21.3.05

Um pequeno (longo) comentario

Temos no Brasil uma população absolutamente perdida, ignorante, sem acesso à nada, que mal sabe escrever seu próprio nome, com uma sociedade sem nenhum valor agregado, onde o cara que tira vantagem sobre os outros é valorizado. Um sistema de educação que não educa ninguém. Um grau insupotável de corrupção em todos os níveis. Com os meios de comunicação mais interessados em viciar as pessoas do que em esclarescer, porque segundo os que estão "por cima" o povo burro é como uma manada que obedece e é beem mansinha.

Agora imaginem se a situação no campo das artes são melhores do que tudo isso? Infelismente não, esse grau caótico de supervalorização do que não tem tanto valor e de subvalorização do que tem valor é apenas um reflexo do resto.
Frazetta é um mestre, assim como tantos, só que alguém o imitou e alguém viu esse cara e achou que ele era o mestre, e o imitou e esse fato se repetiu inúmeras vezes até que a coisa virou uma bagunça. Seria a mesma coisa que tirar uma xerox de uma xerox de uma xerox, na última mal dá pra saber do que se trata o desenho.

No Brasil o que se entende por desenho é o que se vê em televisão e nas bancas de jornais, e o que se vê nesse lugares?? Na televisão, quase nada,
Às vezes até tem algo interessante, mas a quantidade de Dragonball, Superherói e o escambau é esmagadora, hoje em dia nem mesmo um Pato Donald é possível se ver na TV, e olha que se trata de um mísero e simpático Pato Donald. Nas bancas é a mesma coisa, uma enchurrada de mangá, de superheróis marombados e quase nada de resto. Resto é resto. Até que saem algumas coisas legais em algumas revista e principalmente em livros, mas que lê essas coisas? O povão não lê! Afinal, o povão mal sabe assinar o próprio nome.

Então vocês podem pensar: Ah, então vamo fazê merda pro povo comprááá!!!
O povo na verdade é ignorante e não burro. A diferença entre um e outro é que o ignorante não teve oportunidade de aprender e o burro não quer aprender.

Mas mesmo entre os mais toscos e humildes existe uma fascinação pela beleza da arte. Um carinha de favela sabe quando está num lugar bonito e quando está num lugar feio. Sabe quando vê um rabisco e quando vê uma obra de arte.
Sabe quando ouve uma músiquinha do Zezé di Camargo e Luciano e quando ouve Beethoven. A diferença é que esses pobres coitados engolem porcaria todo santo dia e chega uma hora que eles nem sem importam mais com o gosto ruim
da porcaria. No dia que aparecer um prato refinado eles terão problemas de digestão. Eu já tive a oportunidade de ver a magia que uma pessoa humilde vivencia quando ouve uma boa música ou quando se depara com uma obra de arte. É como se estivessem saindo do inferno e indo parar no céu. Faz bem pra eles, eles se sentem leves. É pena que muitos, pelo tanto de inferno que já vivenciaram acreditam que não são merecedores disso tudo.
Ninguém merece! Literalmente.

E é justamente o fato de eu perceber esse "reflexo" que muitas vezes eu me irrito com mulheres peitudas e mangás. É porque entre quem faz algo de bom e as pessoas comuns existem os verdadeiros burros, que decidem o que é bom sem nunca saberem o que é bom, decidem quem vai ser a bola da vez e o resto que morra de fome. É o cara que quer explorar, que quer gastar pouco para ter o máximo de retorno, mas é incapaz de ver qualidade de vida, melhora no padrão de vida das pessoas,é incapaz de ver uma sociedade mais organizada e mais produtiva, pessoas que sabem mais e participam mais, pessoas com ganho maior e com capacidade maior de movimentação da economia e que aonde todos ganham ninguém perde, só que aonde somente alguns ganham, pode ser que ninguém ganhe nada.

Enquanto isso, os garotos e garotas que sonham em um dia desenharem se matam de tanto desenharem heróis marombados e mangás, mas se você analizar a fundo isso foi tudo o que eles puderam conhecer na vida. Nem adianta descer a lenha nos coitados que a parcela de culpa deles são ínfimas. O que nós fazemos e que devemos sempre fazer é: trabalhar, esclarescer, divulgar, nos unir e não desanimar. É um trabalho de formiguinha, eu sei, mas se a gente trabalhar como as formigas trabalham, vocês podem imaginar o tamanho que o nosso trabalho poderá tomar.
[]'s
Flavio Roberto Mota

Ilustrador
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11 9634 6856
http://www.flaviormota.kit.net
ICQ 61641833
AIM flaviormota

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