de ser algo para mim desrespeitoso é criminoso e tão vil quanto qualquer abuso de poder.
A minha intenção e acredito que de muitos que recebem suas mensagens é de participar, mas conscientemente, com respeito, lógica, bom senso e principalmente, DE MANEIRA POSITIVA, ou seja vendo o que de bom esta ou aquela corrente política pode trazer para cada um de nós porque podridão é algo que todos igualmente possuem e que nem vale a pena ficar expondo, mesmo porque os problemas inerentes a cada cidadão deste país continuará existindo e não será resolvido com bate boca e denuncismo, mas com trabalho sério e participação em coisas que realmente geram resultados e não brigas pessoais ou ideológicas.
Portanto, meu caro amigo, ou amiga; eu peço que antes de enviar esse tipo de mensagem, reflita se realmente seu intuito é o de contribuir ou de confundir, pois para mim, esse tipo de mensagem só trás mais desprezo e aversão por pessoas que eu nitidamente sinto quererem conduzir a minha consciência, e principalmente, o meu voto.
A base de toda democracia é o respeito e harmonia entre as partes, disputas e interesses são apenas aparatos que nos desviam do foco principal de toda questão política.
Agradeço desde já com a sua compreensão e conto desde já com a sua colaboração.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
3.6.06
Mensagem de um iniciante e suas consequencias
Esta semana rolou uma coisa, que ao meu ver foi muito importante pois mostra a atual mentealidade dos iniciantes, além do seu completo despreparo para entrar na profissão de ilustrador.
Na Ilustrasite, um iniciante enviou um e-mail e nesse e-mail ele contava o seu ponto de vista, que na verdade é a trasncrição da mentalidede de muitos iniciantes.
Muitas foram as respostas, todas muito boas, com muita argumentação importante, eu recomendo a todos, se puderem entrar na ilustrasite, vejam as resposta pois muito há o que se aprender sobre o assunto.
Na seqüência eu reproduzo a mensagem do rapaz, ocultando sua identificação e em seguida a minha respsota, que foi somente um das respostas, que choveram na cabeça do rapaz.
Vamos à mensagem:
OI. EH A PRIMEIRA VEZ QUE EU FALO AQUI MAS ESTOU
CONFUSO COM ESSA HISTORIA.
SE O MERCADO EH LIVRE INICIATIVA CADA UM NAUM PODE
COBRA O QUE QUER?
PRA MIM 400 REAIS PARA FAZER UM DESENHO TAH BOM
DEMAIS. ESTOU DESEMPREGADO AGORA MAIS NO ULTIMO
EMPREGO EU GANHAVA SOH UM POUCO MAIS QUE ISSO E
AINDA TINHA QUE FAZER MUITAS COISAS QUE EU NAUM
GOSTAVA. GOSTO MUITO MAIS DE DESENHAR E ERA MAIS
FELIZ SE SOH FIZESSE ISSO NA VIDA. SE FIZER 10
DESENHOS DESSES POR MES EU GANHO 4000! ACHO QUE
MEUS PROFS DA FACU NAUM GANHAM ISSO.
VI ALGUEM QUE EU NAUM LEMBRO QUEM DIZER ALGUMA
COISA DE NAO-ETICO COBRAR MAIS BARATO E TAMBEM
NAUM CONCORDO PORQUE ATEH OS SUPERMERCADO
FAZEM PROMOCAO. A PESSOA ESCOLHE ONDE COMPRAR
NAUM SO PELO PRECO MAIS O PRECO EH UM ATRATIVO.
PORQUE QUE EH NAO-ETICO EU IR PROCURAR OS
CLIENTES DOS OUTROS E OFERECER UM PRECO MAIS
ATRAENTE? SE MEU DESENHO FOR BOM PRA FIRMA E A
FIRMA QUIZER DEIXAR O OUTRO PRA TRABALHAR COMIGO
QUAL EH O PROBLEMA? SE EU COBRAR UM POUCO MAIS
BARATO EU SOU NAO-ETICO POR CAUSA DISSO? PROIBIR
ISSO DE COBRAR MAIS BARATAO QUE O OUTRO NAUM EH
CONTRA A LIVRE INICIATIVA?
DESCULPA A ESTENSAO DO MAIL
XXXX.
Resposta:
Xxxx,
Eu lamento muito se esta é a sua mentalidade, infelismente o mercado sofre
do empobrecimento e do emburrecimento por causa de pessoas que pensam
exatamente assim, a diferença é que você é um iniciante, e tem muita gente
que ainda pensa assim e já não é mais moleque.
Você pode achar R$400,00 uma boa grana, porque certamente quem paga as suas
contas sejam os seus pais, você não deve se preocupar com conta de água,
luz, aluguel, compra do mês, escola, telefone, internet, e todo o resto.
Certamente seu estúdio deve ficar no quarto da sua casa com uma pranchetinha
comprada pelo pai, se é que você tem prancheta, com um computador comprado
pelo pai, um scanner comprado pelo pai, uma impressora comprada pelo pai,
internet paga pelo pai, com certeza você não paga aluguel e não paga por
nenhuma de suas alimentações.
Só pra você ter uma idéia, um profissional paga só de contador, em média
R$350,00, mais uns 10% de imposto em média, se for pessoa jurídica ou 30% se
for pessoa física.
Gasta também de 80,00 a 120,00 de internet, mais o mesmo valor de conta de
telefone, mais água, luz e gás, e aluguel, isso tudo como custo de estúdio,
não de casa.
Pra você ter uma idéia, o meu estúdio tem um gasto mensal médio de
R$1800,00, isso se eu não levar em conta material de desenho, que cada vez
que eu compro gasta uns R$400,00 em média.
Mais o assistente, faxineira, sem contar nas contas da minha casa, que
correm por volta de uns R$2000,00, isso porque eu não tenho filhos.
Seu pais, se bobear, gastam isso com você, mas você sequer tem idéia disso.
Faça uma conta rápida: você vai ver que facilmente R$4000,00 não dá nem para
o começo.
Se eu precisar imprimir meu portfolio, sabe quanto isso irá me custar? E
para fazer um trabalho, muitas vezes se gasta com gasolina, algumas vezes a
gente precisa até pagar viagem, fotos, pesquisas, à vezes é preciso depender
de outro profissional, que custa dinheiro.
Desenhar não é coisa de moleque não.
Não pensa que é montar um PC xing ling de R$600,00 e comprar programa pirata
da Santa Efigênia.
Você sabe quanto custa um Photoshop?
Se você meche com 3D, tem noção de quanto custa um Maya?
Você sabe quanto custa uma máquina que agüente rodar esse tipo de programa?
Se o padrão fosse o seu precinho de R$400,00 todos nós teríamos de nos
separar das nossa esposas, voltarmos para a casa de nossos pais, montarmos
um estudiozinho no quarto com tudo pago pelo pai e vivermos todos como
hippies ou moleques.
Você acha que se cobrar R$400,00 por ilustração, vai ter condições
financeira de estudar, se profissionalizar?
Vai poder abrir empresa?
Vai poder algum dia casar, ter a sua própria casa?
E filhos, você pensa em algum dia tê-los? Se pensa nisso, é melhor tirar o
cavalinho da chuva.
Você acha que o seu cliente, por mais camarada que seja vai algum dia querer
pagar mais do que R$400,00 por uma ilustra se você sempre cobrou só isso?
No dia que você precisar ganhar mais, você vai acabar perdendo o seu
cliente, isso sim. Eu falo isso com conhecimento de causa.
Você não foi o primeiro que se iludiu, eu gostaria que fosse um dos últimos,
mas parece que não será por aí.
Seu cliente, no dia que ele perceber as suas intenções, irá te dar um belo
pé na bunda e vai procurar outro trou... quer dizer, outro bom talento
iniciante.
Você pode não saber, mas ao pensar e agir assim, pode estar sepultando o seu
futuro profissional desde já. Já pensou que o seu trabalho pode custar
tranquilamente R$4000,00 ao invés dos míseros 400 que você insiste
espertamente em querer cobrar? E você ainda se acha esperto...
Ou tem síndrome de coitadinho, acha que não merece ganhar tanto? Eu mereço,
ganhar até mais, nesse ponto não sou nem um pouco humilde. E sabe porquê?
Porque se EU não me der valor, ninguém irá fazer isso por mim. Ser humilde
não é querer viver na miséria, isso é doença, é problema que só se resolve
com internação.
Autoestima é essencial para a sobrevivência que qualquer pessoa, ser humilde
é tratar a todos com igualdade e não querer se auto flagelar.
Você pode continuar achando que o lance é cobrar quatrocentinho memo!
Imagine só que você estará se aprisionando por esse patamar pelo resto de
sua vida.
Se você acha que cobrar mais está muito acima dos seus padrões, seja vivo,
cobre, ganhe, viva bem, progrida, ajuda sua família se for possível, estude,
mereça, se profissionalize, crie vergonha na cara de uma vez por todas e
aprenda que a sua profissão, ao contrário do que se diz por aí, pode te dar
um bom dinheiro e te permitir fazer e viver coisas que muita gente não
consegue.
E não tenha vergonha disso tudo!
Dê graças à Deus por ter escolhido uma profissão abençoada como essa e deixe
de querer ser o coitadinho, sendo que pra isso você pode acabar com muito
pai de família; seja responsável, não seja egoísta.
Se você, por alguma razão achar melhor não ter uma profissão que possa te
pagar bem, então vai trabalhar de catador de papel, Office boy, moto boy,
bóia fria, sei lá, mas, de uma vez por todas, não queira transformar uma
profissão que tem tanta responsabilidade (embora muitos não compreendam
assim) em uma simples "coisa" sem a mínima importância e sem futuro.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
Na Ilustrasite, um iniciante enviou um e-mail e nesse e-mail ele contava o seu ponto de vista, que na verdade é a trasncrição da mentalidede de muitos iniciantes.
Muitas foram as respostas, todas muito boas, com muita argumentação importante, eu recomendo a todos, se puderem entrar na ilustrasite, vejam as resposta pois muito há o que se aprender sobre o assunto.
Na seqüência eu reproduzo a mensagem do rapaz, ocultando sua identificação e em seguida a minha respsota, que foi somente um das respostas, que choveram na cabeça do rapaz.
Vamos à mensagem:
OI. EH A PRIMEIRA VEZ QUE EU FALO AQUI MAS ESTOU
CONFUSO COM ESSA HISTORIA.
SE O MERCADO EH LIVRE INICIATIVA CADA UM NAUM PODE
COBRA O QUE QUER?
PRA MIM 400 REAIS PARA FAZER UM DESENHO TAH BOM
DEMAIS. ESTOU DESEMPREGADO AGORA MAIS NO ULTIMO
EMPREGO EU GANHAVA SOH UM POUCO MAIS QUE ISSO E
AINDA TINHA QUE FAZER MUITAS COISAS QUE EU NAUM
GOSTAVA. GOSTO MUITO MAIS DE DESENHAR E ERA MAIS
FELIZ SE SOH FIZESSE ISSO NA VIDA. SE FIZER 10
DESENHOS DESSES POR MES EU GANHO 4000! ACHO QUE
MEUS PROFS DA FACU NAUM GANHAM ISSO.
VI ALGUEM QUE EU NAUM LEMBRO QUEM DIZER ALGUMA
COISA DE NAO-ETICO COBRAR MAIS BARATO E TAMBEM
NAUM CONCORDO PORQUE ATEH OS SUPERMERCADO
FAZEM PROMOCAO. A PESSOA ESCOLHE ONDE COMPRAR
NAUM SO PELO PRECO MAIS O PRECO EH UM ATRATIVO.
PORQUE QUE EH NAO-ETICO EU IR PROCURAR OS
CLIENTES DOS OUTROS E OFERECER UM PRECO MAIS
ATRAENTE? SE MEU DESENHO FOR BOM PRA FIRMA E A
FIRMA QUIZER DEIXAR O OUTRO PRA TRABALHAR COMIGO
QUAL EH O PROBLEMA? SE EU COBRAR UM POUCO MAIS
BARATO EU SOU NAO-ETICO POR CAUSA DISSO? PROIBIR
ISSO DE COBRAR MAIS BARATAO QUE O OUTRO NAUM EH
CONTRA A LIVRE INICIATIVA?
DESCULPA A ESTENSAO DO MAIL
XXXX.
Resposta:
Xxxx,
Eu lamento muito se esta é a sua mentalidade, infelismente o mercado sofre
do empobrecimento e do emburrecimento por causa de pessoas que pensam
exatamente assim, a diferença é que você é um iniciante, e tem muita gente
que ainda pensa assim e já não é mais moleque.
Você pode achar R$400,00 uma boa grana, porque certamente quem paga as suas
contas sejam os seus pais, você não deve se preocupar com conta de água,
luz, aluguel, compra do mês, escola, telefone, internet, e todo o resto.
Certamente seu estúdio deve ficar no quarto da sua casa com uma pranchetinha
comprada pelo pai, se é que você tem prancheta, com um computador comprado
pelo pai, um scanner comprado pelo pai, uma impressora comprada pelo pai,
internet paga pelo pai, com certeza você não paga aluguel e não paga por
nenhuma de suas alimentações.
Só pra você ter uma idéia, um profissional paga só de contador, em média
R$350,00, mais uns 10% de imposto em média, se for pessoa jurídica ou 30% se
for pessoa física.
Gasta também de 80,00 a 120,00 de internet, mais o mesmo valor de conta de
telefone, mais água, luz e gás, e aluguel, isso tudo como custo de estúdio,
não de casa.
Pra você ter uma idéia, o meu estúdio tem um gasto mensal médio de
R$1800,00, isso se eu não levar em conta material de desenho, que cada vez
que eu compro gasta uns R$400,00 em média.
Mais o assistente, faxineira, sem contar nas contas da minha casa, que
correm por volta de uns R$2000,00, isso porque eu não tenho filhos.
Seu pais, se bobear, gastam isso com você, mas você sequer tem idéia disso.
Faça uma conta rápida: você vai ver que facilmente R$4000,00 não dá nem para
o começo.
Se eu precisar imprimir meu portfolio, sabe quanto isso irá me custar? E
para fazer um trabalho, muitas vezes se gasta com gasolina, algumas vezes a
gente precisa até pagar viagem, fotos, pesquisas, à vezes é preciso depender
de outro profissional, que custa dinheiro.
Desenhar não é coisa de moleque não.
Não pensa que é montar um PC xing ling de R$600,00 e comprar programa pirata
da Santa Efigênia.
Você sabe quanto custa um Photoshop?
Se você meche com 3D, tem noção de quanto custa um Maya?
Você sabe quanto custa uma máquina que agüente rodar esse tipo de programa?
Se o padrão fosse o seu precinho de R$400,00 todos nós teríamos de nos
separar das nossa esposas, voltarmos para a casa de nossos pais, montarmos
um estudiozinho no quarto com tudo pago pelo pai e vivermos todos como
hippies ou moleques.
Você acha que se cobrar R$400,00 por ilustração, vai ter condições
financeira de estudar, se profissionalizar?
Vai poder abrir empresa?
Vai poder algum dia casar, ter a sua própria casa?
E filhos, você pensa em algum dia tê-los? Se pensa nisso, é melhor tirar o
cavalinho da chuva.
Você acha que o seu cliente, por mais camarada que seja vai algum dia querer
pagar mais do que R$400,00 por uma ilustra se você sempre cobrou só isso?
No dia que você precisar ganhar mais, você vai acabar perdendo o seu
cliente, isso sim. Eu falo isso com conhecimento de causa.
Você não foi o primeiro que se iludiu, eu gostaria que fosse um dos últimos,
mas parece que não será por aí.
Seu cliente, no dia que ele perceber as suas intenções, irá te dar um belo
pé na bunda e vai procurar outro trou... quer dizer, outro bom talento
iniciante.
Você pode não saber, mas ao pensar e agir assim, pode estar sepultando o seu
futuro profissional desde já. Já pensou que o seu trabalho pode custar
tranquilamente R$4000,00 ao invés dos míseros 400 que você insiste
espertamente em querer cobrar? E você ainda se acha esperto...
Ou tem síndrome de coitadinho, acha que não merece ganhar tanto? Eu mereço,
ganhar até mais, nesse ponto não sou nem um pouco humilde. E sabe porquê?
Porque se EU não me der valor, ninguém irá fazer isso por mim. Ser humilde
não é querer viver na miséria, isso é doença, é problema que só se resolve
com internação.
Autoestima é essencial para a sobrevivência que qualquer pessoa, ser humilde
é tratar a todos com igualdade e não querer se auto flagelar.
Você pode continuar achando que o lance é cobrar quatrocentinho memo!
Imagine só que você estará se aprisionando por esse patamar pelo resto de
sua vida.
Se você acha que cobrar mais está muito acima dos seus padrões, seja vivo,
cobre, ganhe, viva bem, progrida, ajuda sua família se for possível, estude,
mereça, se profissionalize, crie vergonha na cara de uma vez por todas e
aprenda que a sua profissão, ao contrário do que se diz por aí, pode te dar
um bom dinheiro e te permitir fazer e viver coisas que muita gente não
consegue.
E não tenha vergonha disso tudo!
Dê graças à Deus por ter escolhido uma profissão abençoada como essa e deixe
de querer ser o coitadinho, sendo que pra isso você pode acabar com muito
pai de família; seja responsável, não seja egoísta.
Se você, por alguma razão achar melhor não ter uma profissão que possa te
pagar bem, então vai trabalhar de catador de papel, Office boy, moto boy,
bóia fria, sei lá, mas, de uma vez por todas, não queira transformar uma
profissão que tem tanta responsabilidade (embora muitos não compreendam
assim) em uma simples "coisa" sem a mínima importância e sem futuro.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
25.5.06
Alo Alo...
testando,1, 2, 3...
tem post que num tá indo...
tem post que num tá indo...
4.5.06
Dossie - Ilustracao - Texto Original
Segue abaixo o texto original do nosso Dossiê de Ilustração, quem tiver interesse pode copiar(desde que na íntega) e divulgar.
Nós, no momento, estamos nos esforçando para que o documento possa ser mais completo conciso e conforme houverem modificações, nós informaremos.
Abaixo, o texto original:
Documento de Análise para Regulamentação e Reconhecimento da Profissão de Ilustrador no Brasil
O que é ilustração?
Ilustração é todo ofício utilizado para representar, textos, temas, idéias e conceitos, dando a estes mesmos forma, conteúdo concreto, transmitindo clima, sentimentos, sensações e acrescentando à idéia inicial a ambientação necessária para transmiti-la de maneira amplificada. Pode ser considerado ilustração, qualquer desenho, pintura, fotomontagem, montagem digital, tira de jornal, história em quadrinhos, caricatura ou retrato, desde que tenha uma função comercial específica.
O que é um ilustrador?
Ilustrador é todo artista plástico, desenhista ou artista gráfico que utiliza da ilustração como meio de vida, sendo especialista no assunto e dominador do ofício.
Qual é a origem da ilustração?
As primeiras ilustrações propriamente ditas começaram a ser produzidas no século XIX, inicialmente feitos por pintores que viram em ofícios como confecção de cartazes um meio válido para transmitir sua arte. Alguns artistas de renome fizeram ilustrações, Henri de Toulouse-Lautrec trabalhava com cartazes e foi um grande mestre na confecção de cartazes de grande retorno comercial. Claude Monet financiou seus estudos de arte trabalhando como caricaturista no início da sua carreira.
Com o advento da foto e a conseqüente arte moderna gerada como reação natural à fotografia, o meio especializado em produzir ilustrações passou a herdar todos os princípios clássicos de desenho e pintura, além de, com o tempo, também absorver todas as escolas de arte mais recentes, fazendo com que pudessem muitas vezes ser reinventadas e houvesse o cruzamento de técnicas e escolas de arte.
Atualmente a ilustração compreende desde pinturas clássicas, modernas, montagens das mais variadas formas e técnicas, desenhos que variam de minimistas a sofisticados, caricaturas, charges, vinhetas, retratos, desenhos realistas, cômicos, caricatos, hiperrealistas, arte digital, desenho animado, 3D e também a fusão desses tipos de trabalhos, gerando um sem números de estilos e aplicações diferentes.
A questão da Ilustração no Brasil
Até hoje, por incrível que pareça, nenhum governo ou órgão governamental, jamais soube da existência da ilustração como ofício, muito menos do ilustrador como profissional, embora muitos políticos já utilizaram largamente ilustração na promoção pessoal e de seus trabalhos e projetos.
No Brasil, os dois maiores mercados consumidores de ilustração são as Editoras e Agências de Propaganda, que juntas detêm mais de 50% da demanda de ilustrações feitas no país, sendo que o restante fica por conta das Produtoras de Vídeo, Internet e Filmes, Indústria, Comércio e Prestação de serviços em geral.
O público consumidor (pessoa física) não tem acesso direto à produção dos ilustradores, essa é a grande diferença em relação às Artes Plásticas. O maior problema do mercado de ilustração está intimamente ligado ao fato de a profissão de ilustrador ser completamente ignorada pelos órgãos governamentais capazes de moderar e implantar um meio legal e correto de se organizar o mercado de ilustração. Atualmente não existe nenhum modo correto, legal e comprovado para se formar um ilustrador.
Muitas vezes, qualquer pessoa que tenha feito uma faculdade de design, propaganda, artes plásticas, ou então qualquer pessoa que tenha cursado uma oficina de arte, curso de desenho ou algo parecido e até mesmo quem sempre gostou de desenhar desde a mais tenra idade, pode ser considerado ilustrador.
Em compensação, existe na outra ponta, profissionais que investem tempo e dinheiro em cursos, dentro e fora do país, (cursos esses que não são reconhecidos por aqui, pelo fato de serem muito mais completos que qualquer outro que exista em território nacional), debates e fóruns, mesmo via Internet, promovendo encontros para troca de informações, aprimoramento técnico, artístico e comercial, sem que tenham qualquer apoio governamental.
Se isso já não bastasse, temos ainda a concorrência massificante de desenhistas iniciantes, que entram para o tudo ou nada em um mercado que não oferece informação e regulamentação necessárias, oferecendo trabalhos primários e sem muita base técnica; para não falar dos prazos impossíveis de serem batidos por profissionais gabaritados, que investem parte de seu tempo na produção de pesquisas, utilizando equipamentos de ponta e investindo em trabalhos de campo, de modo a oferecer aos seus clientes algo melhor e mais fiel à realidade, mais responsável e que possa dar um retorno mais efetivo.
Por desconhecerem os valores ideais dos trabalhos que irão desenvolver, acabam apresentando custos diminutos que repercutem na estrutura profissional de ilustradores que necessitam de computadores, softwares e equipamentos eletrônicos caros, materiais para desenho, assim como papéis especiais para pinturas que na maioria das vezes são importados.
Como reflexo a todo esse processo, e por conta da insatisfação quanto ao retorno financeiro, e a dúvida quanto a eficiência da ilustração, o cliente, certamente acreditará que ilustração é um "recurso inútil, ineficiente e não merecedor de atenção. Como conseqüência, pensarão duas vezes antes de contratar novamente outro profissional da área.
O mercado atual de ilustração, prevê um futuro sombrio para os ilustradores. Muitos deles, verdadeiros mestres em seus estilos e técnicas, irão pelo processo natural de vida, morrendo ou aposentando-se e junto com eles padecerão as escolas que estes mesmos mestres representam. Simplesmente por não serem legalmente aptos a ministrar aulas, surgem outros, que mesmo não tendo atuado como profissionais, exercem o cargo e acabam por saturar o mercado com ilustradores despreparados e sem a devida base técnica.
Como os ilustradores não são reconhecidos como categoria profissional especializada, não tem condições de lutarem por seus direitos e reivindicarem garantias para a sobrevivência da categoria no futuro. Não tem condições de negociar com clientes e fornecedores, métodos de trabalho, contratação, remuneração, inserção no mercado de trabalho, classificação e qualificação profissional, reconhecimento pelo grau de desenvolvimento técnico e artístico, muito menos imaginar-se inserido na área como ilustrador.
Alguns desses ilustradores acabam sendo classificados como jornalistas, outros como artistas gráficos, outros como publicitários, sendo que em nenhum desses meios existe interesse em organizar e lutar pelos direitos dessa categoria.
Quais são as metas que os Ilustradores buscam oficialmente?
Primeiramente, Ilustrador precisa ser reconhecido como profissão e reconhecida a categoria pelo Governo Federal, para depois serem reconhecidos pelos Estados e Municípios. Depois precisa haver um trabalho sério de regulamentação da profissão, regulamentando qual deverá ser a sua formação, para que qualquer pessoa que deseje trabalhar na área possa fazê-lo através de cursos ou faculdades e dela sair tendo todos os conhecimentos básicos de desenho, pintura, composição, animação, história da arte, estilos, prática comercial e ética profissional.
Depois o profissional poderá se especializar em áreas distintas como desenho animado clássico, 3D, hiperrealismo, cartum, história em quadrinhos, ilustração publicitária, ilustração editorial, ilustração de humor, cenografia, etc.
Dentro da regulamentação o Ilustrador também vai precisar definir qual será a sua participação no mercado produtivo para que possa pagar impostos de acordo com a sua realidade e não uns pagando impostos como publicitários, outros como designers, e outros como jornalistas; como acontece atualmente.
Também haverá uma classificação especial como microempresário ou profissional liberal, para que não sofra uma sobretaxa de impostos, simplesmente porque ao abrir sua empresa não houve uma classificação muito clara e o ilustrador acabou inserido como um tipo de profissional com outra realidade que não a dele, e também para evitar que ao abrir a sua empresa ele seja classificado como algo abaixo da sua real qualificação e pague menos impostos e em contrapartida não possa prestar serviços que estão de acordo com a sua profissão mas que não estejam de acordo com a categoria que a sua empresa se encaixa.
Buscamos também uma regulamentação oficial do profissional de ilustração, assim como acontece atualmente com os profissionais da área de direito que precisam prestar um exame para que possam estar aptos a exercerem a profissão. Dessa forma, aqueles que ainda não conseguiram habilitação para exercerem a profissão de ilustrador, poderão trabalhar como assistentes ou professores, até que possam estar capacitados técnica e artisticamente a trabalharem como ilustradores.
Assim sendo, o mercado pararia de absorver pessoas sem grau técnico adequado, sendo obrigado a contratar somente profissionais que tenham domínio técnico e conheçam qual a linha de trabalho capaz de dar ao seu cliente o retorno esperado. O mercado iria ser forçado a absorver novatos da maneira correta, dando assim a devida assistência aos novatos, propiciando aos profissionais a oportunidade de ensinar a esses iniciantes através de cursos específicos para as mais diversas áreas, podendo inclusive trabalhar como professores regulamentados e legalizados, coisa que atualmente não existe.
Temos, também como meta a implantação, de um registro específico para cada ilustração produzida. O R.G.I.? Registro Geral de Ilustração ou imagem. Recurso que seria inserido no processo de escolha do profissional por parte do contratante, que seria levado a escolher um profissional qualificado para assinar seu trabalho de ilustração e teria o registro colocado obrigatoriamente no corpo peça ilustrada.
Por meio desse registro só um profissional gabaritado e orientado acerca do universo que envolve a ilustração com todos os valores insidentes e que o dignificariam para a escolha, teria o registro. Este registro seria oferecido por uma associação nacional ou órgão competente para tal. Assim sendo a ilustração seria identificada, catalogada e arquivada num banco de dados centralizado e que daria margem a um controle mais efetivo de tudo o que fosse produzido por este ou aquele profissional da área. A ilustração passaria por um controle que lhe daria maior confiabilidade. O contratante ao referir-se a ela, saberia que a partir de um número, teria como acessá-la rapidamente, facilitando todo o processo.
Essa seria uma forma de valorizar o fruto do trabalho de um profissional altamente capacitado que tem no seu trabalho uma manifestação artística que atualmente é tratada como algo menor e sem importância. Dessa forma, trabalhos já utilizados podem ser expostos, qualificando-os como obras de arte, valorizando também o cliente que a solicitou e garantindo a memória e a cultura da época em que o mesmo foi concebido.
Nós, no momento, estamos nos esforçando para que o documento possa ser mais completo conciso e conforme houverem modificações, nós informaremos.
Abaixo, o texto original:
Documento de Análise para Regulamentação e Reconhecimento da Profissão de Ilustrador no Brasil
O que é ilustração?
Ilustração é todo ofício utilizado para representar, textos, temas, idéias e conceitos, dando a estes mesmos forma, conteúdo concreto, transmitindo clima, sentimentos, sensações e acrescentando à idéia inicial a ambientação necessária para transmiti-la de maneira amplificada. Pode ser considerado ilustração, qualquer desenho, pintura, fotomontagem, montagem digital, tira de jornal, história em quadrinhos, caricatura ou retrato, desde que tenha uma função comercial específica.
O que é um ilustrador?
Ilustrador é todo artista plástico, desenhista ou artista gráfico que utiliza da ilustração como meio de vida, sendo especialista no assunto e dominador do ofício.
Qual é a origem da ilustração?
As primeiras ilustrações propriamente ditas começaram a ser produzidas no século XIX, inicialmente feitos por pintores que viram em ofícios como confecção de cartazes um meio válido para transmitir sua arte. Alguns artistas de renome fizeram ilustrações, Henri de Toulouse-Lautrec trabalhava com cartazes e foi um grande mestre na confecção de cartazes de grande retorno comercial. Claude Monet financiou seus estudos de arte trabalhando como caricaturista no início da sua carreira.
Com o advento da foto e a conseqüente arte moderna gerada como reação natural à fotografia, o meio especializado em produzir ilustrações passou a herdar todos os princípios clássicos de desenho e pintura, além de, com o tempo, também absorver todas as escolas de arte mais recentes, fazendo com que pudessem muitas vezes ser reinventadas e houvesse o cruzamento de técnicas e escolas de arte.
Atualmente a ilustração compreende desde pinturas clássicas, modernas, montagens das mais variadas formas e técnicas, desenhos que variam de minimistas a sofisticados, caricaturas, charges, vinhetas, retratos, desenhos realistas, cômicos, caricatos, hiperrealistas, arte digital, desenho animado, 3D e também a fusão desses tipos de trabalhos, gerando um sem números de estilos e aplicações diferentes.
A questão da Ilustração no Brasil
Até hoje, por incrível que pareça, nenhum governo ou órgão governamental, jamais soube da existência da ilustração como ofício, muito menos do ilustrador como profissional, embora muitos políticos já utilizaram largamente ilustração na promoção pessoal e de seus trabalhos e projetos.
No Brasil, os dois maiores mercados consumidores de ilustração são as Editoras e Agências de Propaganda, que juntas detêm mais de 50% da demanda de ilustrações feitas no país, sendo que o restante fica por conta das Produtoras de Vídeo, Internet e Filmes, Indústria, Comércio e Prestação de serviços em geral.
O público consumidor (pessoa física) não tem acesso direto à produção dos ilustradores, essa é a grande diferença em relação às Artes Plásticas. O maior problema do mercado de ilustração está intimamente ligado ao fato de a profissão de ilustrador ser completamente ignorada pelos órgãos governamentais capazes de moderar e implantar um meio legal e correto de se organizar o mercado de ilustração. Atualmente não existe nenhum modo correto, legal e comprovado para se formar um ilustrador.
Muitas vezes, qualquer pessoa que tenha feito uma faculdade de design, propaganda, artes plásticas, ou então qualquer pessoa que tenha cursado uma oficina de arte, curso de desenho ou algo parecido e até mesmo quem sempre gostou de desenhar desde a mais tenra idade, pode ser considerado ilustrador.
Em compensação, existe na outra ponta, profissionais que investem tempo e dinheiro em cursos, dentro e fora do país, (cursos esses que não são reconhecidos por aqui, pelo fato de serem muito mais completos que qualquer outro que exista em território nacional), debates e fóruns, mesmo via Internet, promovendo encontros para troca de informações, aprimoramento técnico, artístico e comercial, sem que tenham qualquer apoio governamental.
Se isso já não bastasse, temos ainda a concorrência massificante de desenhistas iniciantes, que entram para o tudo ou nada em um mercado que não oferece informação e regulamentação necessárias, oferecendo trabalhos primários e sem muita base técnica; para não falar dos prazos impossíveis de serem batidos por profissionais gabaritados, que investem parte de seu tempo na produção de pesquisas, utilizando equipamentos de ponta e investindo em trabalhos de campo, de modo a oferecer aos seus clientes algo melhor e mais fiel à realidade, mais responsável e que possa dar um retorno mais efetivo.
Por desconhecerem os valores ideais dos trabalhos que irão desenvolver, acabam apresentando custos diminutos que repercutem na estrutura profissional de ilustradores que necessitam de computadores, softwares e equipamentos eletrônicos caros, materiais para desenho, assim como papéis especiais para pinturas que na maioria das vezes são importados.
Como reflexo a todo esse processo, e por conta da insatisfação quanto ao retorno financeiro, e a dúvida quanto a eficiência da ilustração, o cliente, certamente acreditará que ilustração é um "recurso inútil, ineficiente e não merecedor de atenção. Como conseqüência, pensarão duas vezes antes de contratar novamente outro profissional da área.
O mercado atual de ilustração, prevê um futuro sombrio para os ilustradores. Muitos deles, verdadeiros mestres em seus estilos e técnicas, irão pelo processo natural de vida, morrendo ou aposentando-se e junto com eles padecerão as escolas que estes mesmos mestres representam. Simplesmente por não serem legalmente aptos a ministrar aulas, surgem outros, que mesmo não tendo atuado como profissionais, exercem o cargo e acabam por saturar o mercado com ilustradores despreparados e sem a devida base técnica.
Como os ilustradores não são reconhecidos como categoria profissional especializada, não tem condições de lutarem por seus direitos e reivindicarem garantias para a sobrevivência da categoria no futuro. Não tem condições de negociar com clientes e fornecedores, métodos de trabalho, contratação, remuneração, inserção no mercado de trabalho, classificação e qualificação profissional, reconhecimento pelo grau de desenvolvimento técnico e artístico, muito menos imaginar-se inserido na área como ilustrador.
Alguns desses ilustradores acabam sendo classificados como jornalistas, outros como artistas gráficos, outros como publicitários, sendo que em nenhum desses meios existe interesse em organizar e lutar pelos direitos dessa categoria.
Quais são as metas que os Ilustradores buscam oficialmente?
Primeiramente, Ilustrador precisa ser reconhecido como profissão e reconhecida a categoria pelo Governo Federal, para depois serem reconhecidos pelos Estados e Municípios. Depois precisa haver um trabalho sério de regulamentação da profissão, regulamentando qual deverá ser a sua formação, para que qualquer pessoa que deseje trabalhar na área possa fazê-lo através de cursos ou faculdades e dela sair tendo todos os conhecimentos básicos de desenho, pintura, composição, animação, história da arte, estilos, prática comercial e ética profissional.
Depois o profissional poderá se especializar em áreas distintas como desenho animado clássico, 3D, hiperrealismo, cartum, história em quadrinhos, ilustração publicitária, ilustração editorial, ilustração de humor, cenografia, etc.
Dentro da regulamentação o Ilustrador também vai precisar definir qual será a sua participação no mercado produtivo para que possa pagar impostos de acordo com a sua realidade e não uns pagando impostos como publicitários, outros como designers, e outros como jornalistas; como acontece atualmente.
Também haverá uma classificação especial como microempresário ou profissional liberal, para que não sofra uma sobretaxa de impostos, simplesmente porque ao abrir sua empresa não houve uma classificação muito clara e o ilustrador acabou inserido como um tipo de profissional com outra realidade que não a dele, e também para evitar que ao abrir a sua empresa ele seja classificado como algo abaixo da sua real qualificação e pague menos impostos e em contrapartida não possa prestar serviços que estão de acordo com a sua profissão mas que não estejam de acordo com a categoria que a sua empresa se encaixa.
Buscamos também uma regulamentação oficial do profissional de ilustração, assim como acontece atualmente com os profissionais da área de direito que precisam prestar um exame para que possam estar aptos a exercerem a profissão. Dessa forma, aqueles que ainda não conseguiram habilitação para exercerem a profissão de ilustrador, poderão trabalhar como assistentes ou professores, até que possam estar capacitados técnica e artisticamente a trabalharem como ilustradores.
Assim sendo, o mercado pararia de absorver pessoas sem grau técnico adequado, sendo obrigado a contratar somente profissionais que tenham domínio técnico e conheçam qual a linha de trabalho capaz de dar ao seu cliente o retorno esperado. O mercado iria ser forçado a absorver novatos da maneira correta, dando assim a devida assistência aos novatos, propiciando aos profissionais a oportunidade de ensinar a esses iniciantes através de cursos específicos para as mais diversas áreas, podendo inclusive trabalhar como professores regulamentados e legalizados, coisa que atualmente não existe.
Temos, também como meta a implantação, de um registro específico para cada ilustração produzida. O R.G.I.? Registro Geral de Ilustração ou imagem. Recurso que seria inserido no processo de escolha do profissional por parte do contratante, que seria levado a escolher um profissional qualificado para assinar seu trabalho de ilustração e teria o registro colocado obrigatoriamente no corpo peça ilustrada.
Por meio desse registro só um profissional gabaritado e orientado acerca do universo que envolve a ilustração com todos os valores insidentes e que o dignificariam para a escolha, teria o registro. Este registro seria oferecido por uma associação nacional ou órgão competente para tal. Assim sendo a ilustração seria identificada, catalogada e arquivada num banco de dados centralizado e que daria margem a um controle mais efetivo de tudo o que fosse produzido por este ou aquele profissional da área. A ilustração passaria por um controle que lhe daria maior confiabilidade. O contratante ao referir-se a ela, saberia que a partir de um número, teria como acessá-la rapidamente, facilitando todo o processo.
Essa seria uma forma de valorizar o fruto do trabalho de um profissional altamente capacitado que tem no seu trabalho uma manifestação artística que atualmente é tratada como algo menor e sem importância. Dessa forma, trabalhos já utilizados podem ser expostos, qualificando-os como obras de arte, valorizando também o cliente que a solicitou e garantindo a memória e a cultura da época em que o mesmo foi concebido.
10.4.06
Dossie - Ilustracao
Eu gostaria de, hoje postar uma mensagem na íntegra.
Essa mensagem foi postada agora à pouco no Grupo Ilustrasite e faz menção à um documento que tanto eu quanto o Ilustrador Grego redigimos a um tempo atrás e que apartir de hoje será disponoibilizado à todos.
A mensagem foi enviada em meio à assuntos acalorados envolvendo os abusos que andam acontecendo em nosaas profissão.
Segue a mensagem na íntegra:
Bom, gente durante esses dias eu não pude acompanhar todos os acontecimentos devido à pura falta de tempo.
Mas já faz um bom tempo que juntamente com alguns amigos de profissão, discutimos algum tipo de ação coletiva, embora a nossa coletividade, principalmente no que diz respeito aos profissionais devidamente estabelecidos e que detêm um percentual considerável do mercado de ilustração não se manifestam assim tão animados em levar esse tipo de discussão pra frente. Lógico quem mais tem participação no mercado receia perder sua fatia enquanto que outros nada tem a perder...
Divagações à parte, existe um documento redigido à quatro mãos e que estava até o momento de agora sem ser conhecido por todos e que tem o objetivo de ser o primeiro esforço oficial de se conseguir algo real, oficial e legalmente correto para que algum dia nós paremos de ficar no bate boca com clientes abusivos e artistas novatos sem consciência e possamos nos utilizar de mecanismos oficiais e permitidos por lei para que possamos lutar para valorizar o nosso trabalho e a nossa profissão.
Trata-se de um dossiê que eu e o Grego fizemos a mais de seis meses e que estamos tentando colocar em contato com políticos, inclusive já temos contatos em Brasília para que nós possamos entrar com uma representação legal das nossas reivindicações e somente faltava o conhecimento público e o apoio das pessoas ligadas à área para que o documento tenha validade e força política.
Me parece que este seja o momento certo para tornarmos este documento público.
Embora ele já tenha sido redigido, somente será valido com a cooperação, observação críticas e apontamentos de todos vocês.
O Dossiê se encontra disponível no meus site no Link http://www.flaviomota.com.br/dossie/
Não existe outro link direto para baixar este dossiê, mas desde já eu gostaria que todos pudessem ler, fazer suas observações, divulgar aos quatro cantos e principalmente, APOIAR a nossa iniciativa.
Mesmo que ainda existam arestas para serem aparadas, não há motivos para não nos lançarmos para uma ação efetiva e nos meios legais enquanto tantas pessoas abusam da falta de regras em nosso meio.
Quem quiser reproduzir o documento, fique à vontade, desde que cite o documento e questão e não edite ou acrescente conteúdo ao que já existe.
Caso queiram discutir pontos, acrescentar, retirar questões ou complementar o que já existe, eu gostaria de deixar aqui o meu canal de comunicação aberto com todos.
Estamos sim, querendo a participação e discussão entre todos e dispostos à entrar nessa briga pra ganhar.
Gostaria de agradecer ao Montalvo pelo espaço cedido, ele já estava a algum tempo sabendo das nossas intenções e só aguardávamos o momento oportuno.
A quem não concorda com o que estamos tentando fazer eu só posso dizer que eu prefiro fazer algo do que ficar o resto da vida vendo tudo de ruim acontecer sem ao menos TENTAR acertar.
Se alguém acha que o certo é fazer diferente, por favor, FAÇA. Eu mesmo farei questão de apoiar toda e qualquer iniciativa de conquistar um espaço e um futuro melhor para todos.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
http://www.flaviomota.com.br
http://ph0bia.blogspot.com
ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
Essa mensagem foi postada agora à pouco no Grupo Ilustrasite e faz menção à um documento que tanto eu quanto o Ilustrador Grego redigimos a um tempo atrás e que apartir de hoje será disponoibilizado à todos.
A mensagem foi enviada em meio à assuntos acalorados envolvendo os abusos que andam acontecendo em nosaas profissão.
Segue a mensagem na íntegra:
Bom, gente durante esses dias eu não pude acompanhar todos os acontecimentos devido à pura falta de tempo.
Mas já faz um bom tempo que juntamente com alguns amigos de profissão, discutimos algum tipo de ação coletiva, embora a nossa coletividade, principalmente no que diz respeito aos profissionais devidamente estabelecidos e que detêm um percentual considerável do mercado de ilustração não se manifestam assim tão animados em levar esse tipo de discussão pra frente. Lógico quem mais tem participação no mercado receia perder sua fatia enquanto que outros nada tem a perder...
Divagações à parte, existe um documento redigido à quatro mãos e que estava até o momento de agora sem ser conhecido por todos e que tem o objetivo de ser o primeiro esforço oficial de se conseguir algo real, oficial e legalmente correto para que algum dia nós paremos de ficar no bate boca com clientes abusivos e artistas novatos sem consciência e possamos nos utilizar de mecanismos oficiais e permitidos por lei para que possamos lutar para valorizar o nosso trabalho e a nossa profissão.
Trata-se de um dossiê que eu e o Grego fizemos a mais de seis meses e que estamos tentando colocar em contato com políticos, inclusive já temos contatos em Brasília para que nós possamos entrar com uma representação legal das nossas reivindicações e somente faltava o conhecimento público e o apoio das pessoas ligadas à área para que o documento tenha validade e força política.
Me parece que este seja o momento certo para tornarmos este documento público.
Embora ele já tenha sido redigido, somente será valido com a cooperação, observação críticas e apontamentos de todos vocês.
O Dossiê se encontra disponível no meus site no Link http://www.flaviomota.com.br/dossie/
Não existe outro link direto para baixar este dossiê, mas desde já eu gostaria que todos pudessem ler, fazer suas observações, divulgar aos quatro cantos e principalmente, APOIAR a nossa iniciativa.
Mesmo que ainda existam arestas para serem aparadas, não há motivos para não nos lançarmos para uma ação efetiva e nos meios legais enquanto tantas pessoas abusam da falta de regras em nosso meio.
Quem quiser reproduzir o documento, fique à vontade, desde que cite o documento e questão e não edite ou acrescente conteúdo ao que já existe.
Caso queiram discutir pontos, acrescentar, retirar questões ou complementar o que já existe, eu gostaria de deixar aqui o meu canal de comunicação aberto com todos.
Estamos sim, querendo a participação e discussão entre todos e dispostos à entrar nessa briga pra ganhar.
Gostaria de agradecer ao Montalvo pelo espaço cedido, ele já estava a algum tempo sabendo das nossas intenções e só aguardávamos o momento oportuno.
A quem não concorda com o que estamos tentando fazer eu só posso dizer que eu prefiro fazer algo do que ficar o resto da vida vendo tudo de ruim acontecer sem ao menos TENTAR acertar.
Se alguém acha que o certo é fazer diferente, por favor, FAÇA. Eu mesmo farei questão de apoiar toda e qualquer iniciativa de conquistar um espaço e um futuro melhor para todos.
[]'s
Flavio Roberto Mota
Ilustrador
11 3276 2956
11 8357 6856
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ICQ 61641833
AIM flaviormota
MSN flaviormota@hotmail.com
21.3.06
Novas questoes em analise - Velhas questoes na cabeca
Eu gostaria de explicar à pessoas que quando eu posto uma mensagem com um certo caráter informativo, com a intenção de esclarecer e de muitas vezes orientar a consciência e a formação de novatos e pessoas que se encontram perdidas e necessitada de uma "luz" para se encontrar no mercado, eu estou lidando com uma coisa que exige uma responsabilidade imensa, responsabilidade essa que eu rogo à Deus que tenha pelo menos um pouco, porque dependendo da forma como escrevemos e do sentido que damos a uma questão podemos fazer com que essas pessoas simplesmente percam as esperanças com as profissões que tanto sonham em ter, ou então pode fazer com que essas pessoas tenham uma visão deturpada da realidade, ou então, até mesmo uma visão perdedora e derrotista. A comunicação é uma arma. Se bem utilizada, poderá levandar a moral e a auto confiança de muita gente.
Pessoalmente, eu acredito que a diferença entre ganhar e perder está em acreditar que é possível. A maioria das coisas que existem no mundo simplesmente existem da forma como existem porque algum dia alguém pensouque seria possível que algo fosse de uma determinada maneira e fez com que isso acontecesse, então todos à sua volta adotaram aquilo como verdade e como padrão.
Tudo o que existe, um dia foi imaginado para depois ser criado.
Muitas das coisas que não existem, simplesmente não existem porque ninguém é capaz de acreditar naquilo. E isso se torna um paradigma. Uma hora ninguém mais ousa sequer sonhar nos seus mais loucos devaneios que tal coisa algum dia possa acontecer.
Quando nós expomos nossos pontos de vistas, na maioria das vezes nós estamos seguindo esse princípio mesmo que inconscientemente. Muitas vezes fazemos não só inconscientemente, como também inconseqüentemente.
É justamente por isso que, pelo menos eu, no papel que é me dado ter de pessoa que tem capacidade e liberdade de expor minhas idéias, conceitos e razões, me recuso a defender coisas como a não necessidade de estudo, empenho, dedicação. Eu me recuso acreditar que somente o talento basta para ser profissional, eu me recuso a fazer com que da minha boca ou das minhas palavras saiam frases como: isso é pra ser somente um Hobby, eu me recuso a matar o sonho de vida de qualquer pessoa, eu me recuso a acreditar que quando todos cobram tão pouco pelo seu trabalho o negócio é se ajustar a essa novidade, fazendo trabalhos mais rápidos, descartáveis, inúteis, de qualidade cada vez pior; só pra que eu seja competitivo, porque aí eu posso ganhar pelo volume, pelo volume de porcaria, e não pela qualidade, não pela especialização.
E por que eu me recuso a agir dessa maneira? Porque eu não acredito em nada disso que eu acabei de citar. Só que eu acredito em L.E.R. E também porque existe dentro de mim a consciência que o se algo não é bom pra mim, não é bom e tampouco desejável pra qualquer pessoa, por mais indigna ou mau caráter que uma pessoa possa ser. Porque eu sei que a única conquista é aquela que é compartilhada por todos. É porque eu tenho uma consciência que vai me cobrar se, por acaso, em algum momento da minha vida, eu acabar orientando errado alguém que esteja perdido no meio do caminho e, por minha responsabilidade essa má orientação levar essa pessoa a ser um profissional de caráter e moral duvidosa, ou se essa pessoa for um profissional derrotado. Eu prefiro encostar a cabeça do meu travesseiro e dormir o sono dos justos.
Mesmo se eu souber que orientando errado ou não orientando ninguém, a chance de não sofrer a concorrência desse novatos pode ser maior, assim eu poderia garantir o meu ganha pão com mais facilidade. Eu ainda optarei em orientar uma pessoa, da melhor forma que eu puder fazer.
É que, dentre outras coisas, eu já descobri que até mesmo os profissionais que estão no mercado atordoados, sem norte e que não conhecem o valor do que faz e nem o potencial que tem nas mãos, um dia também irão competir comigo, oferecendo um trabalho algumas vezes inferior, mas com certeza muuuito inferior no valor cobrado, e aí, quem será prejudicado serei eu. Só que, se isso acontecer, talvez seja tarde demais pra querer tomar uma atitude qualquer.
Mesmo no que diz respeito à qualidade do que se faz, eu prefiro mil vezes orientar para que os iniciantes estejam bem pautados e se desenvolvam em cima de técnicas e princípios excelentes podendo sofrer a concorrência de novatos feras do que ver que eu sofro a concorrência de novatos que tem um trabalho sofrível, igual a outros tantos iniciantes sofríveis, que nunca foram bem orientados e que infestaram o mercado de tal jeito, que grande parte dos nosso clientes começam a achar que esse tipo de trabalho capenga é o normal, é o certo, e que por total falta de costume com trabalho de qualidade prefere não te chamar.
Isso é só um ponto no todo. É somente uma das questões. mesmo porque eu vejo que existem inúmeros pontos que precisam ser analisados com o máximo de cuidado e com o máximo de carinho. E volto a insistir que a gente precisa muitas vezes quebrar paradigmas para que um dia, um ilustrador possa ter um futuro e um mercado digno.
Uma questão que deve ser bem entendida e se encaixa nisso tudo, por exemploé referente à questão que a meu ver deve ser muito bem estudada e analisada para que nós possamos nos encorajar e tomar atitudes seguindo caminhos mais firmes, mesmo que esses caminhos estejam sendo pouco usados atualmente.
Uma das questões é:"Pra que serve ilustração?"
Pode parecer que essa questão seja uma coisa meio fora de contexto, até meio absurda para quem não esteja atento, só que pra mim, essa questão tem uma importância imensa, poderia dizer que fundamental.
Antes de ser ilustrador, cada um de nós tem a obrigação de saber qual é a utilidade de uma ilustração. Eu explico melhor, e com uma pergunta: Como é que alguém pode ter condições de se sentir confortável, útil e verdadeiro como ilustrador se na sua cabeça puder passar uma dúvida como essa? Entendam que fica muito difícil querer lutar com concorrência desleal, CCDA desleal, cliente picareta se qualquer um de nós sequer consegue sentir firmeza que seu trabalho tem uma utilidade.
Na verdade, ilustração serve pra tudo. E quanto mais utilidade nós conseguimos imaginar, mais útil será a ilustração.
Vocês percebem que aí se encontra um paradigma? A partir do momento em que nós descobrirmos as utilidades de uma ilustração, criaremos um novo nicho de mercado, uma nova necessidade, um novo caminho.
É a mesma coisa comparando com o mercado de telefonia. Nos anos oitenta não existia telefone celular. Quem estivesse na rua e precisasse ligar pra alguém ia até um telefone público e se virava. Se tivesse que falar com alguém que estivesse na rua, paciência, não falava. De repente inventaram o aparelho de telefone celular. Hoje em dia quem estiver na rua e precisar falar com outra pessoa que esteja na rua não terá muitas dificuldades. Só que nos anos oitenta ninguém se desesperava porque não havia como falar com quem estivesse na rua. E hoje em dia quando a gente liga pro celular de alguém e cai na caixa postal a gente fica que só falta subir pelas paredes.
E quando não existia e-mail e não havia Internet? Para escrever todo mundo utilizava a boa e velha carta. Tinha que escrever, depois envelopar, depois selar, levar no correio e em alguns dias chegava ao destinatário. Hoje clica-se num botãozinho "send" e dali a dez minutos uma mensagem pode chegar ao mesmo tempo para vários membros de uma lista de discussão. Eu mesmo, se tiver de esperar alguns dias para que essa minha mensagem seja postada, irei me descabelar...
Isso significa que a utilidade de uma ilustração depende de nós, pode ser para livros, revistas, cadernos, bloquinhos de anotação, agenda, estampa de camiseta, boné, calça, rótulo de cerveja, refrigerante, água, pasta de dente, anúncio de revista, jornal, outdoor, desenho animado, pra decorar caderninho de criança, pra decorar trabalho escolar, pra calendário de parede, de mesa, pra decorar aparelho de celular, computador, pra passar no cinema, vídeo, televisão, pra decorar quarto de criança, festa de criança,
quanto de adolescente, festa de adolescente, quarto de adulto, festa de adulto, serve pra decorar bolo, cesta, vaso, mesa, serve para enfeitar chaveiro, lápis, tênis, serve pra fazer tatuagem, pra fazer decalque, serve pra fazer cartão telefônico, cartão de visita, cartão postal, cartão de Natal, cartão de crédito, serve pra virar quadro, mural, vitrine de loja, serve pra tanta coisa....
Talvez o maior defeito do ilustrador e o que é mais necessário na sua formação, pelo menos atualmente é uma visão mais objetiva do seu trabalho inserido no mundo em que vivemos. Por conta de uma série de clientes picaretas e mal intencionados, nós compramos a idéia de que nosso trabalho é uma coisa menor, de que ilustração não é arte, de que qualquer um vive sem ilustração. Será que isso é verdade?
Se fosse assim, não haveria como o trânsito de uma cidade ou de uma estrada ser minimamente civilizado, ou vocês acham que essas placa de trânsito contém o que nela? Se fosse assim dirigir seria um problema sem solução, ninguém poderia saber se seu carro tem problema na bomba injetora, ou no motor, ou se alguma porta do carro está aberta, ou se tem gasolina no carro. porque todas as sinalizações de um carro são na base da ilustração.
Se fosse assim, não iria adiantar nada eu escrever todo esse texto, porque ninguém saberia ler, aliás eu mesmo não saberia nem escrever porque todo mundo foi alfabetizado graças as ilustrações dos livros didáticos.
Quanto a agregar valor, eu acho que uma ilustração é o primeiro recurso para se agregarvalor que existe. Um livro como "O código da Vinci" vende porque seu nome
hoje em dia é um diferencial(sem contar que o livro é sobre pintura, que na sua época tinha a mesma função que a ilustração tem atualmente), ele não precisa de ilustração. Mas se for um livro qualquer, com um título qualquer, só vai vender se tiver uma capa convincente, e é muuuito mais fácil fazer uma capa convincente com ilustração do que com foto ou "all type" e quanto melhor for a ilustração, melhor será a capa. Com uma foto o mesmo resultado se consegue somente com uma foto que seja tão boa, mas tão boa, que pareça uma ilustração. E olha que só estamos falando de capa de livro. Lembre-se das capas de álbuns mais marcantes que você já viu na sua vida. Eu tenho certeza absoluta que a maioria das capas que você conseguir se lembrar foram ilustradas, isso sem contar nas que não foram ilustradas mas contêm fotos de peças ilustradas.
Outra coisa que precisamos começar a compreender é que vendemos essencialmente a utilização de uma ilustração. Quem quiser comprar uma ilustração pra si, como um patrimônio, aí o assunto é outro. Essa opção somente é real se por acaso algum de nós pintarmos um quadro pra que um cliente pendure na parede. Como geralmente nós fazemos uma ilustração para ela ser utilizada comercialmente, ninguém vende a ilustração, mas a sua utilização. Quem não faz isso está perdendo dinheiro está queimando dinheiro ou jogando dinheiro pela janela. Resumindo, é coisa de maluco!
Se o seu cliente não compreender isso, então você poderá fazer um orçamento levando em conta que você está vendendo a ilustração pro cliente fazer com ela o que bem entender, pendurar na parede, esconder atrás do armário ou costurar na fronha do travesseiro. Só que o valor será beeeeem maior, sem contar que não vai dar ao cliente o direito dele utilizar aquela ilustração comercialmente. Uma coisa é utilização comercial, outra coisa é utilização doméstica.
Cliente que não pensa assim, não pensa por culpa dos ilustradores que sempre trabalharam com ele. Se o cliente nunca trabalhou com um ilustrador, então você pode, deve e vai conseguir transmitir ao seu cliente que o que ele compra é a utilização da ilustração e não a ilustração em si.
Se mesmo assim o cliente reclamar, bater o pé e te xingar de malandro e falar que você está se aproveitando dele, então, sinceramente abra mão do cliente porque isso não é cliente, é encrenca.
Quanto a questão do que é ilustração, talvez seja melhor cada um pensar nisso com seus botões porque corremos o risco de discutir o sexo dos anjos, o que não vai ser muito proveitoso. Ilustrador que não sabe o que é ilustração, não é ilustrador.
Quanto a outra questão de que o cliente nunca irá se conscientizar, lembre-se da história do paradigma. Isso é outro paradigma. Desistir de tentar a conscientização é somente uma forma de perpetuar o paradigma. Se acreditarmos que o trabalho de conscientização dos clientes é um caminho válido e precioso (eu acredito nisso, o trabalho do ilustrador para valorizar seu mercado deve ser feito em várias frentes) começaremos a desenvolver métodos para conscientizá-los, mecanismos para isso se realizar com eficiência e entre a nossa situação atual e um mercado consciente, será tudo somente uma questão de tempo.
Vocês já se perguntaram porque um clipart é tão ruim? Porque é grátis e porque paga a quem o cria uma merreca. Se algum dia alguém criar um banco de cliparts pago, vai poder remunerar bem quem o fizer, que por sua vez poderá fazer um trabalho melhor. Enquanto isso não acontecer, só vai sofrer com clipart quem acredita que pra se adaptar aos novos tempo temos que cobrar baratinha, fazer trabalhos cada vez mais simples e mais chutado pra ganhar no volume. Justamente porque essa é a filosofia do clipart e não da ilustração de verdade.
Ah, antes que eu me esqueça, minha crítica quanto à adaptação é referente à idéia de somente aproveitar a correnteza pra ganhar dinheiro da maneira como o mercado atual, que não é nenhum pouco próximo do ideal, e contribuir passivamente para o agravamento da situação.
Tem mais, ilustração hoje em dia não é luxo, está mais pra lixo, mesmo! Ilustração tá começando a ter valores em patamar de produção industrial, sendo que a sua produção é artesanal e extremamente especializada. Isso significa que ou o mercado volta para encaixar a ilustração no padrão que é o natural dela, ou todos nós morreremos de fome mesmo. Aí, Ilustração voltará a ser luxo, porque al'me de ser o que ela naturalmente é, não haverá quem a faça.
Quando eu brigo dizendo que o caminho é o da especialização, da qualidade e da valorização da ilustração é porque temos parâmetros para afirmar tal coisa.
Os nosso parâmetros, como todo país em desenvolvimento são os países desenvolvidos que já superaram muitos dos problemas que passamos, embora encontrem outros que infelismente nós já temos só que como a base já foi resolvida, eles vêem a situação com mais clareza.
Em países da Europa e nos Estados Unidos, o ilustrador não corre nenhum risco entrar em extinção como há no Brasil. Lá, os ilustradores são bem pagos, ilustração tem valor, status de arte, todo mundo conhece, todo mundo gosta. Todos os estilos são valorizados, até mesmos aqueles que no Brasil muito sacanamente se comenta que já não se faz mais por aí.
Quem faz quadrinhos é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz Editorial é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz arte final em propaganda é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz layout é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Agora no Brasil os tempos são outros? Não é assim que todo mundo ouve falar por aí? Que raios de tempos são esses? Será que o Brasil está numa outra dimensão e eu não to sabendo?
Vejam vocês o próprio exemplo do mercado de moda. Quando eu era criança o centro da moda no mundo era Paris e todo mundo só copiava, aí Nova York também virou um centro de moda, depois Milão, Tókio. Nesse tempo todo o Brasil era a porcaria ao cubo, um país sem o mínimo talento pra moda, ninguém acreditava que o Brasil teria algum tipo de destaque na moda, nem que fosse só um dedinho. Lembram do paradigma? O que o pessoal via o Clodovil ou o Dener fazer parecia uma coisa que nunca daria em nada aqui, mesmo porque era uma mera cópia da moda européia.
Hoje em dia, olha o mercado de moda do Brasil se impondo e conquistando o seu espaço no mundo, com um mercado produtivo, criativo, com demanda, importância e com um futuro brilhante pela frente.
O que impede os ilustradores de conquistarem seu espaço e a sua importância é que nós, infelismente damos muito valor aos paradigmas, ao invés de simplesmente realizarmos as coisas que são necessárias.
Agora, entendam uma coisa, a fotografia tem o seu papel, os artistas gráficos tem o seu papel, os artistas plásticos tem o seu papel o os ilustradores tem o seu papel. Nunca a fotografia irá substituir a ilustração, assim como nunca a ilustração irá substituir a fotografia. Existe um ponto em que as duas coisas se tocam e a briga fica boa para ambos mas fotografia é uma coisa, ilustração é outra, assim como artista gráfico faz uma coisa e ilustrador faz outra.
Seria a mesma coisa que dizer que o DVD vai acabar com o mercado fonográfico, porque num DVD você pode colocar um filme e a sua trilha sonora junto e ninguém mais irá querer comprar um CD.
O mercado nosso está uma bagunça, fruto de anos e anos de descuido por parte de nós mesmos. Agora, cabe a nós limparmos o nosso lugar de trabalho, arrumarmos a casa, sermos organizados para destruir os paradigmas, aqueles que nós criamos e aqueles que os nossos clientes criaram pra nós e que nós aceitamos.
Eu só peço uma coisa, não vamos esperar a nossa profissão se extinguir, se no mundo inteiro ela vive, e vive bem, não existe um único motivo para que aqui seja diferente.
Pessoalmente, eu acredito que a diferença entre ganhar e perder está em acreditar que é possível. A maioria das coisas que existem no mundo simplesmente existem da forma como existem porque algum dia alguém pensouque seria possível que algo fosse de uma determinada maneira e fez com que isso acontecesse, então todos à sua volta adotaram aquilo como verdade e como padrão.
Tudo o que existe, um dia foi imaginado para depois ser criado.
Muitas das coisas que não existem, simplesmente não existem porque ninguém é capaz de acreditar naquilo. E isso se torna um paradigma. Uma hora ninguém mais ousa sequer sonhar nos seus mais loucos devaneios que tal coisa algum dia possa acontecer.
Quando nós expomos nossos pontos de vistas, na maioria das vezes nós estamos seguindo esse princípio mesmo que inconscientemente. Muitas vezes fazemos não só inconscientemente, como também inconseqüentemente.
É justamente por isso que, pelo menos eu, no papel que é me dado ter de pessoa que tem capacidade e liberdade de expor minhas idéias, conceitos e razões, me recuso a defender coisas como a não necessidade de estudo, empenho, dedicação. Eu me recuso acreditar que somente o talento basta para ser profissional, eu me recuso a fazer com que da minha boca ou das minhas palavras saiam frases como: isso é pra ser somente um Hobby, eu me recuso a matar o sonho de vida de qualquer pessoa, eu me recuso a acreditar que quando todos cobram tão pouco pelo seu trabalho o negócio é se ajustar a essa novidade, fazendo trabalhos mais rápidos, descartáveis, inúteis, de qualidade cada vez pior; só pra que eu seja competitivo, porque aí eu posso ganhar pelo volume, pelo volume de porcaria, e não pela qualidade, não pela especialização.
E por que eu me recuso a agir dessa maneira? Porque eu não acredito em nada disso que eu acabei de citar. Só que eu acredito em L.E.R. E também porque existe dentro de mim a consciência que o se algo não é bom pra mim, não é bom e tampouco desejável pra qualquer pessoa, por mais indigna ou mau caráter que uma pessoa possa ser. Porque eu sei que a única conquista é aquela que é compartilhada por todos. É porque eu tenho uma consciência que vai me cobrar se, por acaso, em algum momento da minha vida, eu acabar orientando errado alguém que esteja perdido no meio do caminho e, por minha responsabilidade essa má orientação levar essa pessoa a ser um profissional de caráter e moral duvidosa, ou se essa pessoa for um profissional derrotado. Eu prefiro encostar a cabeça do meu travesseiro e dormir o sono dos justos.
Mesmo se eu souber que orientando errado ou não orientando ninguém, a chance de não sofrer a concorrência desse novatos pode ser maior, assim eu poderia garantir o meu ganha pão com mais facilidade. Eu ainda optarei em orientar uma pessoa, da melhor forma que eu puder fazer.
É que, dentre outras coisas, eu já descobri que até mesmo os profissionais que estão no mercado atordoados, sem norte e que não conhecem o valor do que faz e nem o potencial que tem nas mãos, um dia também irão competir comigo, oferecendo um trabalho algumas vezes inferior, mas com certeza muuuito inferior no valor cobrado, e aí, quem será prejudicado serei eu. Só que, se isso acontecer, talvez seja tarde demais pra querer tomar uma atitude qualquer.
Mesmo no que diz respeito à qualidade do que se faz, eu prefiro mil vezes orientar para que os iniciantes estejam bem pautados e se desenvolvam em cima de técnicas e princípios excelentes podendo sofrer a concorrência de novatos feras do que ver que eu sofro a concorrência de novatos que tem um trabalho sofrível, igual a outros tantos iniciantes sofríveis, que nunca foram bem orientados e que infestaram o mercado de tal jeito, que grande parte dos nosso clientes começam a achar que esse tipo de trabalho capenga é o normal, é o certo, e que por total falta de costume com trabalho de qualidade prefere não te chamar.
Isso é só um ponto no todo. É somente uma das questões. mesmo porque eu vejo que existem inúmeros pontos que precisam ser analisados com o máximo de cuidado e com o máximo de carinho. E volto a insistir que a gente precisa muitas vezes quebrar paradigmas para que um dia, um ilustrador possa ter um futuro e um mercado digno.
Uma questão que deve ser bem entendida e se encaixa nisso tudo, por exemploé referente à questão que a meu ver deve ser muito bem estudada e analisada para que nós possamos nos encorajar e tomar atitudes seguindo caminhos mais firmes, mesmo que esses caminhos estejam sendo pouco usados atualmente.
Uma das questões é:"Pra que serve ilustração?"
Pode parecer que essa questão seja uma coisa meio fora de contexto, até meio absurda para quem não esteja atento, só que pra mim, essa questão tem uma importância imensa, poderia dizer que fundamental.
Antes de ser ilustrador, cada um de nós tem a obrigação de saber qual é a utilidade de uma ilustração. Eu explico melhor, e com uma pergunta: Como é que alguém pode ter condições de se sentir confortável, útil e verdadeiro como ilustrador se na sua cabeça puder passar uma dúvida como essa? Entendam que fica muito difícil querer lutar com concorrência desleal, CCDA desleal, cliente picareta se qualquer um de nós sequer consegue sentir firmeza que seu trabalho tem uma utilidade.
Na verdade, ilustração serve pra tudo. E quanto mais utilidade nós conseguimos imaginar, mais útil será a ilustração.
Vocês percebem que aí se encontra um paradigma? A partir do momento em que nós descobrirmos as utilidades de uma ilustração, criaremos um novo nicho de mercado, uma nova necessidade, um novo caminho.
É a mesma coisa comparando com o mercado de telefonia. Nos anos oitenta não existia telefone celular. Quem estivesse na rua e precisasse ligar pra alguém ia até um telefone público e se virava. Se tivesse que falar com alguém que estivesse na rua, paciência, não falava. De repente inventaram o aparelho de telefone celular. Hoje em dia quem estiver na rua e precisar falar com outra pessoa que esteja na rua não terá muitas dificuldades. Só que nos anos oitenta ninguém se desesperava porque não havia como falar com quem estivesse na rua. E hoje em dia quando a gente liga pro celular de alguém e cai na caixa postal a gente fica que só falta subir pelas paredes.
E quando não existia e-mail e não havia Internet? Para escrever todo mundo utilizava a boa e velha carta. Tinha que escrever, depois envelopar, depois selar, levar no correio e em alguns dias chegava ao destinatário. Hoje clica-se num botãozinho "send" e dali a dez minutos uma mensagem pode chegar ao mesmo tempo para vários membros de uma lista de discussão. Eu mesmo, se tiver de esperar alguns dias para que essa minha mensagem seja postada, irei me descabelar...
Isso significa que a utilidade de uma ilustração depende de nós, pode ser para livros, revistas, cadernos, bloquinhos de anotação, agenda, estampa de camiseta, boné, calça, rótulo de cerveja, refrigerante, água, pasta de dente, anúncio de revista, jornal, outdoor, desenho animado, pra decorar caderninho de criança, pra decorar trabalho escolar, pra calendário de parede, de mesa, pra decorar aparelho de celular, computador, pra passar no cinema, vídeo, televisão, pra decorar quarto de criança, festa de criança,
quanto de adolescente, festa de adolescente, quarto de adulto, festa de adulto, serve pra decorar bolo, cesta, vaso, mesa, serve para enfeitar chaveiro, lápis, tênis, serve pra fazer tatuagem, pra fazer decalque, serve pra fazer cartão telefônico, cartão de visita, cartão postal, cartão de Natal, cartão de crédito, serve pra virar quadro, mural, vitrine de loja, serve pra tanta coisa....
Talvez o maior defeito do ilustrador e o que é mais necessário na sua formação, pelo menos atualmente é uma visão mais objetiva do seu trabalho inserido no mundo em que vivemos. Por conta de uma série de clientes picaretas e mal intencionados, nós compramos a idéia de que nosso trabalho é uma coisa menor, de que ilustração não é arte, de que qualquer um vive sem ilustração. Será que isso é verdade?
Se fosse assim, não haveria como o trânsito de uma cidade ou de uma estrada ser minimamente civilizado, ou vocês acham que essas placa de trânsito contém o que nela? Se fosse assim dirigir seria um problema sem solução, ninguém poderia saber se seu carro tem problema na bomba injetora, ou no motor, ou se alguma porta do carro está aberta, ou se tem gasolina no carro. porque todas as sinalizações de um carro são na base da ilustração.
Se fosse assim, não iria adiantar nada eu escrever todo esse texto, porque ninguém saberia ler, aliás eu mesmo não saberia nem escrever porque todo mundo foi alfabetizado graças as ilustrações dos livros didáticos.
Quanto a agregar valor, eu acho que uma ilustração é o primeiro recurso para se agregarvalor que existe. Um livro como "O código da Vinci" vende porque seu nome
hoje em dia é um diferencial(sem contar que o livro é sobre pintura, que na sua época tinha a mesma função que a ilustração tem atualmente), ele não precisa de ilustração. Mas se for um livro qualquer, com um título qualquer, só vai vender se tiver uma capa convincente, e é muuuito mais fácil fazer uma capa convincente com ilustração do que com foto ou "all type" e quanto melhor for a ilustração, melhor será a capa. Com uma foto o mesmo resultado se consegue somente com uma foto que seja tão boa, mas tão boa, que pareça uma ilustração. E olha que só estamos falando de capa de livro. Lembre-se das capas de álbuns mais marcantes que você já viu na sua vida. Eu tenho certeza absoluta que a maioria das capas que você conseguir se lembrar foram ilustradas, isso sem contar nas que não foram ilustradas mas contêm fotos de peças ilustradas.
Outra coisa que precisamos começar a compreender é que vendemos essencialmente a utilização de uma ilustração. Quem quiser comprar uma ilustração pra si, como um patrimônio, aí o assunto é outro. Essa opção somente é real se por acaso algum de nós pintarmos um quadro pra que um cliente pendure na parede. Como geralmente nós fazemos uma ilustração para ela ser utilizada comercialmente, ninguém vende a ilustração, mas a sua utilização. Quem não faz isso está perdendo dinheiro está queimando dinheiro ou jogando dinheiro pela janela. Resumindo, é coisa de maluco!
Se o seu cliente não compreender isso, então você poderá fazer um orçamento levando em conta que você está vendendo a ilustração pro cliente fazer com ela o que bem entender, pendurar na parede, esconder atrás do armário ou costurar na fronha do travesseiro. Só que o valor será beeeeem maior, sem contar que não vai dar ao cliente o direito dele utilizar aquela ilustração comercialmente. Uma coisa é utilização comercial, outra coisa é utilização doméstica.
Cliente que não pensa assim, não pensa por culpa dos ilustradores que sempre trabalharam com ele. Se o cliente nunca trabalhou com um ilustrador, então você pode, deve e vai conseguir transmitir ao seu cliente que o que ele compra é a utilização da ilustração e não a ilustração em si.
Se mesmo assim o cliente reclamar, bater o pé e te xingar de malandro e falar que você está se aproveitando dele, então, sinceramente abra mão do cliente porque isso não é cliente, é encrenca.
Quanto a questão do que é ilustração, talvez seja melhor cada um pensar nisso com seus botões porque corremos o risco de discutir o sexo dos anjos, o que não vai ser muito proveitoso. Ilustrador que não sabe o que é ilustração, não é ilustrador.
Quanto a outra questão de que o cliente nunca irá se conscientizar, lembre-se da história do paradigma. Isso é outro paradigma. Desistir de tentar a conscientização é somente uma forma de perpetuar o paradigma. Se acreditarmos que o trabalho de conscientização dos clientes é um caminho válido e precioso (eu acredito nisso, o trabalho do ilustrador para valorizar seu mercado deve ser feito em várias frentes) começaremos a desenvolver métodos para conscientizá-los, mecanismos para isso se realizar com eficiência e entre a nossa situação atual e um mercado consciente, será tudo somente uma questão de tempo.
Vocês já se perguntaram porque um clipart é tão ruim? Porque é grátis e porque paga a quem o cria uma merreca. Se algum dia alguém criar um banco de cliparts pago, vai poder remunerar bem quem o fizer, que por sua vez poderá fazer um trabalho melhor. Enquanto isso não acontecer, só vai sofrer com clipart quem acredita que pra se adaptar aos novos tempo temos que cobrar baratinha, fazer trabalhos cada vez mais simples e mais chutado pra ganhar no volume. Justamente porque essa é a filosofia do clipart e não da ilustração de verdade.
Ah, antes que eu me esqueça, minha crítica quanto à adaptação é referente à idéia de somente aproveitar a correnteza pra ganhar dinheiro da maneira como o mercado atual, que não é nenhum pouco próximo do ideal, e contribuir passivamente para o agravamento da situação.
Tem mais, ilustração hoje em dia não é luxo, está mais pra lixo, mesmo! Ilustração tá começando a ter valores em patamar de produção industrial, sendo que a sua produção é artesanal e extremamente especializada. Isso significa que ou o mercado volta para encaixar a ilustração no padrão que é o natural dela, ou todos nós morreremos de fome mesmo. Aí, Ilustração voltará a ser luxo, porque al'me de ser o que ela naturalmente é, não haverá quem a faça.
Quando eu brigo dizendo que o caminho é o da especialização, da qualidade e da valorização da ilustração é porque temos parâmetros para afirmar tal coisa.
Os nosso parâmetros, como todo país em desenvolvimento são os países desenvolvidos que já superaram muitos dos problemas que passamos, embora encontrem outros que infelismente nós já temos só que como a base já foi resolvida, eles vêem a situação com mais clareza.
Em países da Europa e nos Estados Unidos, o ilustrador não corre nenhum risco entrar em extinção como há no Brasil. Lá, os ilustradores são bem pagos, ilustração tem valor, status de arte, todo mundo conhece, todo mundo gosta. Todos os estilos são valorizados, até mesmos aqueles que no Brasil muito sacanamente se comenta que já não se faz mais por aí.
Quem faz quadrinhos é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz Editorial é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz arte final em propaganda é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Quem faz layout é reconhecido, é bem sucedido, ganha bem, tem público consumidor e mercado e tem mercado pra tudo quanto é tipo de estilo.
Agora no Brasil os tempos são outros? Não é assim que todo mundo ouve falar por aí? Que raios de tempos são esses? Será que o Brasil está numa outra dimensão e eu não to sabendo?
Vejam vocês o próprio exemplo do mercado de moda. Quando eu era criança o centro da moda no mundo era Paris e todo mundo só copiava, aí Nova York também virou um centro de moda, depois Milão, Tókio. Nesse tempo todo o Brasil era a porcaria ao cubo, um país sem o mínimo talento pra moda, ninguém acreditava que o Brasil teria algum tipo de destaque na moda, nem que fosse só um dedinho. Lembram do paradigma? O que o pessoal via o Clodovil ou o Dener fazer parecia uma coisa que nunca daria em nada aqui, mesmo porque era uma mera cópia da moda européia.
Hoje em dia, olha o mercado de moda do Brasil se impondo e conquistando o seu espaço no mundo, com um mercado produtivo, criativo, com demanda, importância e com um futuro brilhante pela frente.
O que impede os ilustradores de conquistarem seu espaço e a sua importância é que nós, infelismente damos muito valor aos paradigmas, ao invés de simplesmente realizarmos as coisas que são necessárias.
Agora, entendam uma coisa, a fotografia tem o seu papel, os artistas gráficos tem o seu papel, os artistas plásticos tem o seu papel o os ilustradores tem o seu papel. Nunca a fotografia irá substituir a ilustração, assim como nunca a ilustração irá substituir a fotografia. Existe um ponto em que as duas coisas se tocam e a briga fica boa para ambos mas fotografia é uma coisa, ilustração é outra, assim como artista gráfico faz uma coisa e ilustrador faz outra.
Seria a mesma coisa que dizer que o DVD vai acabar com o mercado fonográfico, porque num DVD você pode colocar um filme e a sua trilha sonora junto e ninguém mais irá querer comprar um CD.
O mercado nosso está uma bagunça, fruto de anos e anos de descuido por parte de nós mesmos. Agora, cabe a nós limparmos o nosso lugar de trabalho, arrumarmos a casa, sermos organizados para destruir os paradigmas, aqueles que nós criamos e aqueles que os nossos clientes criaram pra nós e que nós aceitamos.
Eu só peço uma coisa, não vamos esperar a nossa profissão se extinguir, se no mundo inteiro ela vive, e vive bem, não existe um único motivo para que aqui seja diferente.
10.3.06
Aos Ilustradores
Eu vou procurar agora argumentar a favor no que nós ilustradores somos e esperamos, de acordo com as dificuldades que nós temos de enfrentar no mercado atualmente. É só um ponto de vista, não o verdadeiro, mas o meu ponto de vista, só isso. Acredito que em alguma coisa eu possa ajudar às pessoas que procuram uma orientação. Se isso não for possível, peço desculpas, antecipadamente.
Principalmente no mercado editorial a coisa anda feia, esse meio tem trocentos mil pessoas se propondo a prestar serviços de ilustração, pessoas que não se conhecem, nsequer conhecem outro ilustrador, colga de trabalho de luta e concorrente direto. isso faz com que as Editoras tenham um trunfo e tanto nas mão, e não será uma editora quem irá promover o encontro e intercâmbio entre seus fornecedores, afinal de contas, se o ilustrador se unir muito poderá ficar forte e deixar de ser explorado.
Nós costumamos lutar para, dentre outras coisas, implantar uma tabela para padronizar os valores dos trabalhos prestados, por editoras agências, etc. Acontece que muita gente, inclusive ilustradores, tem muito receio de entrarem nessa, pois com a quantidade de gente se propondo a trabalhar como ilustrador, espalhados pelo país, sem nenhuma organização, união e consciência, diante da organização e poderio das editoras, nós estaremos nas mãos delas. Basta imaginar que as Editoras escolhem quem eles querem que trabalhe com eles e se você cobrar mais caro, haverá pelo menos uns vinte que toparão trabalhar por qualquer merreca. Isso significa que, provavelmente os valores continuarão caindo e os ilustradores vão continuar se acotovelando pra pegar trabalho.
Bem, ao menos por essa lógica, nós estamos literalmente nas mão dos clientes, pois eles mandam, quem manda é o mercado.
Ok, quem manda é o mercado,sem mesmo levar em consideração de que a palavra mercado significa a união entre consumidor, cliente e fornecedor, vamos pelo menos pensar da seguinte forma: algum ilustrador sabe o valor do seu trabalho pelo mercado pura e simplesmente? Não, porque num sistema em que Editores de Arte ditam, mandam e desmandam qualquer coisa que eles propõe o cidadão aceita, então o mercado a muuuuuito tempo deixo de ter valores reais. A culpa disso são dos próprios ilustradores que abrem as pernas pra qualquer valor, no dia que os ilustradores se derem ao respeito de não aceitarem qualquer furada a coisa começa a mudar. É fácil, cômodo e completamente interessante para os nosso fornecedores termos a impressão de que estamos nas mão deles e não há nada que possamos fazer. Em outras palavras, somos todos LOOSERS. Perdedores! Então vamos nos recolher as nossas insignificâncias e dar graças a Deus que algum Editor de arte caridoso resolver me dar uma esmolinha disfarçada de trabalho.
Eu prefiro pensar diferente. Pensar dessa maneira dói muito. Sinceramente.
No dia em que bons profissionais resolverem trabalhar por um valor X, os caras vão ter que, no mínimo, sentar com os ilustradores e colocar as cartas na mesa, mostrando o quanto realmente podem pagar e porquê. Porque a Abril paga hoje em dia metade do que pagava anos atrás? Será que houve deflação e eu não tô sabendo? Será que o preço dos materiais utilizados em ilustração caíram pela metade, o aluguel também, o IPVA idem e a carga tributária no Brasil deixou de existir? Se os Editores não puderem contar com ilustradores que "façam a diferença" e ilustrem materiais que auxiliam a alavancar a venda de seus livros e revistas, eles não serão loucos de colocarem o seu ganha pão na mão de qualquer Zezinho que ilustra com Clipart e verem a venda de suas preciosas fontes de renda irem por água abaixo. Os caras são mal caráteres, mas não são loucos.
A gente também pode achar que um piso ou uma tabela só funcione em regime sindical, que precise de uma organização competente para que a coisa ande, que regulamente a profissão, a formação e os profissionais, além de fiscalizar os procedimentos éticos e profissionais. Muita gente acha que isso é perigoso, porque pode se transformar numa fonte de corrupção, como acontece em tantos meios, pode até virar uma espécie de "Máfia". É perigoso, por isso exige atenção e responsabilidade redobrada para que algo assim seja realizado. E digo mais: outros meios aonde ocorrem abusos e "máfia" isso somente acontece porque seus membros não são assim tão atuantes, fiscalizadores e competentes como deveriam ser. Agora, é muito fácil perceber que o modo mais seguro da coisa ocorrer em nosso benefício éregulamentando a nossa profissão, assim como acontece com os dentistas, engenheiros, etc. Eles têm uma "reserva de mercado". Mas São reconhecidos pelo poder público, são regulamentados e tem meios legais de se defenderem, basta ver como é a OAB. Aí todos seguiriam uma norma estabelecida e as editoras não teriam outra alternativa a não ser aceitar os preços e os modelos de contratos da categoria.
Isso é ilegal? Então os Advogados são ilegais, os médicos são ilegais, os dentistas também... Me parece que pensar dessa forma não corresponde exatamente com a realidade, embora nós admitamos que essas categorias citadas tem condições de crescerem, se organizarem e term um futuro próspero bem maior do que os ilustradores.
É engraçado que o óbvio ululante é tudo aquilo que nenhum profissional de ilustração bem sucedido ou bem relacionado atualmente quer, não é mesmo? E não quer porquê? Por que vai dar trabalho? Seria muito melhor que alguém que não somos nós lute pelos nosso direitos. Talvez o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa façam isso com sincero ensejo de fazer o bem, porque o resto vai querer nos engambelar e ganhar às nossas custas. Ou seja, ou nós pegamos os nosso interesses, lutamos por eles e fazemos a nossa realidade acontecer, ou ninguém irá fazer isso por nós. Todo mundo quer sempre um salvador da Pátria, me parece que até os ilustradores. Mas isso é um defeito dos brasileiros, eu acho que é um defeito de fábrica dos brasileiros...
Não tem saída, precisamos parar de brincar de ilustradores organizados e sermos organizados. Eu me esqueci que tem muita gente com medo de um suposto sindicato, porque sindicatos são antros de corruptos, aonde tudo rola na mão grande e no fundo no fundo ninguém luta pelo interesse do outro. Acontece que se houver um Sindicato de Ilustradores, quem vai fazer parte do Sindicato serão ilustradores, eu, você, os membros da Sib e outros ilustradores mais.
Não vai fazer parte o Vicentinho, nem o Marcos Valério e nenhum barbudo briguento que vai andar nas portas das Editoras e Agências fazendo piquete, a não ser que esse barbudo seja algum de nós. Se o Sindicato tiver corrupção é por que nós, Ilustradores somos corruptos. Eu parto do principio de que todo mundo é honesto. Então porque temer um Sindicato? O que precisa haver é trabalho de todos, cobrança por parte dos membros para que uma Instituição qualquer funcione, pressão de base para que os que decidem trabalhem pelo todo, coisa que brasileiro não faz e não gosta de fazer, mas repito, ou nós fazemos por nós, ou ninguém fará isso.
Eu sei que pela lei de oferta e procura, se analizarmos a grosso modo, temos no mercado, principalmente editorial, uma verdaderira enchurrada de ilustradores para pouco trabalho. Realmente por esse ponto de vista tem muuuuuuuuito ilustrador disponível no mercado hoje em dia. Bem mais do que as editoras precisam. Tem um poucos excelentes, muitos medianos e alguma porcaria (eu já acho que a porcaria é enorme!). Se nós pensarmos assim, iremos também acreditar que só pelo númeor de medianos, o mercado já está saturado. Aí essa história de tabela vai por água abaixo, já que existe uma pressão natural pra coisa não ir pra frente.
Mas, analizemos bem. Hoje em dia não se faz mais ilustradores como Benício, ou Shumann, ou o Pedro Mauro. Eles são ótimos realmente.
Outros que estão aí e são por muitos considerados ótimos, são na verdade medianos, tal é o grau de degeneração da qualidade e do valor que a ilustração tem no Brasil. Isso não é nenhuma desfeita a esse profissionais, mas eles não tem mercado suficiente para que possam evoluir e tem pouquíssimas oportunidades de uma formação mais sólida. Sem contar os inúmeros clientes que acham que qualquer porcaria serve como ilustração.
Agora, pensando por esse modo, como tem ilustrador? Então me diga, aonde um ilustrador se forma para ser ilustrador? A verdade que o nosso mercado está ao Deus dará! Qualquer pichador de muro pode ser considerado ilustrador, basta o cara ter cara de pau suficiente pra isso. Ou a coisa vai pros trilhos, ou é melhor todo mundo resolver mudar de profissão, porque não teremos futuro algum.
A coisa precisa ser regulamentada e regularizada, pra ser ilustrador, é preciso estudar, se formar, aí com formação pode se trabalhar como ilustrador. Um Zé Mané qualquer consegue expor seus trabalhos numa galeria, Um Zé mané qualquer consegue trabalhar como engenheiro num escritório de Engenharia? Um Zé Mané qualquer consegue trabalhar como Advogado num escritório de Advocacia? Então porque um Zé Mané qualquer pode trabalhar como ilustrador numa Editora?
O que nós vivemos, infelizmente, não é uma situação de mercado livre, é a casa da mãe Joana. Todo mundo quer convencer a gente de que Ilustrador não é uma profissão especializada, e tá todo mundo comprando essa idéia. Não especializado é ser balconista, oficce boy, carteiro, engraxate, manicure. Ilustrador precisa de uma tremenda formação e muita dedicação. Um ilustrador não se faz do dia pra noite, nem em um cursinho de seis meses. Por que a gente reluta tanto em reconhecer quem nós somos e trabalharmos para que possamos melhorar o nosso próprio mercado? O que tem disponível é moleque com jeito pra coisa que desenha bem e micreiro. Ilustrador é outro papo.
Muita gente também acha que não dá pra deixar um trabalho de lado porque o valor pago em editoras é baixo e existem inúmeras contas para pagar. Como se isso fosse um tipo de coisa que somente "mestres" e ilustradores excelentes podem fazer . Os "mestres" também pagam contas, se vestem, se alimentam, não são seres "alados", embora seus trabalhos nos façam acreditar que sejam seres de outro planeta. Sem contar que pode haver algum ilustrador melhor do que você mas que pense "menor" do que você, e que não acredite que vai conseguir se sustentar se somente topar trabalhos melhores remunerados. Aí vem o fantasma do cliente que pode chegar pra qualquer um de nós e falar:pra pagar o dobro então vou chamar o fulano, que é excelente, muito melhor do que você.
Bom, eu prefiro então que o fulano pegue e depois sofra pra se sustentar, e ao acontecer isso é uma pena, principalmente da parte dele que deixa de ser bem sucedido por medo. Agora se seu cliente te falar: "se você não quer, tem dez querendo", deixa o cliente pegar esse dez, depois você verá que dez porcarias são esses "profissionais topa tudo".
Me desculpa, mas me parece que esse negócio que somente um ilustrador excelente pode se dar ao luxo de recusar trabalho por causa de preço é uma mentalidade muito looser, pelo menos pra mim. Se você não é um ilustrador excelente, porque você não se esforça pra ser? Ninguém precisa ser um mestre, mas todos nós podemos e devemos trabalhar para sermos o melhor profissional que pudermos ser. Só assim um dia poderemos ser melhores, pelo menos melhores do que somos hoje.
Se eu tiver na minha cabeça a idéia de que eu sou mais ou menos, que eu nunca serei um bom profissional, que eu simplesmente não tenho capacidade pra isso, eu facilmente chegarei à conclusão de que eu estou na profissão errada. Eu não consigo acreditar que alguém entre numa luta acreditando que vai perder. Quem age assim já perdeu mesmo, porque perdeu pra si mesmo! Não adianta a gente querer vencer alguma coisa ou alguém se a gente não consegue vencer a si mesmo. Você pode até se achar um profissional mediano, mas você precisa acreditar que vai evoluir, pode se transformar num profissional de ponta, com um trabalho de encher os olhos e lutar pra que isso aconteça, agir dessa maneira não significa deixar de ser humilde, humildade é saber enxergar no outro um igual a você, não é recusar se a ser melhor.
Outra coisa, você pega uma capa de revista por 200,00 e fura o esquema que todo mundo quer cobrar 650,00 porque tem conta pra pagar, certo? Só que aí você jamais irá conseguir cobrar os 650,00 dos outros, porque você já provou pro mercado que o seu trabalho vale isso. Ou seja, pra atender uma necessidade imediata você acaba com a sua perspectiva de um futuro melhor, pra você e para os profissionais que estão junto de você.
Faltou ter visão de futuro, isso parece coisa de criança, sabe aquela criança que o pai compra uma bicicleta no meio do ano pra ter como pagar e fala pro filho que se ele for um bom menino vai ganhar uma bicicleta no natal? Aí o moleque descobre que o pai já comprou a bicicleta, fica torrando a paciência do pai porque quer a bicicleta, até que o pai dá a bicicleta logo de uma vez. Beleza, o moleque quis a bike e teve a dita cuja, aí o pai promete pra si mesmo que nunca mais na vida vai dar um presente caro pro moleque porque o menino não sabe esperar.
É por aí, sem contar que se você ganhar melhor, não vai precisar pegar tanto trabalho pra pagar suas contas. Dessa maneira vai sobrar mais trabalho pra mais ilustrador. Atualmente qualquer cara tem que fazer pelo menos vinte ilustras pra pagar as contas, se você puder pegar só cinco pra ganhar a mesma coisa, pelo menos terão mais quinze ilustrações que poderão servir pra ajudar outro profissional a pagar as contas dele. Mas se a coisa não for pra frente isso jamais acontecerá.
Sem contar outro detalhe, se um Editor de Arte realmente gosta do seu trabalho, ele quer o SEU trabalho, ele está atrás do SEU estilo, do SEU desenho e não do seu PREÇO! Quem quer que VOCÊ trabalhe, vai pagar o quanto for preciso para ter o SEU trabalho.
Se o Editor realmente quiser o SEU trabalho, não vai ter quinze neguinho pra fazer o mesmo trabalho. Isso não existe. Pelo amor de Deus, gente, acredite, você precisa acreditar em você, cara! Você precisa se amar e amar a sua arte! Essa neurose é tudo o que um cliente picareta sempre pediu à Deus!
O que eu escrevo não é pra esculachar ninguém, é pra tentar ver se dá pra compreender. É igual aquela história de criança, do menino que sempre apanha na escola. O menino apanha porque os outros são fortes. Mas o menino precisa aprender a se defender, só que o menino acredita que nunca vai conseguir bater no moleque mais forte. Só que o menino nunca tentou, até que um dia o menino de tanto sofrer nas mão dos fortões resolve dar um basta, perde o controle e acaba deixando o fortão no Hospital.
É por isso que a gente precisa se unir, a gente até pode ser fraco, pode ser indefeso, mas junto a gente se ajuda, se fortalece, se une, se organiza e consegue espantar o fortão que vem dar bordoada na gente. Eu entendo sua posição, cara. Mas não dá pra gente, como parte fraca da corda, se juntar pra ficar todo mundo encolhido no canto com medo do bicho papão. Se é pra gente se unir, que seja pra lutar pelo nosso espaço e pelo nosso respeito no mercado. Sem medo. Todos estamos no mesmo barco, e o barco não vai virar e nem afundar, só se a gente deixar.
Uma coisa que poderia acontecer seria a categoria "ilustrador" ser absorvida por outro, como pelos jornalistas. Tem gente que leva essa hipótese a sério.
Sinceramente, eu não sei se o Sindicato dos Jornalistas teria algum interesse em lutar pelos NOSSOS direitos. Me parece que nesse caso, serão duas lutas. A primeira, para que o Sindicato dos Jornalista se comova por nós e resolva nos defender (coisa que eu não acredito que aconteça, não com tanta facilidade). A segunda, depois de conquistar a simpatia do Sindicato dos Jornalistas, começar o trabalho para que a nossa situação junto das Editoras melhore. Se é pra ter tanto trabalho então que nós tomemos a dianteira dos nossos destinos. Quem já teve contato com outro meios sabe que ninguém tá muito interessado na nossa luta. O próprio Céu percebeu isso quando começou os contatos para uma Câmara Setorial.
Eu sinceramente quero que todos os ilustradores que estão nesse barco possam se aposentar fazendo ilustrações. Eu gostaria também que os novos conseguissem ser ilustradores e que se aposentassem como ilustradores. Eu gostaria que a nossa profissão tivesse futuro. Futuro que atualmente fica difícil de vislumbrar. Só que não dá pra ter medo. A gente precisa ter iniciativa.
Com certeza nós erraremos, mas se todos nós tivermos união e equilíbrio, nós saberemos aprender com os nossos erros e acabaremos conseguindo realizar o nosso intento, com seriedade, paciência e responsabilidade. Quem sabe um dia, quando olharmos pra trás, nós não percebamos que jamais poderíamos imaginar que fôssemos tão longe e conquistássemos tanto?
Impossível é somente aquilo que a nossa imaginação não consegue conceber, mas é por isso justamente que existem os desenhistas, não é?
Principalmente no mercado editorial a coisa anda feia, esse meio tem trocentos mil pessoas se propondo a prestar serviços de ilustração, pessoas que não se conhecem, nsequer conhecem outro ilustrador, colga de trabalho de luta e concorrente direto. isso faz com que as Editoras tenham um trunfo e tanto nas mão, e não será uma editora quem irá promover o encontro e intercâmbio entre seus fornecedores, afinal de contas, se o ilustrador se unir muito poderá ficar forte e deixar de ser explorado.
Nós costumamos lutar para, dentre outras coisas, implantar uma tabela para padronizar os valores dos trabalhos prestados, por editoras agências, etc. Acontece que muita gente, inclusive ilustradores, tem muito receio de entrarem nessa, pois com a quantidade de gente se propondo a trabalhar como ilustrador, espalhados pelo país, sem nenhuma organização, união e consciência, diante da organização e poderio das editoras, nós estaremos nas mãos delas. Basta imaginar que as Editoras escolhem quem eles querem que trabalhe com eles e se você cobrar mais caro, haverá pelo menos uns vinte que toparão trabalhar por qualquer merreca. Isso significa que, provavelmente os valores continuarão caindo e os ilustradores vão continuar se acotovelando pra pegar trabalho.
Bem, ao menos por essa lógica, nós estamos literalmente nas mão dos clientes, pois eles mandam, quem manda é o mercado.
Ok, quem manda é o mercado,sem mesmo levar em consideração de que a palavra mercado significa a união entre consumidor, cliente e fornecedor, vamos pelo menos pensar da seguinte forma: algum ilustrador sabe o valor do seu trabalho pelo mercado pura e simplesmente? Não, porque num sistema em que Editores de Arte ditam, mandam e desmandam qualquer coisa que eles propõe o cidadão aceita, então o mercado a muuuuuito tempo deixo de ter valores reais. A culpa disso são dos próprios ilustradores que abrem as pernas pra qualquer valor, no dia que os ilustradores se derem ao respeito de não aceitarem qualquer furada a coisa começa a mudar. É fácil, cômodo e completamente interessante para os nosso fornecedores termos a impressão de que estamos nas mão deles e não há nada que possamos fazer. Em outras palavras, somos todos LOOSERS. Perdedores! Então vamos nos recolher as nossas insignificâncias e dar graças a Deus que algum Editor de arte caridoso resolver me dar uma esmolinha disfarçada de trabalho.
Eu prefiro pensar diferente. Pensar dessa maneira dói muito. Sinceramente.
No dia em que bons profissionais resolverem trabalhar por um valor X, os caras vão ter que, no mínimo, sentar com os ilustradores e colocar as cartas na mesa, mostrando o quanto realmente podem pagar e porquê. Porque a Abril paga hoje em dia metade do que pagava anos atrás? Será que houve deflação e eu não tô sabendo? Será que o preço dos materiais utilizados em ilustração caíram pela metade, o aluguel também, o IPVA idem e a carga tributária no Brasil deixou de existir? Se os Editores não puderem contar com ilustradores que "façam a diferença" e ilustrem materiais que auxiliam a alavancar a venda de seus livros e revistas, eles não serão loucos de colocarem o seu ganha pão na mão de qualquer Zezinho que ilustra com Clipart e verem a venda de suas preciosas fontes de renda irem por água abaixo. Os caras são mal caráteres, mas não são loucos.
A gente também pode achar que um piso ou uma tabela só funcione em regime sindical, que precise de uma organização competente para que a coisa ande, que regulamente a profissão, a formação e os profissionais, além de fiscalizar os procedimentos éticos e profissionais. Muita gente acha que isso é perigoso, porque pode se transformar numa fonte de corrupção, como acontece em tantos meios, pode até virar uma espécie de "Máfia". É perigoso, por isso exige atenção e responsabilidade redobrada para que algo assim seja realizado. E digo mais: outros meios aonde ocorrem abusos e "máfia" isso somente acontece porque seus membros não são assim tão atuantes, fiscalizadores e competentes como deveriam ser. Agora, é muito fácil perceber que o modo mais seguro da coisa ocorrer em nosso benefício éregulamentando a nossa profissão, assim como acontece com os dentistas, engenheiros, etc. Eles têm uma "reserva de mercado". Mas São reconhecidos pelo poder público, são regulamentados e tem meios legais de se defenderem, basta ver como é a OAB. Aí todos seguiriam uma norma estabelecida e as editoras não teriam outra alternativa a não ser aceitar os preços e os modelos de contratos da categoria.
Isso é ilegal? Então os Advogados são ilegais, os médicos são ilegais, os dentistas também... Me parece que pensar dessa forma não corresponde exatamente com a realidade, embora nós admitamos que essas categorias citadas tem condições de crescerem, se organizarem e term um futuro próspero bem maior do que os ilustradores.
É engraçado que o óbvio ululante é tudo aquilo que nenhum profissional de ilustração bem sucedido ou bem relacionado atualmente quer, não é mesmo? E não quer porquê? Por que vai dar trabalho? Seria muito melhor que alguém que não somos nós lute pelos nosso direitos. Talvez o Papai Noel ou o Coelhinho da Páscoa façam isso com sincero ensejo de fazer o bem, porque o resto vai querer nos engambelar e ganhar às nossas custas. Ou seja, ou nós pegamos os nosso interesses, lutamos por eles e fazemos a nossa realidade acontecer, ou ninguém irá fazer isso por nós. Todo mundo quer sempre um salvador da Pátria, me parece que até os ilustradores. Mas isso é um defeito dos brasileiros, eu acho que é um defeito de fábrica dos brasileiros...
Não tem saída, precisamos parar de brincar de ilustradores organizados e sermos organizados. Eu me esqueci que tem muita gente com medo de um suposto sindicato, porque sindicatos são antros de corruptos, aonde tudo rola na mão grande e no fundo no fundo ninguém luta pelo interesse do outro. Acontece que se houver um Sindicato de Ilustradores, quem vai fazer parte do Sindicato serão ilustradores, eu, você, os membros da Sib e outros ilustradores mais.
Não vai fazer parte o Vicentinho, nem o Marcos Valério e nenhum barbudo briguento que vai andar nas portas das Editoras e Agências fazendo piquete, a não ser que esse barbudo seja algum de nós. Se o Sindicato tiver corrupção é por que nós, Ilustradores somos corruptos. Eu parto do principio de que todo mundo é honesto. Então porque temer um Sindicato? O que precisa haver é trabalho de todos, cobrança por parte dos membros para que uma Instituição qualquer funcione, pressão de base para que os que decidem trabalhem pelo todo, coisa que brasileiro não faz e não gosta de fazer, mas repito, ou nós fazemos por nós, ou ninguém fará isso.
Eu sei que pela lei de oferta e procura, se analizarmos a grosso modo, temos no mercado, principalmente editorial, uma verdaderira enchurrada de ilustradores para pouco trabalho. Realmente por esse ponto de vista tem muuuuuuuuito ilustrador disponível no mercado hoje em dia. Bem mais do que as editoras precisam. Tem um poucos excelentes, muitos medianos e alguma porcaria (eu já acho que a porcaria é enorme!). Se nós pensarmos assim, iremos também acreditar que só pelo númeor de medianos, o mercado já está saturado. Aí essa história de tabela vai por água abaixo, já que existe uma pressão natural pra coisa não ir pra frente.
Mas, analizemos bem. Hoje em dia não se faz mais ilustradores como Benício, ou Shumann, ou o Pedro Mauro. Eles são ótimos realmente.
Outros que estão aí e são por muitos considerados ótimos, são na verdade medianos, tal é o grau de degeneração da qualidade e do valor que a ilustração tem no Brasil. Isso não é nenhuma desfeita a esse profissionais, mas eles não tem mercado suficiente para que possam evoluir e tem pouquíssimas oportunidades de uma formação mais sólida. Sem contar os inúmeros clientes que acham que qualquer porcaria serve como ilustração.
Agora, pensando por esse modo, como tem ilustrador? Então me diga, aonde um ilustrador se forma para ser ilustrador? A verdade que o nosso mercado está ao Deus dará! Qualquer pichador de muro pode ser considerado ilustrador, basta o cara ter cara de pau suficiente pra isso. Ou a coisa vai pros trilhos, ou é melhor todo mundo resolver mudar de profissão, porque não teremos futuro algum.
A coisa precisa ser regulamentada e regularizada, pra ser ilustrador, é preciso estudar, se formar, aí com formação pode se trabalhar como ilustrador. Um Zé Mané qualquer consegue expor seus trabalhos numa galeria, Um Zé mané qualquer consegue trabalhar como engenheiro num escritório de Engenharia? Um Zé Mané qualquer consegue trabalhar como Advogado num escritório de Advocacia? Então porque um Zé Mané qualquer pode trabalhar como ilustrador numa Editora?
O que nós vivemos, infelizmente, não é uma situação de mercado livre, é a casa da mãe Joana. Todo mundo quer convencer a gente de que Ilustrador não é uma profissão especializada, e tá todo mundo comprando essa idéia. Não especializado é ser balconista, oficce boy, carteiro, engraxate, manicure. Ilustrador precisa de uma tremenda formação e muita dedicação. Um ilustrador não se faz do dia pra noite, nem em um cursinho de seis meses. Por que a gente reluta tanto em reconhecer quem nós somos e trabalharmos para que possamos melhorar o nosso próprio mercado? O que tem disponível é moleque com jeito pra coisa que desenha bem e micreiro. Ilustrador é outro papo.
Muita gente também acha que não dá pra deixar um trabalho de lado porque o valor pago em editoras é baixo e existem inúmeras contas para pagar. Como se isso fosse um tipo de coisa que somente "mestres" e ilustradores excelentes podem fazer . Os "mestres" também pagam contas, se vestem, se alimentam, não são seres "alados", embora seus trabalhos nos façam acreditar que sejam seres de outro planeta. Sem contar que pode haver algum ilustrador melhor do que você mas que pense "menor" do que você, e que não acredite que vai conseguir se sustentar se somente topar trabalhos melhores remunerados. Aí vem o fantasma do cliente que pode chegar pra qualquer um de nós e falar:pra pagar o dobro então vou chamar o fulano, que é excelente, muito melhor do que você.
Bom, eu prefiro então que o fulano pegue e depois sofra pra se sustentar, e ao acontecer isso é uma pena, principalmente da parte dele que deixa de ser bem sucedido por medo. Agora se seu cliente te falar: "se você não quer, tem dez querendo", deixa o cliente pegar esse dez, depois você verá que dez porcarias são esses "profissionais topa tudo".
Me desculpa, mas me parece que esse negócio que somente um ilustrador excelente pode se dar ao luxo de recusar trabalho por causa de preço é uma mentalidade muito looser, pelo menos pra mim. Se você não é um ilustrador excelente, porque você não se esforça pra ser? Ninguém precisa ser um mestre, mas todos nós podemos e devemos trabalhar para sermos o melhor profissional que pudermos ser. Só assim um dia poderemos ser melhores, pelo menos melhores do que somos hoje.
Se eu tiver na minha cabeça a idéia de que eu sou mais ou menos, que eu nunca serei um bom profissional, que eu simplesmente não tenho capacidade pra isso, eu facilmente chegarei à conclusão de que eu estou na profissão errada. Eu não consigo acreditar que alguém entre numa luta acreditando que vai perder. Quem age assim já perdeu mesmo, porque perdeu pra si mesmo! Não adianta a gente querer vencer alguma coisa ou alguém se a gente não consegue vencer a si mesmo. Você pode até se achar um profissional mediano, mas você precisa acreditar que vai evoluir, pode se transformar num profissional de ponta, com um trabalho de encher os olhos e lutar pra que isso aconteça, agir dessa maneira não significa deixar de ser humilde, humildade é saber enxergar no outro um igual a você, não é recusar se a ser melhor.
Outra coisa, você pega uma capa de revista por 200,00 e fura o esquema que todo mundo quer cobrar 650,00 porque tem conta pra pagar, certo? Só que aí você jamais irá conseguir cobrar os 650,00 dos outros, porque você já provou pro mercado que o seu trabalho vale isso. Ou seja, pra atender uma necessidade imediata você acaba com a sua perspectiva de um futuro melhor, pra você e para os profissionais que estão junto de você.
Faltou ter visão de futuro, isso parece coisa de criança, sabe aquela criança que o pai compra uma bicicleta no meio do ano pra ter como pagar e fala pro filho que se ele for um bom menino vai ganhar uma bicicleta no natal? Aí o moleque descobre que o pai já comprou a bicicleta, fica torrando a paciência do pai porque quer a bicicleta, até que o pai dá a bicicleta logo de uma vez. Beleza, o moleque quis a bike e teve a dita cuja, aí o pai promete pra si mesmo que nunca mais na vida vai dar um presente caro pro moleque porque o menino não sabe esperar.
É por aí, sem contar que se você ganhar melhor, não vai precisar pegar tanto trabalho pra pagar suas contas. Dessa maneira vai sobrar mais trabalho pra mais ilustrador. Atualmente qualquer cara tem que fazer pelo menos vinte ilustras pra pagar as contas, se você puder pegar só cinco pra ganhar a mesma coisa, pelo menos terão mais quinze ilustrações que poderão servir pra ajudar outro profissional a pagar as contas dele. Mas se a coisa não for pra frente isso jamais acontecerá.
Sem contar outro detalhe, se um Editor de Arte realmente gosta do seu trabalho, ele quer o SEU trabalho, ele está atrás do SEU estilo, do SEU desenho e não do seu PREÇO! Quem quer que VOCÊ trabalhe, vai pagar o quanto for preciso para ter o SEU trabalho.
Se o Editor realmente quiser o SEU trabalho, não vai ter quinze neguinho pra fazer o mesmo trabalho. Isso não existe. Pelo amor de Deus, gente, acredite, você precisa acreditar em você, cara! Você precisa se amar e amar a sua arte! Essa neurose é tudo o que um cliente picareta sempre pediu à Deus!
O que eu escrevo não é pra esculachar ninguém, é pra tentar ver se dá pra compreender. É igual aquela história de criança, do menino que sempre apanha na escola. O menino apanha porque os outros são fortes. Mas o menino precisa aprender a se defender, só que o menino acredita que nunca vai conseguir bater no moleque mais forte. Só que o menino nunca tentou, até que um dia o menino de tanto sofrer nas mão dos fortões resolve dar um basta, perde o controle e acaba deixando o fortão no Hospital.
É por isso que a gente precisa se unir, a gente até pode ser fraco, pode ser indefeso, mas junto a gente se ajuda, se fortalece, se une, se organiza e consegue espantar o fortão que vem dar bordoada na gente. Eu entendo sua posição, cara. Mas não dá pra gente, como parte fraca da corda, se juntar pra ficar todo mundo encolhido no canto com medo do bicho papão. Se é pra gente se unir, que seja pra lutar pelo nosso espaço e pelo nosso respeito no mercado. Sem medo. Todos estamos no mesmo barco, e o barco não vai virar e nem afundar, só se a gente deixar.
Uma coisa que poderia acontecer seria a categoria "ilustrador" ser absorvida por outro, como pelos jornalistas. Tem gente que leva essa hipótese a sério.
Sinceramente, eu não sei se o Sindicato dos Jornalistas teria algum interesse em lutar pelos NOSSOS direitos. Me parece que nesse caso, serão duas lutas. A primeira, para que o Sindicato dos Jornalista se comova por nós e resolva nos defender (coisa que eu não acredito que aconteça, não com tanta facilidade). A segunda, depois de conquistar a simpatia do Sindicato dos Jornalistas, começar o trabalho para que a nossa situação junto das Editoras melhore. Se é pra ter tanto trabalho então que nós tomemos a dianteira dos nossos destinos. Quem já teve contato com outro meios sabe que ninguém tá muito interessado na nossa luta. O próprio Céu percebeu isso quando começou os contatos para uma Câmara Setorial.
Eu sinceramente quero que todos os ilustradores que estão nesse barco possam se aposentar fazendo ilustrações. Eu gostaria também que os novos conseguissem ser ilustradores e que se aposentassem como ilustradores. Eu gostaria que a nossa profissão tivesse futuro. Futuro que atualmente fica difícil de vislumbrar. Só que não dá pra ter medo. A gente precisa ter iniciativa.
Com certeza nós erraremos, mas se todos nós tivermos união e equilíbrio, nós saberemos aprender com os nossos erros e acabaremos conseguindo realizar o nosso intento, com seriedade, paciência e responsabilidade. Quem sabe um dia, quando olharmos pra trás, nós não percebamos que jamais poderíamos imaginar que fôssemos tão longe e conquistássemos tanto?
Impossível é somente aquilo que a nossa imaginação não consegue conceber, mas é por isso justamente que existem os desenhistas, não é?
9.3.06
TV Digital no Brasil
Esses dias andou rolando um papo mais acalorado numa das listas de discussão que eu faço parte à respeito da TV Digital no Brasil.
Me parece que pro aqui será adotado mesmo o padrão japonês, e pelo que me parece a Globo apoiava isso abertamente. Muita gente achou que hou "mutreta", outros acharam que os caras da Globo são bons mesmo e nada melhor do que eles para dizer o que é melhor.
Acharam muita coisa.
Só não acharam uma coisa que eu achei.
Engraçado, a Globo, já que é tão boa, poderia fazer novelas e seriados com melhor qualidade no que diz respeito a direção ou ao roteiro, por exemplo.
A anos as novelinhas da Globo são um lixo, uma direçãozinha porca pacaraio. Você vê uma novela do badalado Jorge Fernando que mais parece um "engana trouxa" de quinta categoria. A impressão que dá é que essa turma saiu da equipe técnica reserva de um filminho como a "Noviça Rebelde" sem ter evoluído de lá pra cá, sendo que eu sou muito mais a Noviça Rebelde do que as porcarias da Globo.
Denis Carvalho dirige ao melhor modo "Arroz com Feijão" que eu já vi. O Ricardo Waddington e o Dennis Carvalho também. Todo mundo costuma dizer maravilhas da direção do Jayme Monjardim, mas eu nunca vi o cara fazer uma tomada de cena realmente interessante. O cara usa em tudo câmera parada com a objetiva bem curtinha. Quem não se lembra de uma cena, que pra mim foi horrível da minissérie "A Casa das sete mulheres" em que parecia os rebeldes da Revolução Farroupilha caminhado num gramado verde? Os caras caminhavam em um gramado plano fazendo um desenho em "S". Pura declaração de incompetência isso! Fizeram uma trilha em "S" para que o povo pudesse ocupar a área da tela preenchendo por inteiro. Se o larápio movimentasse a câmera, não teria feito tamanha imbecilidade. Ou alguém acredita que um exército que queira se deslocar e que precisa de agilidade e rapidez pra isso vai andar em zigue zague só pra facilitar ser alvejado pelo inimigo?
Só se salva no meio disso tudo o Luis Fernando Carvalho, que é bom e já provou isso.
Sem contar que a décadas a única coisa realmente importante numa novela é no final "quem vai ficar com quem". Eu, até hoje, nunca vi um personagem de novela trabalhar. Mesmo nas minisséries. Tudo tem importância pífia, só namorar, casar e transar é que vale. Às vezes eu acho que as produções da Globo são assim porque é só isso que o brasileiro se preocupa. Ou seria o inverso?
Não adianta nada colocar um padrão MARAVILHOSO de TV digital pra passar Especial do Roberto Carlos, TV XUXA, Pânico na TV, Big Brother Brasil, Domingo Legal, Luciana Gimenes e a fofoca do Leão Lobo.
Nós ganharíamos muuuito mais se a TV Brasileira ganhasse cérebro.
Me parece que pro aqui será adotado mesmo o padrão japonês, e pelo que me parece a Globo apoiava isso abertamente. Muita gente achou que hou "mutreta", outros acharam que os caras da Globo são bons mesmo e nada melhor do que eles para dizer o que é melhor.
Acharam muita coisa.
Só não acharam uma coisa que eu achei.
Engraçado, a Globo, já que é tão boa, poderia fazer novelas e seriados com melhor qualidade no que diz respeito a direção ou ao roteiro, por exemplo.
A anos as novelinhas da Globo são um lixo, uma direçãozinha porca pacaraio. Você vê uma novela do badalado Jorge Fernando que mais parece um "engana trouxa" de quinta categoria. A impressão que dá é que essa turma saiu da equipe técnica reserva de um filminho como a "Noviça Rebelde" sem ter evoluído de lá pra cá, sendo que eu sou muito mais a Noviça Rebelde do que as porcarias da Globo.
Denis Carvalho dirige ao melhor modo "Arroz com Feijão" que eu já vi. O Ricardo Waddington e o Dennis Carvalho também. Todo mundo costuma dizer maravilhas da direção do Jayme Monjardim, mas eu nunca vi o cara fazer uma tomada de cena realmente interessante. O cara usa em tudo câmera parada com a objetiva bem curtinha. Quem não se lembra de uma cena, que pra mim foi horrível da minissérie "A Casa das sete mulheres" em que parecia os rebeldes da Revolução Farroupilha caminhado num gramado verde? Os caras caminhavam em um gramado plano fazendo um desenho em "S". Pura declaração de incompetência isso! Fizeram uma trilha em "S" para que o povo pudesse ocupar a área da tela preenchendo por inteiro. Se o larápio movimentasse a câmera, não teria feito tamanha imbecilidade. Ou alguém acredita que um exército que queira se deslocar e que precisa de agilidade e rapidez pra isso vai andar em zigue zague só pra facilitar ser alvejado pelo inimigo?
Só se salva no meio disso tudo o Luis Fernando Carvalho, que é bom e já provou isso.
Sem contar que a décadas a única coisa realmente importante numa novela é no final "quem vai ficar com quem". Eu, até hoje, nunca vi um personagem de novela trabalhar. Mesmo nas minisséries. Tudo tem importância pífia, só namorar, casar e transar é que vale. Às vezes eu acho que as produções da Globo são assim porque é só isso que o brasileiro se preocupa. Ou seria o inverso?
Não adianta nada colocar um padrão MARAVILHOSO de TV digital pra passar Especial do Roberto Carlos, TV XUXA, Pânico na TV, Big Brother Brasil, Domingo Legal, Luciana Gimenes e a fofoca do Leão Lobo.
Nós ganharíamos muuuito mais se a TV Brasileira ganhasse cérebro.
23.1.06
Brasil levará 304 anos para ter igualdade de país rico, diz estudo
Isto é, se todo mundo no Brasil começasse HOJE a fazer tudo direito e levar as coisas à sério poderia demorar beeem menos.
Acontece que em time que esta ganhando (está mesmo?) não se mexe.
Acontece que em time que esta ganhando (está mesmo?) não se mexe.
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