A MANCHA E O STORYBOARD
Imaginem vocês terem que representar um determinado anúncio ou um filme sem que pra isso você precise produzir fotos ou filmes, mas que você pudesse transmitir a mesma sensação de uma imagem real. Essa é a necessidade que criou o mancha!
A mancha tem como utilidade única passar uma impressão de uma imagem real, sem que ela necessariamente seja tão real. Por isso a mancha utlizada em anúncios e Storyboards bebe, e muito nas águas do Impressionismo. Uma mancha precisa obedecer aos mesmos princípios utilizados na pintura Impressionista, de mestres como Monet, Degas, Renoir, Cézzane?.
Você poderão perceber que o Impressionismo é um estilo que a forma não precisa ser necessariamente detalhada, mas deve passar todas as impressões de uma imagem real. Notem que o princípio da macha utlizada para layout é muito diferente do princípio das ilustrações de arte final aonde o detalhismo e o acabamento são obrigatórios. No caso do Storyboard o ilustrador também precisa utilizar uma outra linguagem: A das Histórias em Quadrinhos. A linguagem de HQ consegue transmitir ritmo e seqüência como se você estivesse vendo um filme de verdade. Tudo pode ser desenvolvido na linguagem dos quadrinhos, ângulos e movimentos de camera.
A um tempo atrás as manchas quase desapareceram no mercado brasileiro, existe uma certa quebra com relação aos profissionais que dominam a técnica e a linguagem das manchas de Storyboard. Alguns bons ilustradores de mancha não puderam criar uma nova geração que soubesse manchar tão bem quanto eles mesmos, muitos assitentes de arte que entraram no mercado publicitário desde a década de 90 foi cada vez mais estimulado a deixar de ilustrar para operar o computador ou passar a trabalhar com Direção de Arte. Por isso atualmente esse espaço no Mercado acabou sendo abocanhado por artistas de Histórias em Quadrinhos, que dominam muito bem a linguagem da arte seqüencial, mas infelismente não são tão bons em transmitir a sensação de uma imagem como algo real, além de não terem experiência em materiais tradicionais e de qualidade, já que em HQ somente se usa como material tradicional a tinta Nankin.
Isso trás alguns problemas que antigamente não existiam como, por exemplo, quando um cliente aprova um storyboard em estilo de HQ, esse mesmo cliente vai querer que todas as mulheres utilizadas no filme aprovado sejam peitudas, de cinturinha finíssima e todos os homens sejam exageradamente musculosos. O que muitas vezes chega ao limite do impossível, já que a estilização de HQ é puxada pra um padrão que muito se difere da realidade.
Outro ponto que acabou depreciando a arte de Storyboard foi o fato desses profissionais não utilizarem material de qualidade, isso fez com que o valor do Storyboard caísse, já que o custo de produção por quadrinho se tornou menor e com uma qualidade visivelmente inferior. Embora não seja levado em conta, esse processo acabou gerando um círculo vicioso. Manchas com menor qualidade têm menos impacto com os clientes, que aprovam menos filmes e anúncios.
Quando aprovam, têm menos condições de reproduzir os filmes e fotos tal qual foram concebidos nas manchas, gerando maiores insatisfações com os profissonais que fazem comerciais e fotos, que passam a preferir trabalhar somente com roteiros sem Storyboards. Dessa forma as manchas acabam deixando de ter utilidade, e assim por diante?
Enquanto que uma mancha feita de acordo com os pricípios básicos da sua linguagem conseguem satisfazer melhor os clientes, representar melhor a realidade, e até mesmo ajudar os profissionais que finalizam filmes e fotos a resolverem a sua etapa no processo produtivo com maior rapidez e eficiência, o contrário acontece quando uma mancha começa a ser utlizada como meio de se exprimir estilos que embora estjam na moda, não satisfazem a suas necessidades básicas.
Seja um profissional responsável, procure ilustradores responsáveis e que estejam comprometidos com o processo criativo sem personalismos inconsequentes. Estilos são muito bem vindos quando se trata de arte final.
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